Três - Você aqui?

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- Sabe sempre amei locais que fossem perto da praia... Meu pai surfava então sempre me lembro dele quando estou em lugares assim. – Concordei encarando o caminho de frente a mim. Já fazia algumas horas em que andávamos neste carro para um local que Min Ah afirmava que sabia onde era. Começava a suspeitar de que não sabia nada.

- Desculpa a grosseria, mas você sabe para onde estamos indo? – Sorri ao vê-la gargalhar. Queria voltar para a minha casa, isso sim.

- Claro que sei, conheço esse caminho decorado. – Sorriu. – É um dos únicos locais para festas onde tem um lago dentro. – Limpei a garganta concordando voltando a encarar o caminho que parecia não ter fim.

- Porque escolheu este local? Digo, ele tem alguma memória emocional para você? – Perguntei.

- Meu aniversário de vinte anos foi neste local. – Sorriu. – Ele era no começo, ainda havia algumas construções a mostra, mas foi tão especial que ainda guardo com carinho este local. Hoje em dia deve esta completamente reformada, mas antigamente ele se tornou especial por coisas pequenas, por momentos. – Concordei entendendo seu motivo.

- Interessante. – Suspirei notando que aquilo me fez pensar.

Há alguns anos morava sozinha. Minha mãe mudou-se para o interior junto com minha irmã mais nova, meu pai havia saído de casa com uma mulher mais nova e hoje em dia morava na França com sua nova família. Contudo, a minha maior lembrança era de caminhar pelas ruas de Seul quando estava nevando junto com o meu pai. Ele me mostrava cada coisa que para ele era interessante na cidade, e eu achava tudo aquilo incrível, cada coisa que ele mostrava era quase uma obra de arte para mim, ele era o meu maior exemplo de vida.

Quando o mesmo foi embora senti que não poderia confiar em homem nenhum até o dia da minha morte, e literalmente não acreditava em homem algum. Sempre que andava pelas as ruas de Seul lembrava-me do meu pai e das suas palavras que me faziam sentir que poderia viver momentos bons para sempre.

Naquele período em que minha mãe mudou-se para o interior com minha irmã mais nova por não se sentir bem vivendo em Seul, simplesmente me fechei para tudo e todos. Ia para festas da faculdade, mas não me envolvia com ninguém, sempre fugia de qualquer contato mais intenso com alguém, nunca permitia alguém chegar a dois passos mais próximos a mim, eu era um caixão emocional, homem algum teria nada de mim. Porém, naquele dia, naquele período em que odiava todos do sexo masculino foi o momento em que conheci Chanyeol.

SEUL, 27 DE FEVEREIRO DE 2013

Meu ouvido doía, mas eu não queria sair dali. Era a festa de inicio de semestre da faculdade de arquitetura, e me recusava perder algumas destas festas, caso perdesse seria chamada de estranha no dia seguinte. Era como uma proteção para o meu ego.

- Qual seu nome? – Parei de me mover quando ouvi uma voz masculina no meu ouvido. Porque simplesmente não me deixam em paz?

- Você não precisa saber. – Limpei a garganta voltando a me mover conforme a música que tocava.

- Porque não me diz seu nome? Não fica com medo! – Falou se aproximando. Aquele cara parecia um inseto, mesmo que você o espante sempre voltava para continuar enchendo o seu saco.

- Porque eu não quero que você saiba. – Sorri me afastando mais uma vez.

- Mas eu perguntei, eu quero saber.

- Mas eu não quero lhe dizer. – Porque ele só não ia embora?

- Costuma ser sempre grossa assim? Porque olha, eu até que gosto. – Sorriu falando no meu ouvido mais uma vez. Não, eu não era obrigada a aguentar aquilo.

Boyfriend Material | PCY, Chanyeol, EXOOnde histórias criam vida. Descubra agora