Boneco Impertinente

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— Na véspera de Natal compramos um boneco do Papai Noel, daqueles que tocam uma musiquinha enfadonha e por vezes, impertinente

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— Na véspera de Natal compramos um boneco do Papai Noel, daqueles que tocam uma musiquinha enfadonha e por vezes, impertinente.

  O objeto serviu para decoração da casa até concluir a ampla comemoração. Assim, encerrados os festejos, o colocamos no fundo do meu guarda-roupa, visto que não haveria significância por mais longos meses já que meus pais não demoram muito a retirar e desmontar as decorações do Natal, como muitos o fazem.

   Houve um momento em que eu estava deitado, completamente plácido, sem qualquer expectativa de algo estranho me ocorrer, obviamente — como muitos sempre estão antes que algo horrível e medonho lhes aconteça — e comecei a escutar uma música ao longe, um tanto quanto baixa. Algo me dizia que era familiar, mas pensando que era na rua, ignorei; entretanto, o barulho permaneceu até as três horas da madrugada.

  Uma vez que me levantei para algo — que não me recordo no momento —, caminhei em frente ao guarda-roupa, o que ocasionalmente fez a música ficar cinco volumes mais alta. Estranhando o acontecimento, abri o móvel e avistei o pequeno Papai Noel, com sua melodia, dançando roboticamente de modo simultâneo.

  Em seguida, um pouco entediado, tentei desligar o objeto incômodo; no entanto, o que percebi me fez paralisar por completo. 

   Não havia pilha alguma.

  Extremamente estático e assustado, apenas fiquei observando a decoração em minhas mãos. Eu definitivamente não sabia o que fazer, tampouco o que estava acontecendo.

  O fato me deixou em completo choque pelo que pareceu uma eternidade. A música realmente vinha do Papai Noel. Mas como?

  Assustado, joguei-o no lugar de antes e fiquei sem dormir pelo resto da madrugada, com um forte medo de que algo a mais aconteça, além das dúvidas invadindo minha consciência, tornando-me um enorme caos interiormente.

  Amanhecido o dia, quebrei o boneco sigilosamente para dizer à minha mãe que o mesmo era inútil e não funcionava mais.

  Dito e feito, avisei-a e joguei o objeto fora.

  — Que horror! — Juliana exclama.

  — Já ouvi muitos casos de bonecos, geralmente eles voltam para a pessoa mesmo ela tendo o jogado fora — diz Diego, tentando assustar o amigo como forma de diversão.

   Um silêncio reina enquanto ambos se fitam, seriamente.

  — Quer dizer que ele pode estar na minha casa?!

  — Não sei... Será? — O garoto sorri lentamente, se divertindo com a dúvida e medo do amigo.

Baseado na experiência do meu amor, Rodrigo

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Baseado na experiência do meu amor, Rodrigo.

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