Capítulo 6

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O memorial de Josh foi na praça da cidade.

Tínhamos que subir no palco da concha acústica, e ficar de pé em frente a um microfone. Tínhamos que ter preparado um discurso sobre como as pessoas que foram mortas eram importantes pra nós. Tínhamos que estar preparados psicologicamente pra isso. O problemas é que única coisa que eu queria era dizer o quanto tudo aquilo me assustava, o quanto minha mãe estava arrasada pela morte da filha perfeita dela, e o quanto eu queria que Alíce estivesse viva agora, ela saberia o que dizer, como agir e o que fazer. Mas ela não estava ali, e o prefeito pigarreou alto e fez um gesto indicando que eu não podia apenas ficar ali parada. Eu tinha que falar alguma coisa.

Os familiares daqueles que morreram estavam de pé na primeira fileira da grande multidão que estava ali. Todos me olhavam como se esperassem que eu dissesse algo que os reconfortassem. Mas eu não podia fazer isso. Não podia curar a dor deles por que eu também estava com a mesma dor.

- Alíce... - eu começei. Natan estava de pé ao lado da minha mãe, ele fez um gesto com mão me encorajando a continuar - Alíce, não era uma menina normal. Ela amava essa cidade, ela adorava passar de carro pelas ruas e cumprimentar todos, e sorrir pra todos. Ela com certeza tinha um parafuso a menos! Quem em sã consciência é tão gentio. 

Naquele momento todos olhavam pra mim, olhos cheios de lagrimas. Eles não conheciam Alíce como eu. Eles a viam como se ela nunca tivesse feito neda de errado,o problema é que Alíce, assim como todo ser vivente, tinha defeitos. 

"Ela costumava tomar café todos os dias naquele barzinho da esquina da praça" eu disse e apontei pra bar que agora estava fechado. O dono do lugar estava no meio da multidão e balançava a cabeça positivamente, concordando com o que eu dizia. " Alíce costumava dizer uma frase que todos nós decoramos:

Sandville é o meu lar, o lar de Alíce, e por isso é um lugar de maravilhas"


Todos repetiram a frase junto comigo. Alíce dizia aquilo pra todos que conhecia. Ela insistia que o Pais das Maravilhas era real. 

"Ela era  a verdadeira Alíce nos pais das maravilhas. A diferença é que o nosso pais das maravilhas tem um assassino a solta. E quem quer que seja, esse canalha vai pagar caro por ter levado nossa Alice."

Assim que terminei o discurso o prefeito veio me dar uma abraço de consolo, mas eu desviei dele. Não estava com paciência pra abraços solidário.

Quando desci as escadas da colcha, vi Melanie e Alana. No inicio eu achei que elas estavam apenas abraçadas. Mas depois de olhar direito vi que elas estavam se beijando. Não do tipo de selinho que as "amigas" dão umas nas outras, era um beijo "quente". 

Enquanto eu as olhava meu telefone vibrou. Mensagem de texto. Natan.

Onde você está? Sua mãe esta formando um rio no meu ombro :(

Antes que eu pudesse responder uma nova mensagem chegou. Dessa vez não era Natan. Era um número desconhecido.

Belo discurso. 

Achei que fosse alguém me parabenizando pelas palavras que eu tinha acabado de dizer.

Obrigada! Mas não fui eu quem escrevi o discurso, foi Natan O'dills.

A resposta veio rápida demais, como se a pessoa do outro lado não esperasse que eu respondesse.

Eu sei! Também sei que você não era muito fã da sua irmã. Espero ter te feito um favor quando eu a matei. 

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Fiquem com esse final dramático e cheio de suspense, enquanto eu tomo outro gole de café e crio coragem pra começar e escrever o próximo cap. Sai na quinta!

The Best KillerOnde histórias criam vida. Descubra agora