❇• Luíza •❇

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Nesses 3 dias, minha vida parece ter virado outra. Eu havia conseguido fazer meus pais pararem de brigar, eu havia terminado um namoro de quase 1 ano e não me sentindo culpada ou mesmo triste, e estava vendo as coisas em outras maneiras e possibilidades.

Era meio estranho, mas era algo do qual estava me fazendo bem. Eu nunca havia pensado desta forma em problema ou questão alguma, e agora estava fazendo dela minha maior aliada contra as dúvidas da minha vida. E graças a ele, ao Miguel.

Eu não poderia estar mais feliz em saber que eu tinha um amigo verdadeiro ao meu lado e que na verdade, estava mais preocupado com minha felicidade do que qualquer outra pessoa. Eu nunca parei para pensar, mas agora vendo em outras maneiras e possibilidades, Miguel sempre buscou me ver feliz e bem comigo mesma e até com as pessoas ao meu redor. Ele sempre buscou me fazer sofrer menos com as coisas - como ele mesmo disse -, inevitáveis da vida.

Parando melhor para pensar, ele que mais se preocupou comigo do que qualquer outro amigo, até mesmo do que o Eduardo. Mas por que essa preocupação toda comigo? Será que é   porque sou sua única amiga?

Deve ser isso. Mas tenho muito que agradecer à ele, pois foi com sua ajuda que eu consegui arrumar as coisas bagunçadas que estava em minha vida nesses últimos dias. Estava me sentindo mais tranquila e também mais feliz. Eu sei que deveria estar jogada na cama chorando ou até mesmo pensando na vida como aconteceu ontem de madrugada, mas eu estava me sentindo ótima como há tempos não me sinto.

Sei que parece egoísmo meu, mas eu acho que mereço essa felicidade por enquanto, já que ultimamente minha autoestima estava bem pra baixo.

Fui até a casa do Miguel que ficava apenas duas casas depois da minha. Sua mãe, a dona Sandra que abriu a porta quando bati. Assim que me viu, logo me abraçou. Ela me adorava, assim como adorava ela.

- Filho, olha quem esta aqui? - Gritou para ele.

- Estou indo. - Ele gritou de volta.

- Quer comer um pedaço de bolo querida, fiz quase agora? - Pergunta, me levando até a cozinha.

- A senhora acha que recusaria um bolo seu?

- Adoro quando você diz isso. - Ela me abraça. - Vou pegar e levo para você e o atrapalhado lá. Pode ficar a vontade, você já é de casa. - Diz, com um sorriso bondoso no rosto, enquanto pega os pratos e os copos.

- Valeu tia Sandra. - Agradeço.

Fui até o quarto dele e bati na porta. Ele abriu e logo sem camisa, me deixando meia constrangida. Eu já vi muitas vezes ele sem camisa, mas eu não sei o porque estou reparando melhor em seu corpo como nunca fiz.

Seu abdômen era um pouco definido, e seu peito havia alguns pelos se formando, dando uma pista de como seu corpo ficará bonito no decorrer da sua maturidade. Havia algumas gotas de água descendo sobre seu corpo, e o cheiro que vinha dele, fez minha respiração ficar mais aguçada.

Seus cabelos negros estavam molhados e baguncados de um jeito que o deixava bem bonito. Ele sorriu para mim e as covinhas da qual tanto amava apareceu, fazendo meu estômago dar um embrulho estranho. Meu coração começou a acelerar e minhas mãos suar.

Resolvi entrar no quarto e procurar não olhar mais para seu corpo, algo que estava ficando quase impossível.
Para o meu alívio ele mal notou, ou pelo menos fingiu não notar.

- E ai nanica. Já estava com saudades de mim? - Ironiza assim que se vira para mim, já vestindo uma camisa preta do Slipknot.

- Nem se quisesse. - Digo com um sorriso brincando em meus lábios.

- Assim você me magoa. - Faz um beicinho colocando uma mão sobre o peito, em um teatro mega fingido.

- Só vim pelo bolo da sua mãe, senão estaria em casa agora. - Digo quando vejo sua mãe entrar com uma bandeija em mãos.

- Olha, estou com mais moral do que você em, filhão? - Ela diz, sorrindo para nós dois.

- Depois que eu virar um master chefe, você não corra atrás de mim, ouviu nanica abusada. - Diz, dando um beijo na testa de sua mãe.

- Agora quem ficou magoada fui eu. - Digo, colocando a mão no peito e tirando uma risada gostosa dos dois e até mesmo de mim.

A dona Sandra nos deu licença e ficamos ali, comendo o bolo maravilhoso de cenoura dela que me fazia revirar os olhos de prazer. Miguel sempre sorria quando fazia isso, e eu sempre ficava sem graça, como agora.

- Adoro quando você fica com vergonha. - Diz, olhando para mim com aqueles olhos azuis.

- Por quê? - Pergunto.

- Porque eu gosto de ver como você reage por algo que digo.

Se meu rosto pálido já estava corado, agora estava da cor de um tomate. Abaixei meu olhar para o prato que estava sobre meu colo e fiquei até sentir meu rosto parar de queimar.

- Seu aniversário está chegando né? - Pergunta, mudando de assunto para o meu total alívio.

- Sim. Estou nervosa e ansiosa. - Afirmo.

- E eu mais ainda. - Balbucia.

- Por quê? - Franzo o cenho, confusa.

- Nada de mais. - Dá de ombros.

- Sei... - Arqueio minha sombrancelha.

- Quer ir à praia comigo? - Ele muda novamente de assunto. Ele está me escondendo algo, mas resolvo deixar para lá.

- Claro. Só vou em casa pegar meu biquíni e meu protetor solar. - Digo.

- Ok. Enquanto isso vou tentar convencer minha mãe a me emprestar o carro.

Sai correndo para casa e avisei para minha mãe enquanto pegava as coisas no meu guarda roupa e jogava em uma bolsa. Dei um beijo nela antes de sair de casa e segui para a casa do Miguel.

Ele pegou a chave do carro e seguimos para o mesmo. A praia ficava 20 minutos de carro. No caminho, cantamos Charlie Brown Jr e o Rappa. Miguel tinha uma voz incrível, algo que eu adorava ouvir quando ele cantava. Fiquei em algumas músicas admirando sua voz e olhando a paisagem que havia à caminho da praia. Assim que chegamos, passei protetor solar em mim e nele antes de entrarmos na água. A praia do Guarujá estava com um número menor de pessoas do que dos finais de semana, quando parece que a praia é um enorme bolo e as pessoas as formigas.

Brincamos e nadamos no mar por quase 1 hora, depois voltamos para a areia. Levamos alguns aperitivos para comer e também água e suco. Enquanto comíamos, ficamos olhando aquela paisagem até à tarde, quando admiramos o pôr do sol.

Era lindo de se ver, mas que infelizmente era sempre rápido aquele espetáculo que Deus fez. Voltamos para casa já de noite, mas claro não muito tarde. Cheguei em casa com um sorriso bobo no rosto e com um bronzeado maravilhoso.

Assim que abri a porta, vi meus pais dançando na sala e sorrindo um para o outro, me deixando completamente surpresa. Deixei que a música acabasse e fui abraçá-los. Tomei um banho, me troquei e jantamos em familia, como nos últimos dias não fazíamos.

Depois disso, eu deitei na cama, mandei uma mensagem de boa noite para o Miguel e depois dormi, mas com um tímido e verdadeiro sorriso no rosto para me acompanhar.

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