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Hoje era feriano na pequena cidade. Aniversário de 100 anos!

Yewon estava muito animada, já que tocaria na primeira lanchonete construída na cidade. A construção tinha estilo próprio, as portas de saloon meio roídas, a madeira descascando nas beiradas, a áurea intocada e sagrada. Por conta da história, os cidadãos mal reparavam a lanchonete. Choi sorria toda vez que escutava as portas de abrirem, balançando pra lá e pra cá, alguém vindo de longe para escutar suas músicas. Yewon gostava de agradar.

Já estava na quarta música. Sua testa suava, os ventiladores não tão favoráveis. Um vestido xadrez e bufante apertava o corpo, embora ela não se importasse nem um pouco, até porque o lugar estava lotado de pessoas dançando, rindo e se divertindo.  A verdade era que Yewon se apaixonava como se fosse a primeira vez, e era tão mágico; as pessoas, elas continuavam as mesmas, os mesmo sorrisos no rosto, como ela se impressionava sempre? 

Na transição de música, parou por um momento para dar um gole na água. Quando se levantou para alcançar o microfone, os dedos já nas costas do violão, uma mão tocou seu ombro.

ㅡ Parece que você já tocou demais ㅡ reconheceu Jiho rapidamente e se virou.

Ela usava calçar jeans e botas de cano alto. Na cabeça, um chapéu de palha enorme chamava a atenção. Yewon riu.

ㅡ Você sabe que amo tocar. Não me importo ㅡ soltou o microfone no pedestal por alguns segundos e encarou os olhos agitados de Jiho.

ㅡ Ah, mas eu quero que você se divirta! ㅡ Jiho falava alto, olhando para o homem que segurava a viola. E antes que Arin pudesse fazer alguma coisa, Jiho sussurrou algo no ouvido do homem.

Ele assentiu com a cabeça, aparentemente eufórico. Ela sabia que Jiho tramava algo, embora não consegue pensar no quê. Num minuto, o homem da viola foi para frente do microfone, respirou fundo, e disse:

ㅡ Agora, quero todos se levantem e venham dançar essa música em homenagem à cidade que, mesmo tão pequena, cabe todo o amor do mundo. À pedido de Jiho, com vocês, A Cidade do Amor.

E, naquele mísero momento, não houve coração mais assustado do que de Yewon, batendo para frente e para trás numa velocidade intangível. Ela pensou no coração correndo uma corrida proibida, como se fosse acabar na prisão.

ㅡ Você encontrou um nome para a cidade... ㅡ Yewon sussurrou, quase sem fôlego, a música mais alta que sua voz. Seus sentimentos diários se misturaram com os novos e ela se sentiu de um jeito diferente, como se Jiho pudesse entendê-la feito veias se conversassem por baixo da pele, fazia com que quisesse gritar.

Jiho não respondeu. Na verdade, puxou-a pelo pulso, indo de encontro às pessoas dançando. Os corpos sacudiam para todo o lado como se energizados pela bateria. Duas adolescentes, dois corpos brilhantes no meio de pessoas dançantes e amorosas, aqueles que escolheram a cidade pequena em frente a tristeza. Isso. Era isso que Yewon queria.

Depois, Jiho sorriu, gargalhou. Essa risada escandalosa que a fazia jogar a cabeça para trás. Derrubou o chapéu sem se importar. Ocupava-se com a diversão. Para ela, Yewon era tão bonita, o vestido xadrez nos joelhos.

E, bem, Yewon não pensava diferente. Os olhos lacrimejaram, e, quando percebeu, chorava um choro que Jiho não soube o que fazer. Presumiu que fosse de felicidade ou emoção, sussurrando um obrigada devoto.

ㅡ Eu quem devo agradecer ㅡ gritou de volta, limpando algumas lágrimas teimosas que insistiam em rolar.

Não ㅡ tentou se afastar da pista, arrastando Yewon pelo pulso. A música acabara, substituída por uma mais agitada. Jiho quis acalmá-la, independente da razão de suas lágrimas ㅡ Eu quem realmente deveria agradecer.

ㅡ Por quê?

Parou no meio da pista, recebendo uma cotovelada. Nada mais importava.

ㅡ Porque foi graças a você.

Jiho roube no segundo que disse que ela não havia escutado, mas olhou para os próprios pés rapidamente e sorriu forçosamente. 

ㅡ O que disse?

ㅡ Eu disse ㅡ chegou mais perto ㅡ muito obrigada.

E então Yewon sorriu, levando embora para bem longe um coração saltitante.

Sim, talvez aquela fosse a Cidade do Amor, esperando que ele chegue para todos.

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ㅡ LOVETOWN. oh my girl | jinrinOnde histórias criam vida. Descubra agora