E novamente, eu sentia-me quente. Deus, eu sentia-me ainda mais quente do que dantes. Qual dantes? Eu não sei.
Sentia um pijama quente contra o meu peito plano, porém sem aquele pelo que eu gostava, aquele que eu insistia em levar como critério de escolha sempre que ia comprar um novo pijama. Eu sentia uma meias ainda mais quentes que as minhas usuais, nem sei como, mas eram mesmo mais quentes, quase tão quentes que sentia o meu pé a ser espremido. Talvez fosse mais que uma meia, talvez eu tivesse mais que uma posta. Mas isso não era nada de eu fazer, eu gostava de roupa quente, não de roupa em excesso. Para além disso tudo, eu ainda sentia o quente das cobertas da superfície onde eu estava a pousarem com uma certa força sobre as minhas pernas... nuas.
Como assim? Como assim? Como assim eu tinha as pernas despidas, entregues aos olhos de qualquer pessoa, entregues ao contacto de outros materiais, entregues ao ar matreiro que andava por aí sem vergonha, entregues ao frio que sempre pousava da cidade de Seoul qualquer que fosse a época do ano. Sinceramente, eu não conseguia acreditar naquele facto, naquela realidade. Era uma coisa pequena, mas era-me importante, era-me relevante.
Aquele quente todo que eu sentia, aquele calor que eu senti novamente, tal igual como na última vez, desapareceu sem nem sequer dar-me uma chance de pensar direito. Perdeu o seu calor e conforto mais rápido do que da última vez.
E lá estava eu. Lá estava eu a reconhecer tudo aquilo muito mais rápido do que da última vez. Não preciso de descrever mais nada, eu sentia-me igual como dantes, como daquela vez que eu acordei completamente perdido no mundo real e irreal e levantei-me para me deparar com o meu quarto magicamente ali, à minha frente. As sensações eram todas iguais, eu continuava a sentir como se o calor com que acordei, como se as roupas que vestia e como se toda a minha calma temporária de quando acordava tivessem todas desaparecido, e eu me encontrasse simplesmente deitado numa cama desconhecida emocionalmente e fisicamente despido.
Mas desta vez eu sentia-me paralisado, com medo, por isso mesmo. Eu tinha medo daquilo que estava a viver. Eu sabia disso, eu sabia que eu tinha já vivido aquele momento e sentido todas aquelas sensações, experienciado esta situação. Foi por isso que todo aquele conforto quente que eu senti tinha desaparecido mais rápido do que dantes, porque eu sabia que eu já tinha vivido aquilo.
Eu nem queria abrir os olhos, eu sabia que, se fosse realmente verdade que eu já tinha experienciado aquilo, eu me depararia com aquela cor horrenda, preto, e assim ficar ainda mais assustado e desconfortável do que já estava.
Um fio de voz suave e calmo escapou-me ilegalmente por entre os lábios, um choro excessivo saindo para fora do meu corpo encolhido, guardado só para mim e só meu. Eu queria que aquilo parasse, eu quero que isto pare, eu queria voltar à minha vida sem emoção e agitação, eu queria parar de sentir aquela atmosfera pesada que começara a sentir dias atrás para finalmente conseguir me sentir em paz e deixar de dramatizar todas as pequenas coisas que me aconteciam e que fazia. Eu queria poder voltar atrás no tempo, não me ter levantado naquela manhã na qual decidi ir ao bar, eu queria poder ter começado a narrar antes daquele dia, para não começar logo tudo isto na parte do drama e tristeza. Eu queria não parecer um fraco aos olhos de todo, não estar a chorar só porque andava desorientado que nem sabia em que dia é que eu estava a acordar. Eu queria que me parassem de me fazer aquilo, queria que alguém me explicasse tudo isto que eu estava a sentir e viver, queria que alguém me contasse a história direita para não estar a exagerar tudo. Eu queria ajuda.
Eu queria parar de me sentir sozinho, eu queria parar de ter que ir trabalhar todos os dias num sitio que eu não gostava, eu queria voltar a estudar, eu queria amigos, eu queria família, eu queria um corpo bonito e eu queria sentimentos. Deus, eu queria uma vida. Eu queria não chorar por tudo o que visse, eu queria não ter medo de tudo aquilo que vivesse, eu queria não beber, eu queria dormir para sempre, eu queria que esta confusão na minha cabeça desaparecesse para eu conseguir pensar com clareza novamente.
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Black Teddy || Chanbaek - Alternative Universe
FanfictionOnde um doce menino chamado Baekhyun vê-se perdido e iludido entre as penas das asas de um anjo. Onde uma doce menino vê-se encurralado entre grades da jaula obscura que são os doces dedos de Chanyeol. (๑╹ω╹๑ ) Portuguese written story. 18+ c...