I | Parte 1

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Aquilo se tornou real, a partir do momento em que uma bruxa, havia dado a luz a uma menina, uma criança adorável aos olhos dos aldeões. Mas Corbus sabia o que havia trago para o mundo, um filhote de bruxa. Ele não desconfiava o que Helga escondia. Ele era lerdo, mas não lerdo o bastante para não perceber que tinha se envolvido com uma bruxa. Mas ele já estava longe quando a menina veio ao mundo.

9 meses antes

Corbus era um homem alto, barba feita — na maior parte —, cabelos grandes e negros, hidratados e lindos no sol. Mulheres caiam aos seus pés com seus músculos, frutos de um trabalho intenço nas colheitas das estações. Vem de uma família humilde, pobre, mas era respeitada pelo povo. Tal fôra a confiança quebrada devido aos acontecimentos ligados ao homem.

A pequena Sunamoon ficou assustada com a notícia. Ela se espalhava de boca em boca, não parava enquanto todos da vila soubessem (Talvez tenha percorrido até outros vilarejos). Sunamoon era uma vila pequena, mas grandes notícias percorriam por seus habitantes. E a notícia que abalou a todos abalou até Helga, sua esposa perante as leis de Deus.

“Corbus Jolanus afirmava que Helga queria abortar a criança contra a vontade dele." — Era a fala de muitos, pelo ao menos os primeiros que ficaram sabendo. O boato começou como um aborto. Mas em outras partes da cidade, o boato era de que Helga era uma assassina impiedosa que chupava sangue de cabra enquanto cozinhava restos de bebês.

Com tudo, todos se revoltaram com a notícia do possível aborto, ninguém se conformava com aquilo, pois, “nas leis de Deus" isso era pecado gravíssimo e imperdoável. Ela era sujeita até a um julgamento formado pela Inquisição De Cessa. Não bastavam as ameaças; cartas pedindo que ela se arrependa e volte para o caminho do salvador e pedras arremessadas na casa dela. E Helga, sofria sozinha e calada, pois a palavra dela não era nada diante às acusações. Embora Corbus não fosse acusado de nada, ele estava nervoso por ter mentido.

Pelos boatos odiosos alimentados pela fofoca, a nossa querida mãe Helga foi caçada e aprisionada, grávida de 3 meses. Parece que todos tinham ficado cegos, viam mais o aborto do que a possibilidade de ela perder o bebê dentro da cadeia da vila. Afinal os dois corria risco de norte. E a cadeia não é nenhum recanto para grávidas.

A cadeia era nojenta, entupida de ratos, aranhas e... baratas. O pior não era a sujeira e sim a acomodação de Helga. A pobre Helga dormia no chão, sem pia, sem espaço sanitário e nem mesmo cadeira para ter um lugar onde se sentar. A única fonte de luz era uma janela minúscula que era de frente para o depósito de dejetos e lixo da vila, e de outras vilas. De fato, e de todos os ângulos, o pior lugar para ser aprisionada. Mas Helga continuava plena e forte: faltava 1 dia para o susposto apedrejamento, mas Helga tinha planos para se manter viva e poder ter o filho.

Finalmente, ou quase isso, o dia final de Helga tinha chegado, uma angústia para ela e para outras pessoas também. Ela foi levada, atada, para a praça municipal (ainda com três meses de gravidez, um sensato ato dos inquisitores). Ela foi arramada em um poste de madeira,no meio da praça elevada, uma enorme humilhação.

Estavam todos prontos para lançarem suas pedras, de vários tamanhos e de vários tipos: calcário, brita, torrões de terra, cerâmicas, barro endurecido, etc. Aquilo era um equívoco, mas para eles era necessário. “Matar um aborteira para que o nome dessa vila não seja sujo por esse ser demoníaco!" — bom… eram essas a palavra do comandante, responsável pela vila. Quando o inquisidor estava pronto para dar a palavra, para que todos jogassem suas pedras, e Helga estava na beira de ser apedrejada, ela conseguiu rebater a tempo; se fingiu de vítima e afirmou ser violada, por aquele estuprador.

—Fui estuprada por esse homem! Maldito tarado! — era o que ela berrava na praça pública. — Ele fornicou antes do casamento contra a minha vontade! Não éramos nem casados… ele me estuprou!

Filha Da VingançaOnde histórias criam vida. Descubra agora