A Noite dos Contos

Vozes

— Eu estava doente naquele dia, então já se pode prever que não foi um dia muito bom, e como forma de divertimento, creio eu, resolveram estragar meu momento de paz, minha noite...

Era madrugada e não havia nenhuma luz acesa na minha casa, nem mesmo abajur ou a típica luz do banheiro pra acalmar os medrosos no cantar da noite.

Sem dúvidas facilitou o caminho do meu "visitante noturno."

Enquanto dormia, diversas vozes de gêneros diferentes e tons diferentes se misturavam em meus ouvidos. Eu não consegui discernir o que elas diziam.

Apenas sei que a mistura de todas aquelas vozes me acordaram com um susto, me fazendo sentar na cama completamente confusa.

E como se já não bastasse ter me acordado daquele modo, um vulto branco passa do corredor para o banheiro, bem em frente a porta aberta do meu quarto.

Não era um vulto comum, não era aquele vulto rápido.

Era como se fosse alguém com um vestido branco e a ponta desse vestido aparecesse entrando no banheiro de minha casa.

Como se o espírito não estivesse com pressa alguma e que enquanto eu me sentava na cama, ele estivesse caminhando, mas por sorte minha eu só vi a pequena parte de seu vestido ao adentrar o pequeno cômodo.

E por ser tão real, pensei que era minha vó, pois ela usava camisola branca naquela noite.

Por instinto, a chamei diversas vezes, mas minha expressão se tornou mais confusa quando vi ela sair de seu quarto e perguntar o que eu queria, de forma extremamente sonolenta.

Logicamente perguntei se ela tinha ido ao banheiro, mesmo que não fosse possível ela sair do cômodo fora de minha vista e adentrar seu quarto. Então, como esperado ela negou e confirmou que eu tinha acabado de acordá-la — Elisa finaliza e aguarda algo sobrenatural acontecer como anteriormente.

Nada.

Nada ocorre.

Algumas vezes o silêncio pode ser mais assustador do que nunca, e eles sabiam disso.

Baseado na minha única e horrível experiência sobrenatural.