Capítulo 3

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A Daise viu que eu tinha travado e me deu um empurrãozinho para o palco.
Logo senti uma luz me iluminando e tinham uns velhos me encarando esperando que eu começasse a dançar, uma música estranha começou a tocar e eu estava perdida sobre como eu dançaria, eu tentei imitar a Daise e inventei uns passos meus e quando acabou a música não ouvi nenhum grito e nem aplausos, eu sai dali e fui pro camarim.

Eu estava com medo, com medo do que poderia acontecer comigo.

Ele entra furioso dentro do nosso "camarim" e me pega pelos cabelos me levando pra perto dele.

— Aquilo foi uma piada.— Ele grita me dando um tapa na cara.— Você vai aprender a fazer seu trabalho direito, ah se vai.— Ele segura forte no meu braço me encarando com fúria.

— Para.— Começo a chorar tentando me soltar dele.

— Sem dar um pio sua vadia imprestável.— Ele me puxa dali de dentro e me tira da boate.

Ao chegar no carro, ele me joga no banco de trás e fecha a porta com força entrando no carro e da a partida. Eu só sabia soluçar, eu não tenho culpa de não saber essas coisas. Ele dirigia rápido pela estrada e ele bufa mandando eu calar a boca e liga uma música alta, isso só me fez chorar mais.

Eu preciso me libertar, eu não quero ficar perto desse homem.

Ele quase atropelou uma menina e nem se importou, eu estava com medo, o que ele iria fazer comigo ? Onde meu pai me meteu?
Eu tenho que fazer o que esse cara quiser, se eu não fizer serei punida. Eu não sei fazer o que ele quer, eu não sei dançar como a Daise, eu não sirvo para isso.

Por que ele não me deixa em paz e aceita o pagamento parcelado?

Ele para o carro no quintal de sua casa e me puxa pelo cabelo me arrastando até o quarto que eu estava antes.

— Agora você vai aprender a fazer isso do jeito que eu gosto, senão você não sairá daqui viva.— Ele diz me encarando sério e abre uma gaveta pegando um kit de facas de todo tamanho e põe em cima da mesa me fazendo começar a ficar desesperada.

— O que você vai fazer? Por favor, eu não sei fazer aquilo.— Soluço me encolhendo.

— Então é melhor aprender se quiser sobreviver aqui.— Ele diz sério e pega um pequeno canivete e o roda com seus dedos e me encara por uns segundos de forma fria me fazendo estremecer de medo.— A primeira regra desse lugar, aprenda a fazer as coisas do meu jeito, ou então eu farei você se arrepender de ter nascido.— Ele solta uma risada maligna e passa o canivete lentamente sobre minha coxa fazendo um corte raso na mesma, eu soluço e o encaro.

— Por favor, para.— Sinto a minha perna começar a arder.

— Se pedir pra parar será pior.— Ele sorri de uma forma assustadora e passa o dedo sobre a ferida. espalhando o sangue.— Escolhe um número.— Ele diz concentrado no meu corte

— Um número?.— Engulo em seco.— O número um.

— Número um? Esperta você. Pena que eu prefiro o número seis.— Ele solta uma gargalhada e enfia o canivete em minha perna o rodando me fazendo gritar, ele o tira dali e enfia de novo e em outro lugar de minha perna e faz isso mais quatro vezes. Eu estava sangrando e me sentia cansada de tanto gritar, ele me encarava com fúria e minha respiração se encontrava acelerada. Eu me sentia tonta e só queria que aquilo acabasse.

— Eu espero que depois disso, você aprenda a fazer as coisas do jeito que eu mando.— Ele me puxa pelos braços me jogando na cama e sai de lá batendo a porta.

Eu queria chorar, queria muito pois estava sentindo uma dor na qual nunca senti antes na minha vida. Não só a dor interior, a exterior mesmo. Minhas pernas doíam muito e estavam sangrando, eu me sentia tonta e fechei meus olhos devagar respirando fundo. Como vim parar aqui? Por que a vida foi tão injusta a ponto de me fazer parar nesse lugar horrível?

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