O caminho de volta há universidade foi feito em silêncio. O Louis parece triste e perturbado com os comentários do Harry. Bem eu tenho de admitir que ele é realmente rude e inconveniente. O seu olhar negro e perturbador afasta qualquer pessoa dele. Tenho a certeza que aquele muro que ele criou há sua volta é impossível de partir ou de transpor. Como é possível que uma pessoa com um olhar tão profundo e bonito deixe a escuridão apoderar-se do seu corpo? O Harry não permite que ninguém leia a sua alma, pelo menos eu não consigo. É como se a alma dele tivesse sido sugada e no seu lugar ficasse apenas um vazio.
- "Mel?" Oiço o Lou chamar e percebo que me perdi nos meus pensamentos.
- "Sim?"
- "Eu perguntei se estás bem"
- "Sim, porque não haveria de estar?"
- "Eu não sei, por causa do comentário daquele... do Harry"
A raiva que ele transmite quando pronuncia o seu nome é assustadora, eu nunca tinha presenciado nada assim.
- "Estou bem Lou não te preocupes"
- "Lou? Eu gosto dessa alcunha" Ele ri
Sinto-me a corar. Foi algo dito inconscientemente. O hábito de o tratar assim nos meus pensamentos acabou por se refletir em palavras, mas até agradeço por isso. Consegui que ele ri-se um pouco e isso é bom.
- "Ainda bem. Eu vou tratar-te assim, as vezes, acho!" Porque estou eu a gaguejar?
- "Ainda bem Mel. És um grande apoio"
O seu sorriso arranca o meu e ambos descontraímos. Eu gosto do Louis, ele é demasiado bom para merecer o que lhe fizeram.
De volta ao quarto o Lou abre a porta e ela range, talvez porque este edifício já não é propriamente novo. Entramos e caiu na cama desalmadamente. Estou exausta, foi um dia demasiado longo.
- "Estou exausta" Digo enquanto fecho os olhos lentamente
- "Acho que não vais ficar confortável se dormires assim vestida Mel"
Ele tem razão mas estou demasiado preguiçosa para me levantar. Acho que vou ficar mesmo assim, com a roupa que vesti há pouco e deitada de barriga para cima, com a cama por desfazer. Não quero saber. Hoje não me importo com nada.
Uma música abafada desperta-me dos meus sonhos inconstantes. Abro lentamente os olhos e percebo que estou tapada. A cama continua feita, mas fui tapada com um cobertor. Só pode ter sido o Louis. Ele é mesmo atencioso. Olho para o lado e lá está ele deitado na sua cama a arfar pacificamente. Ele é sereno até a dormir. Levanto-me lentamente e lembro-me da tal música que me acordou, parece vir do andar de cima. Olho para o relógio e já marca as 3 horas da manhã. Só pode ser alguém a dar uma festa, que outra explicação haveria para isto?
Penso duas vezes em ir averiguar do que se trata e acabo por decidir ir. Abro a porta lentamente e evito que ela ranja para não acordar o Louis. O ranger desta porta é ainda pior que a música horrível que faz vibrar os meus tímpanos. Subo lentamente as escadas e agradeço por não ter despido a roupa ha bocado. Devo estar meio despenteada, mas nada de importante. A música torna-se cada vez mais nítida a cada degrau que subo. Quando as escadas acabam percebo que devo estar no sótão, pois só existe uma porta. Encosto o ouvido e percebo que é de lá que vem a música. Deve ser uma daquelas típicas festas de sábado há noite. O cheiro a tabaco foge pelas ranhuras da porta e sinto que é impossível continuar ali.
Preparo-me para descer as escadas, mas percebo que a porta atrás de mim se abre. Oh não. Agora vou ser vista assim, nesta lástima.
- "Olá linda" Oiço uma voz masculina chamar-me
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Lost (h.s)
Fanfiction" The worst feeling, is the moment you realize that you've lost yourself "