Capítulo 27

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-Já se passaram três dias Louis- digo a ele irritada por não poder fazer nada.

-Eu sei Emma, não é fácil para mim também-Ele me responde

-As pessoas estão se ferindo lá fora, quantos já não devem ter sido mortos, quantos perderam pessoas que amam, perderam suas casas, perderam tudo, porque nós temos que nos proteger e não podemos atacar, isso acaba comigo, quero poder fazer alguma coisa, algo para ajudar eles- digo colocando as mãos no meu cabelo.

-O melhor que pode fazer agora Emma, é permanecer segura, permanecer viva- Lissa diz trazendo uma tigela com bolinhos de queijo.

-Eu sei, é que não gosto de ser só a esperança deles, também quero ser ação, quero fazer as coisas, já fazem quase duas semanas do ataque, duas semanas é muito tempo, muita coisa pode ter acontecido, e mesmo acreditando nas palavras de Leonardo, preciso ver para acreditar, acreditar que meu pai está vivo, acreditar que Dayana está segura, acreditar que Cate está bem, acreditar que Miguel está protegido, e não posso ter certeza de nada disso por que estamos presos nesse lugar, eu não quero ser egoísta, não estou querendo dizer que sou ingrata por estar viva, mas eu sei que posso fazer mais pelos outros, posso tentar ser como minha mãe.

-Juliet foi uma pessoa forte, delicada, impulsiva, amorosa, inteligente e preocupada com os outros, mas Emma tentar ser outra pessoa nunca dá certo, crie sua própria identidade, seja você- Lissa diz comendo um bolinho logo depois

-Vou conseguir ser eu, governando o que agora pertence a mim, ajudando os outros, ajudando os meus súditos.

-Uma vez, Cate contou a história de como minha mãe se foi, o castelo estava sofrendo um ataque rebelde, todos estavam desesperados, minha mãe entregou eu e Kath a uma criada de confiança e pediu para nos levar até as passagens secretas do castelo, ela e Cate correram para fora onde a concentração de rebeldes era menor, elas subiram em uma arvore alta e ficaram lá por um tempo, até minha mãe não aguentar mais e entrar novamente no Castelo. Ela viu que a quantidade de rebeldes era imensa, mas conseguiu se infiltrar, viu que meu pai iria logo menos ser morto, ou sequestrado, estava amarrado em uma cadeira, ela sabia lutar, percebeu que todos os rebeldes estavam distraídos e soltou meu pai, mas antes que pudesse perceber um rebelde ficou a espada em seu peito, um rebelde com um mascara prata, assim que a rainha adorada se foi- Minha voz trava por um momento- Eu quero ser como ela, minha mãe não se importou com as dificuldades, ela fez o que era certo, salvou aqueles que amou e eu quero fazer o mesmo, mas não conseguirei estando aqui. - digo Lissa e Lou me observam com atenção comendo bolinhos.

-Também não gosto da ideia de ficarmos presos aqui em baixo, precisamos de um plano o quanto antes- Louis diz.

-Eu tenho uma ideia- Lissa fala.

-Qual? -Louis e eu perguntamos ao mesmo tempo.

-Louis, você encontraria Leonardo, e diria para ele avisar Miguel e Cléo sobre esse possível plano, nos encontraríamos na entrada de Fulmine,

-Tem um problema, a entrada de Fulmine está tomada de rebeldes ninguém entra, ninguém sai- Louis a interrompe explicando.

-Poderíamos nos separar em grupos, um grupo distrairia esses rebeldes fingindo ser cidadãos comuns, enquanto os outros conseguem atravessar, nos encontraríamos antes, e conseguiríamos passar a fronteira de Fulmine- digo.

-E depois? Como iriamos para Esperanza? Como entraríamos em Esperanza? - Louis pergunta.

-Conheço uma família, são dois senhores já de idade eles moram em uma floresta próxima a saída de Fulmine posso pedir para eles alguns cavalos emprestados, eram muito amigos da minha família, então tenho quase certeza de que eles nos ajudariam- Lissa diz- Podemos ir pela parte pobre de Esperanza contornar pelas pequenas montanhas, entraremos na cidade do mesmo jeito que saímos de Fulmine, seguiremos até a minha casa que fica do lado da de Miguel, convenceremos o povo a estar do nosso lado e então iremos até o Castelo, só não sei como entraríamos lá, o que acham?- Lissa pergunta a nós.

-É um bom plano, Emma tem alguma ideia de como poderíamos entrar no Castelo? - Louis pergunta para mim e eu assisto pegando o ultimo bolinho da tigela.

-Na verdade tenho sim, conseguimos entrar facilmente pela pequena floresta que tem aos fundos do Castelo, andaríamos até os lagos, e de lá entraríamos por algumas passagens secretas que existem em todos os Castelos, então conseguiremos o poder de volta. – digo comendo o bolinho.

-Vou me arrumar para ir encontrar Leonardo me ajuda Emma? - Louis pergunta e estranho sua atitude, mas o sigo.

-Eu vou fazer mais bolinhos- Lissa diz enquanto vou com Louis.

-Vou levar alguns casacos, esse capuz é essencial, algumas roupas extras, acho que não vou precisar de muitas- ele diz pegando várias roupas e cruzo os braços.

-Louis, Louis- chamo ele e ele continua a arrumar as roupas- Louis olhe para mim.

-Está tudo bem com você? - pergunto e ele larga as roupas.

-Só fiquei pensativo com a história de sua mãe, posso te fazer uma pergunta? - ele diz e eu estranho ainda mais tudo aquilo.

-Claro, pode sim.

-Você sabe mais alguma coisa sobre o que aconteceu no dia que sua mãe se foi? - ele me pergunta colocando as suas roupas em uma espécie de sacola.

-Não, não sei mais nada foi tudo que Cate me disse porque essa dúvida? - pergunto enquanto ele coloca a sacolinha nos ombros.

-Não, nada de mais, nos vemos logo Emma- ele me abraça dizendo isso e saí em direção a cozinha.

-Se cuida- digo baixinho indo até o meu quarto.

Infelizmente sou princesa!Onde histórias criam vida. Descubra agora