A Perda

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Rachel

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Há uma mês.  Exatamente um mês estou trabalhando  na Mouse Inter. É um ótimo  lugar, na verdade é muito relaxante e proveitoso. Meu chefe já  me levou para várias  ocasiões  nas quais não  quis correr o risco de ser vista em fotos. A última  coisa que eu queria, era que Levinsk descobrisse meu paradeiro. Como de costume, cheguei adiantada, e sem muita pressa recolhi os papéis  para a reunião, o que fez de mim uma mulher boa. Nunca na empresa antiga, tive a oportunidade de poder juntar os papéis  na mesa de Levinsk, na verdade eu tinha que me manter era distante de qualquer vínculo  que deixasse ele a par de algumas intimidade minha a seus documentos. Escuto uma leve batida na porta e escuto alguém  chamar por Othon.

__ Sim. – Vejo um homem com uma aparência  cansada.  Mas com um olhar bem misterioso.
__ Sou o sócio  de Othon. – Estende a mão.  Quando apertei sua mão, percebi fúria, algum tipo de mistério.  Seja lá  oque fosse, ele não  me passava boa impressão

__ Sou a secretaria.  -Sorrio

__ Ele anda muito próximo  a você. Talvez seja esses seus trajes que o esteja impressionando. -Olha para minha pernas. Não  estava muito descobertas. Coloquei uma saia lápis, preta bem formal. Não  estava aparecendo, e Othon não me veria como uma mulher oferecida.  Contei toda minha história  a ele, e disse também  da minha suposta gravidez. Ele não  gostou de saber que eu não  contei para Levinsk, e jurou até  ir atrás  dele tirar informações. Já  fomos em alguns estabelecimentos, e eu tenho ele como meu pai. É um pai que eu nunca tive. Ou melhor, tenho, mas que nunca está  a par nem tão  próximo  de mim quanto eu gostaria.

__ Ou talvez seja inveja do senhor por  não  poder estar durante o dia me comendo com os olhos?.- pergunto sendo curta e grossa. Na medida certa para sua pergunta.

__ Ei eu estou brincando. – levanta as mãos  em rendição.

__ Não  brinque.  – O encaro e a porta se abre.

__ Bom dia. – Othon  entra na sala com uma aparência  nada agradável.  Pelo que eu soube não  tem ninguém  na família, apenas uma empregada que cuida dele em casa, fora isso é apenas ao motoristas  e seguranças que o rodeiam as vinte e quatro  horas.

__ Bom dia senhor. – Cumprimento.

__ Te espero  na sala de reunião.  – O sócio  de Othon se levanta e sou obrigada a encara-lo. Esse homem  não é flor que se cheire. Não mesmo!

__ Minha querida.  Me traga um copo de água.  -Ele não  estava bem. Não  mesmo. – Olho para sua pele pálida  e começo  a me preocupar.

__ Senhor esta tudo bem?.- Pergunto

__ Estou com uma dor no peito forte. -Ele segura o copo de água  tremendo. __ Chame por favor  a emergência.  – Ele olha para  mim e eu mais que depressa saio da sala. Vou até  a sala principal, e apanho um catálogo  de números.  Ligo para o hospital e corro para a sala.
Encontro ele abatido, e muito, muito pálido  apoiado na mesa.
__ Acho que chegou minha hora. – Ouvir aquilo era detestável.  Não  queria perde-lo. Não  mesmo.

__ Não  diga isso. – Eu diria mil vezes se fosse preciso. Eu amo ele, tenho um carinho imenso por ele. Nesses um mês que estou aqui, ele me ajudou de forma surpreendente  e não  posso  reclamar de nada, me levou em um dos melhores médicos  para a consulta. E me pediu para que pudesse fazer da minha filha um ser maravilhosamente feliz.

E é o que estou fazendo.

Os médicos  chegaram, e o ajudou a chegar até  o carro. Eu nunca passei em toda minha mísera  vida, se quer em um hospital  acompanhando uma pessoa, que não  tem família  nenhuma. E quando ele partir? Com quem deixará  sua fortuna? Para quem ele irá  deixar todo seu patrimônio?

Assim que entramos no hospital, demos uma rápida  checada nos documentos. Ele foi transportado para uma sala mais satisfatória, e sigilosa. Vejo os médicos  correrem e seguirem  rapidamente até  a sala de consulta. Dou entrada da ficha no hospital e em uma cadeira fria, com aquele cheiro terrível  de hospital me sento. Estou cansada, e preocupada.  O que houve com ele? O que será dele?
Vejo um homem com uma moça  aparecer na porta, e logo ela caminha até  mim chorando. É  uma  senhora, com uma aparência  de uns setenta e poucos anos. Ela está em folha!

O Amor Do CanalhaOnde histórias criam vida. Descubra agora