Capítulo 4

24 5 21
                                    


Os dias foram se passando e o cara misterioso que veio me ajudar agora  tinha nome, ele se chama Danilo e ao contrário de seu chefe, parece ser uma boa pessoa. Durante algumas noites a Jazmyn fugia de seu quarto para me trazer lanches escondidos e para a nossa maior sorte, ela ainda não foi pega por ele. Nos dias em que ele estava de bom humor, aquela mulher, a tal de Nicole, era obrigada a me trazer comida. Porém, nos dias em que ele estava irritado, nem ao menos um copo de água eu recebia.

Meus ferimentos da perna começaram a cicatrizar, a demora foi um pouco maior pelo fato de que ele proibia que me dessem qualquer tipo de medicamentos, o que fez dos meus dias torturantes com a dor que os ferimentos me faziam sentir. Algumas vezes, que eram raras, o Danilo conseguia esconder e me dar algum comprimido, porém eram raros e na maioria das vezes eu tinha que dormir com dor e os únicos remédios que o Justin permitia eram anticépticos para secar os pontos.

Depois de todos esses dias de tortura, eu finalmente pude tirar aqueles pontos e meus machucados já estavam curados, apenas as cicatrizes continuavam ali e creio que não saem mais, porém pelo menos já estou bem e irei me esforçar para não sentir isso novamente.

Assim que minha perna ficou boa, minha mais nova missão era aprender a dançar, custe o que custar, eu tenho que aprender para poder sair desse lugar o mais rápido possível.

Quando a noite em que eu voltaria a me apresentar chega, eu estava nervosa e com medo, eu espero que isso não me atrapalhe pois não quero sofrer mais nas mãos desse maluco.

Quando dá um certo horário, a Nicole entra com aquele sorriso sarcástico dela em que só aumenta a minha raiva por ela, a mesma abre o armário tirando uma lingerie preta dali de dentro e uma cinta liga que combine e pega o vestido da mesma  cor e joga sobre a cama, ela pega toda aquela maquiagem e põe sobre a penteadeira e me encara.

— Já tomou banho? Seus clientes não vão gostar de ver a mais nova diversão deles fedendo a cachorro molhado.

— Esse já é o seu cheiro né?.— Ri irônica.— Por isso ele te colocou pra ser empregada, nem ele aguentava seu cheiro

— Eu sou a segurança pessoal dele, pirralha abusada. Escute caladinha, se não quiser ficar de cama mais umas semanas pra aprender a obedecer de cabeça baixa

— Segurança pessoal dele? E te faz vir aqui me servir?.— Gargalho.— Faça isso, acho difícil ele permitir que você faz isso comigo, já que eu não estou aqui de férias, vim pra trabalhar. Agora saia do meu quarto, tenho que arrumar para o seu chefinho.— Sorrio irônica

—Então boa sorte, se ficar horrorosa, não me chame para reparar seu erro.— Ela sai dali e bate a porta. 

  Eu ri e vou para o banheiro, me dispo e vou direto para o box. Tomei o meu banho e me lavei bem, lavei meu cabelo e quando terminei me sequei. Vesti a lingerie preta e a cinta liga e em seguida vesti o vestido. Sequei o meu cabelo e o deixei liso, escovei os meus dentes e fiz uma maquiagem escura e deixei a boca vermelha. Calcei o salto e fui para o quarto e esperei me chamarem. A porta se abre e eu prendo a respiração, toda vez que esse homem entra meu corpo todo se tenciona e meu medo se manifesta, quando ele apareceu eu o encarei um pouco assustada e ele me encara sério.

— Então quer dizer que dispensou minha segurança pessoal? Isso poderia te causar sérios problemas.

— Ela quis vir me humilhar e ainda me ameaçou, não queria a ajuda dela.

— Está ficando abusada, quando for castigada não quero ouvir choros. Agora vamos sair daqui antes que eu te arraste.

   Eu não o respondo e começo a sair na frente, desço as escadas e encontro a Nicole com a cara debochada, eu reviro os olhos e ando até o carro. O Justin entra junto com a Nicole e o motorista deu a partida. Todos foram o caminho inteiro em silêncio e quando chegamos o Justin segura meu braço e me tira do carro me levando para a entrada da boate, o  segurança o cumprimenta liberando a entrada e ele me leva lá para dentro passando pela pista e entrando pela lateral do palco até os camarins. Quando entramos, algumas dançarinas me encararam soltando algumas risadinhas e outras apenas encaravam curiosas.

— Qual a graça? Essa porra virou circo por acaso?. — Ele pergunta as encarando sério e as mesmas as encaram com os olhos esbugalhados e param de rir imediatamente, isso me trás a mente o que será que esse homem fez com elas para ser tão temido assim. Provável que parecido com o que fez comigo ou até pior.— Daise, explique as regras para a novata para que não tenhamos mais problemas. Espero que dessa vez faça direito.— Ele me encara sério segurando meu rosto com força e sai dali em seguida.

— As regras são simples.— Ela diz vindo até a mim.— Você já deve saber que o chefe não tolera erros então isso não preciso explicar. No meio da música você deve tirar seu vestido e deixar com que os caras ponham dinheiro em sua lingerie, porém, se algum tocar em sua perna ou em qualquer parte do seu corpo antes ou depois que colocar o dinheiro, procure o chefe com os olhos e pisque dando um meio sorriso que ele saberá o que significa, se você não fizer isso e alguém denunciar, quem paga é você.— Ela diz com a expressão séria.—Se você receber muitos aplausos e conseguir uma boa quantia, pode ser que uma parte do dinheiro seja permitida a ficar com você. Não transe com nenhum cliente, porém sempre mantenha um sorriso no rosto enquanto estiver no palco. Caso não cumpra algo do que eu disse, você já deve ter uma ideia do que pode acontecer. Agora se posicione e espere sua vez chegar.— Ela diz saindo dali.

  Eu fico parada atrás da cortina e coloca a mão na minha coxa esperando o meu nome ser chamado.

— Essa noite temos novidades, ela se apresentou umas semanas atrás ela se apresentou aqui e não se deu muito bem. Vamos ver se essa noite vai ter melhoras.— A mulher fala e todos os homens do lugar começa a ri.— Com vocês, diabinha.


No More BetsOnde histórias criam vida. Descubra agora