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 Porque é que o meu nome tinha que ser Baekhyun? 

 Baekhyun. Esse meu nome do inferno, esse meu nome agora não puro depois de o diabo o ter dito! Baekhyun já eu não era, certamente que não! Não podia, não queria! Não queria que o diabo me chamasse daquela maneira, que gritasse o meu nome sem dó, como se fosse dono dele, como se o pudesse gastar sem a minha permissão! Eu já não queria ser Baekhyun nenhum, já não queria possuir aquela palavra e te-la como a minha caracterização, como algo que quando alguém ouve apontaria logo para mim.

 Não queria mais aquele nome, não depois de o diabo conseguir ter a capacidade de apontar para mim sempre que ouvisse aquela palavra.

 E os dedos tremiam, o coração pulava e as lágrimas escorriam, o ciclo da minha desgraça começava todo outra vez . Depois daquele meu nome gritado e daquelas ameaças cuspidas, o silêncio instalou-se naquela casa uma vez mais durante algum tempo. Nem eu nem o diabo dizíamos uma palavra, pelo contrário, apenas se ouviam as minhas lamúrias e as palavras repetidas que teimavam em abandonar dos meus lábios raiados de sangue, cortados e esfaqueados pelos meus dentes e unhas.

 Eu insistia em ficar ali sobre os meus joelhos, deitado fora pela minha sanidade e apenas a descansar sobre o chão frio daquele quarto que, tal como o demónio de 7 metros de altura me pediu, nem o olhei. Por medo, hesitação e falta de coragem que não me permitia olhar para trás. Não queria ver o que quer que fosse ver, mesmo que estivesse tudo numa escuridão negra, porque por mais que odiasse a ideia de submissão, eu obedecia. Estupidamente e quase indiretamente que obedecia à ordem daquele demónio de 7 metros de altura. Tal como ele gritou, eu não me virava para trás para puder pousar as minhas pérolas sobre sabe-se lá no quê.

 Mesmo que eu quisesse ver o que estava mesmo diante de mim, eu não me atrevia a olhar. Mas, sinceramente, a minha mente estava tão confusa que eu não podia afirmar que não fazia tal ato apenas porque o demónio de 7 metros de altura me impôs tal coisa... eu não via o que estava mesmo diante de mim porque pura e simplesmente não conseguia.

 O meu corpo não se mexia, as minhas pernas não funcionavam e o meu tronco parecia um pequeno cubo de gelo prestes a derreter sobre o chão de mármore surpreendentemente tão frio. Os meus lábios não se tocavam e os meus olhos nem pestanejavam. Não mexia nem um mísero músculo, apenas o meu corpo dava um ou outro salto pelos soluços fortes que se livravam do meu corpo, abandonando-me também, mas à medida que aquele silêncio descontável se prolongava em linha reta começava a ficar cada vez mais revoltado.

 Palavras de todas as origens passavam diante dos meus olhos que nada viam mesmo estando aberto, mil uma palavras sem sentido que chutavam e batiam no meu corpo na tentativa de saírem cá para fora e acertarem em cheio no diabo, menosprezando-o e insultando-o a todo o custo.

 Indignação, frustração, confusão e todos os adjetivos que o diabo nunca iria entender, já que, certamente, ele nem se importava de todo, com qualquer coisa. 

 Queria-lhe perguntar, perguntar-lhe de onde sabia aquele meu nome, a vontade era demasiada para ser guardada no fundo da minha cabeça e ter de viver todo a a minha vida com esse peso na consciência de não lhe perguntar, mas... falar com o diabo... qual seria o tamanho desse pecado?


 Eu de certo modo não me sentia pronto para tal coisa, de deixar o demónio de 7 metros de altura ouvir a minha voz... mas a vida não funciona assim, não é? Porque por vezes, ou quase sempre, temos e devemos fazer coisas mesmo que o nosso mais profundo desejo não o permita, mesmo que seja contra a nossa vontade e natureza, mesmo que isso quebre traços da tua personalidade, mesmo que...

Black Teddy || Chanbaek - Alternative UniverseOnde histórias criam vida. Descubra agora