A Noite dos Contos

Máquina de Alinhavar

Diego arruma sua postura e inicia sua fala:

— Minha tia sempre me disse que quando se escuta o farfalhar de uma máquina de alinhavar é porque está sendo produzido o manto de morte de alguém, ou seja, que alguém está próximo de seu falecimento.

Eu nunca levei muito a sério porque para mim era apenas aquelas coisas típicas que as avós e as tias dizem sempre, mas que estão longe de acontecerem de verdade por serem mais superstições do que fatos em si.

Mas aquela noite foi contra tudo que eu acreditava.

Acordei com o barulho da máquina que parecia vir da minha sala. Obviamente eu gelei na hora e busquei todos os motivos pra não acreditar no que estava ouvindo e voltei a dormir.

Porém, pouco tempo depois acordei novamente com aquele mesmo barulho.

E dessa vez eu mal tinha calma.

Meu coração estava muito acelerado e ficava me perguntando constantemente como minha irmã e meus pais não acordaram com aquele barulho.

Eu suava frio, mas conforme os minutos se passaram, o coração se acalmou e o medo aliviou, mas de forma alguma eu me arriscaria ir para a sala.

Como havia falta de coragem de minha parte, apenas me encolhi na cama e voltei a dormir, com muito esforço, mas voltei.

E para piorar, na manhã seguinte recebi a triste notícia de que minha avó paterna havia falecido.

Diego finaliza sua história e estreita o olhar para sua irmã Elisa, como um convite para ser a próxima a contar algo.

Ela percebe e automaticamente começa a relatar sua experiência, porém um estrondo de objetos caindo ao chão se propaga entre a cozinha e o local em que estavam.

Os adolescentes se entreolham confusos e apavorados.

— Alguém quer ir averiguar? — Karen questiona tentando transparecer coragem, mas falhando miseravelmente.

— Acho melhor a gente continuar aqui e amanhã vemos — proferiu Isabelly e todos parecem concordar — continue Elisa.

Baseado na experiência de Ana Santos.