Capítulo 19

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— O que você quer Fred? — Ao que falei o nome "Fred" vi Ethan revirar os olhos.

Já falei, quero conversar. — Ouvi um suspiro alto de Fred. — Éramos amigos a tanto tempo, e prometemos um ao outro que essa relação não afetaria nossa amizade..

— Desliga essa merda. — Ethan rosnou impaciente.

— Ok, podemos conversar. — Ignorei o comentário de Ethan.

Ao mesmo tempo que Ethan falou "o quê?" Fred não acreditou e falou "sério?"

— Está livre hoje à noite? — Perguntei, essa conversa tem que acontecer. Se não fosse hoje ou amanhã, seria qualquer outro dia.

— Só pode estar brincando comigo. — Ethan bufou irritado.

Sim! Sim! Estou livre, pode ser em uma lanchonete ou sei lá... — Ele está nervoso e isso me faz ficar nervosa também.

— 20:30, estarei no meu portão te esperando.

Huh, ok.

— Tchau Fred.

Tchau Ally, se cuida.

Desliguei e não tive coragem de olhar para Ethan de primeira, e não iria olhar. Ele está bravo, eu tenho certeza que sim e eu não quero estragar esse dia. Foi tudo tão maravilhoso, uma ligação não pode ter o poder de arruinar isso.

1 minuto se passou.

4 minutos se passou

20 minutos se passou.

E nada do Ethan falar. Nada, nenhuma só palavra.

— Porque estamos em silêncio? — Finalmente o encarei, maxilar forçado, um olhar escuro, uma cara terrível e nenhum sinal de um sorriso.

— Você não vai sair com ele.

— Sim, eu vou conversar com ele. — Enfatizei a palavra "conversar", não é como se nos fossemos ter um encontro e voltar a aquele namoro.

— Porra, não.

— Não estrague esse dia, Ethan. — Falei focando meu olhar na rua, estamos chegando.

— Não será preciso, você já fez isso. — Suas palavras me fizeram ficar quieta.

Eu ainda tenho muitos sentimentos por Fred, muitos mesmo. Ele ainda é importante pra mim, não posso o deixar de lado dessa maneira. Eu preciso resolver isso.

[•••]

— Como você está? — Fred perguntou com um sorriso amigável sem se aproximar.

— Huh, bem? Eu acho. — Forcei um sorriso que certeza que pareceu um careta e o vi sorri de verdade. — E você?

— Nunca mais estive bem desde que você saiu de New York. — Seus olhos me olharam com um brilho intenso e eu precisei desviar o olhar. Não vou cair nessa, não mesmo.

— Eu não sei por que aceitei conversar. — Comecei a caminhar de volta pra casa mas Fred foi mais rápido e me parou.

— Desculpa, por favor. — Ele pediu e eu suspirei em derrota.

Alguns — longos — minutos e estávamos em uma lanchonete no centro de Los Angeles, não quis falar nada. Eu o deixei escolher o lugar e ele escolheu uma lanchonete do outro lado da cidade.

Nos sentamos numa mesa perto do vidro e fiquei encarando a rua, enquanto várias pessoas passavam. Eu conseguia ver vários e vários casais se agarrando pela rua e pela lanchonete e isso é muito mais desconfortável do que imaginei ao estar presente com meu ex-namorado.

1 minuto se passou desde que pedi meu suco de maracujá, mas os 60 segundos pareceram horas e horas.

Batuquei a mesa em sinal de nervosismo e Fred acompanhou tudo com os olhos.

— Vamos logo conversar sobre seja lá o que você queira conversar. — Passei as mãos em meu cabelo e o prendi em um coque desajeitado.

— Aquela menina, ela não é nada. — Ele começou do pior jeito possível. — Ela é a babá da Dyana..

— Que legal, você estava pegando a babá da sua irmã. — Forcei um sorriso irônico e logo voltei a minha expressão neutra. Então me lembrei que estava fazendo pior que ele. Ethan é meu meio irmão agora.

— Não Ally! Nunca aconteceu nada. — Ele aumentou seu tom de voz e olhares de toda lanchonete vieram para nós, ele encolheu os ombros e abaixou o olhar. — Uma vez, ela me beijou, mas foi só isso Ally.

— Isso não importa mais Fred. — Então a garçonete chegou com nossos sucos e uma porção de fritas.

Eu sei que não. — Ele sussurrou enquanto a garçonete colocava nosso pedido sobre a mesa e eu apenas fingi que não ouvi seu comentário.

Murmurei um "obrigada" para a garçonete com um leve sorriso e voltei minha atenção para Fred.

— Pode me dizer porque está na Califórnia? Sendo meu vizinho?

— Minha mãe foi promovida em seu serviço e eu... — Ele parou e deu um suspiro. — Bom, sobre eu ser seu vizinho foi tudo coincidência, assenti e tomei um gole do meu suco.

— Podemos ser amigos, não é? — Ele perguntou e seus olhos tinham um brilho de esperança.

Suspirei derrotada novamente, ele continua sendo especial pra mim. Eu posso enganar a todos, menos a mim mesma.

— Ok, podemos ser amigos. — Dei um meio sorriso pra ele então ele tinha o maior sorriso do mundo e estava me abraçando tão forte que eu podia sentir todos os meus ossos se quebrarem. — Andou malhando Fred? — Perguntei com um sorriso.

— Talvez sim. — Deu uma piscadela pra mim e então entramos num assunto agradável e eu vi o quão somos melhores sendo amigos do que qualquer outra coisa.

• • •
Um capítulo curtinho rs, mas ele tinha que acabar aqui, entãooo..

Beijokas ❤️

Imprevisível (Concluído)Onde histórias criam vida. Descubra agora