É... eu sei que estou agindo como um perfeito idiota, olhando embasbacado e com um sorriso estúpido tatuado em meu rosto. Mas o que eu poderia fazer? Controlar o ritmo acelerado do meu coração era impossível. E pelo jeito ocultar a felicidade em meu rosto também era. Não era algo fácil de fazer tendo em vista estar diante da pessoa pela qual sou loucamente apaixonado. Mas apesar disso, admito que estou meio perdido, a cabeça girando em torno de tantas informações.
Após nosso beijo cheio de paixão e saudade, eu finalmente fui obrigado a voltar à realidade de que estava ali para trabalhar. O assunto pessoal ficaria para mais tarde. Com uma calma impressionante Dylan... ou melhor, Deborah se sentou novamente em seu banco e me convidou a sentar ao lado dela. Enquanto me explicava o ritmo de trabalho e sobre o que estava pesquisando, eu permaneci a encarando embevecido, meus olhos traiçoeiros a todo instante se desviavam para seus lábios, me fazendo suspirar como se eu ainda fosse aquele adolescente estúpido de anos atrás.
— Você não está ajudando, Edward.
A voz suave me trouxe de volta a realidade.
— Eu sei, mas você não pode me culpar por querer beijar você a todo instante.
Seu rosto enrubesceu e ele mordeu os lábios.
—Eu preciso contar que já nos conhecemos. Eu não gosto de ficar escondendo as coisas e... eu não sei se seremos capazes de esconder isso por muito tempo.
— Acha que Steven não aceitará colegas de trabalho se envolvendo?
— Desde que não interfira no trabalho, acho que ele não se importa. Ele... ele sabe sobre mim.
— O que? Que você...
— Sim. Eu preferi ser honesta a ser humilhada mais tarde. Infelizmente ainda existem empresas que discriminam funcionários na mesma condição que eu. Então quando fiz minha entrevista com ele, acabei contando.
— E logicamente ele não se importou.
— Não. Tanto que estou aqui.
Ele disse e riu me fazendo rir também, mas em seguida eu fiquei sério e franzi minha testa. A ideia de saber que Dylan sofreu tanto me deixava mal.
— Teremos tempo para conversarmos sobre isso. Vamos continuar aqui?
Eu lhe roubei um beijo antes de voltar a me concentrar no que dizia. E não foi difícil ter minha atenção voltada para o trabalho. Eu fiquei realmente fascinado com o que trabalharia a partir de agora. Eu perdi a noção do tempo enquanto ouvia atentamente qual seria a forma de trabalho e as descobertas já feitas. Só me dei conta de que não estávamos mais sozinhos quando ouvi um pigarro e ergui a cabeça.
Diante de nós estavam dois rapazes e uma mulher. Os dois eram altos e bem-apessoados, sendo um loiro e o outro tinha cabelos castanho-escuros. A mulher era alta, bonita e tinha longos cabelos castanhos cacheados. Notei que ela me sorria maliciosamente, mas os dois homens me olhavam com curiosidade.
— Ei pessoal. Esse é Edward Harris, nosso mais novo colega. E esses são Raymond, Gino e Carmem.
Eu me levantei e os cumprimentei, me sentindo meio constrangido diante do olhar predador da mulher.
— Seja bem-vindo Edward. Será um prazer trabalhar com você.
— Obrigado Carmem.
— Então nossa Debbie já lhe mostrou as maravilhas que fazemos aqui, hã?
O tal Raymond falou me deixando incomodado. Nossa Debbie o caramba. Ela é minha. Olhei de relance para ela e vi suas bochechas novamente coradas. Era só o que me faltava descobrir logo de cara que havia alguém interessado no que era meu.
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Amor sem gênero - Série amor sem preconceito
RomanceEdward e Dylan. Uma amizade forte, sincera, quase inabalável. Amigos para sempre se a paixão não os pegasse de surpresa. Medo, vergonha, covardia... preconceito. Sentimentos que levaram a uma atitude desesperada de fuga, uma tentativa de esquecer aq...