The Best Killer

Capítulo 9

O código 02413 foi uma coisa que Natan e eu inventamos nas férias de Julho. Ele tem vinte minutos para colocar todo que é importante para mim em um lugar seguro e depois vir me encontrar, e visse versa.

Naquele momento eu estava molhada e com a moral tão baixa que sentia meu corpo inteiro se diminuindo. O cheiro de carro novo e as janelas, que eram tão limpas que pareciam ser apenas um buraco na porta do carro, faziam um contraste enorme com o ser sentado no banco do carona.

Eu tremia da cabeça aos pés e por mais que eu tentasse falar as palavras simplesmente não saiam.

Passamos por algumas ruas que eu não conhecia. Dobramos em um beco sem saída e o carro de Natan começou a desacelerar.  Assim que o carro parou Natan se virou para mim. A princípio eu achei que eles quisesse respostas, mas olhando nos seus olhos eu vi que tudo o que ele queria naquele momento é que eu ficasse bem. Não havia questionamentos no seu olhar, e quando ele falou comigo usou seu tom doce e calmo, como se quisesse me mostrar que não havia motivos pra estar com medo. Eu queria acreditar nele, mas eu sabia que não era verdade. Meus amigos estavam sendo caçados e tudo que eu podia fazer era coletar seus corpos.

- Lorena, eu ainda não sei o que esta acontecendo, mas eu acredito que tem um ótimo motivo pra que eu precisasse levar sua mãe pra minha casa durante e memorial - Natan disse. O código 02413. Ele levou minha mãe para o lugar mais seguro, e não existe lugar mais seguro em Sandville do que a casa do ex-xerife Call. Por um minuto meu coração ficou mais calmo, minha mãe estava em segurança!

-Natan, a pessoa que matou Alíce esta me ligando. Eu não sei quem é e nem sei porque ele matou Alíce, mas ele esta caçando os meus amigos. - Eu disse quase sem respirar. O olhar de Natan era confuso e ele parecia querer dizer algo. Sua boca abria pra dizer alguma coisa, mas logo fechava com uma evidente frustração.

Por fim ele apenas assentiu com a cabeça.

- Ele disse que pode ver tudo o que eu faço, pra quem eu ligo e com que eu falo. - Eu continuei, precisava falar com alguém. Eu sabia o risco que Natan estava correndo ao receber essas informações, mas uma parte minha, uma parte muito egoísta, queria contar tudo pra ele e aliviar o fardo.

- Precisamos  ver o Bug, se tem alguém te rastreando. O Bug pode dar um jeito! - Foi tudo que Natan disse. O apoio dele veio tão rápido e  tão gratuito que eu quase chorei de alívio. Eu não estava sozinha nessa.

E já tinha pensado em falar com o Bug mas tinha problemas mais urgentes pra resolver.

- Alana e Melanie estão em algum lugar.  A voz me deu 24 horas pra salvá-las antes que elas morram afogadas. Mas eu já fui no cais e elas não estavam lá. E a voz disse que eles devem ter mais alguns minutos de vida! Não temos tempo pra procurar o Bug.

- Eu sei onde elas estão!- Natan disse. Apenas isso. Não tive tempo de absorver cada detalhe daquela afirmação. Apenas seu olhar furioso enquanto ele dava partida. Natan não gostava da voz tanto quanto eu, mas algo na palavra "afogadas" fez com que um brilho furioso surgissem em seu olhar. Seja lá onde for, o lugar onde Alana e Melanie estão, é um lugar muito pessoal para Natan.

***

O caminho que Natan percorria não me era desconhecido, eu já tinha andado por ali uma vez.  A medida que avançávamos, o lugar me parecia mais e mais familiar. Quando Natan estacionou o carro eu entendi o por que dele estar tão furioso. Aquele lugar era um santuário.   Quem quer que fosse a voz, ela sabia dos nossos medos e ia usar todos eles contra nós.  

***

É isso meus lindo. O capitulo de hoje fica por aqui, e eu vou deixar esse super suspense com você. Morram de curiosidades e e aguardem o próximo capitulo. E apenas pra explicar o porque da falta de capítulos: Eu estou no hospital da Ulbra aqui em Canoas (RS) fazendo um tratamento de osteomielite. Mesmo assim eu vou postar capítulos novos sempre que der.