45. Amora

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Eu estava em um sonho. Bom, eu acredito que era um sonho. Era um jardim tão bonito, eu não conseguia acreditar que aquele lugar fosse real. Era tudo uma paz. A paz que sempre precisei na minha vida. Era a paz que faltava pra mim poder ser alguém normal. 

Mas aquela paz eu só conseguiria se abrisse mão de tudo. De meus amigos e de nossas diversões, eu teria que esquecer. Eu deveria esquecer.

— Amora? — Ouvi uma voz doce e estranha me chamar. — Você já pode acordar, terminamos o procedimento.

Sim, era um sonho. Aquela paz nunca seria existente. Pois agora, eu acordei e só vejo o caos.

— Onde estou? — Perguntei um pouco tonta.

— Você está no hospital, você machucou o nariz e nós estávamos tentando “arrumá-lo”. — Ela fez aspas com as mãos.

Eu não machuquei o nariz. Me machucaram. E aquela imagem estava nítida em minha memória.

Espera moça, tem como arrumar o coração também? E a mente pra esquecer certas pessoas? Talvez seja mais fácil agora que ela me feriu de vez não é?

Uma das enfermeiras me ajudou a levantar. Eu estava com um pano e fitas no nariz. Eu não estava sentindo nada, nem minha boca direito. Ela  mandou eu ir me vestir e assim eu fiz.

Vestí-me com minhas roupas que estavam em cima de um banquinho e peguei as minhas coisas, saindo até o local de espera do hospital.

Quando cheguei lá, todos os meus agora ex-amigos estavam sentados pelo corredor. Meu pai e minha mãe estavam com cara de choro e quando me viram correram me abraçar.

— Sabe mãe... Eu devia ter ficado em casa com você. — Dei um leve sorriso e comecei a chorar.

— Você não teve culpa meu amor. — Ela me apertou forte.

Tentei procurar Shawn pelos meus ex-amigos, mas ele não estava lá. Nem Cameron e nem Nash estavam.

— Eu nem sei o que te dizer amiga. — Maria Vitória veio e me abraçou.

— Não precisa dizer nada.

— Saiba que eu te amo muito. — Ela sorriu e beijou minha bochecha.

— Obrigada.

Meu pai chegou ao meu lado e deu-me um abraço.

— Amora está cansada. Vou levá-la pra casa, quando quiserem ir visita-la podem ir. — Meu pai deu um meio sorriso.

Me despedi de todo mundo e fomos embora. Durante o percurso até minha casa, chorei feito uma criancinha para meu pai e minha mãe. Tanto por conta do que aconteceu, quanto pela dor que eu estava sentindo em meu nariz.

Cheguei em minha casa e corri até o meu quarto. Joguei pela janela o maldito buquê, rasguei em mim pedaços a carta de Shawn e coloquei todo o chocolate no lixo.

Deitei em minha cama exausta e caí no sono.

Sexy Girl × Shawn Mendes Onde histórias criam vida. Descubra agora