"Hat."

865 55 11
                                    

Pov Rick:
Estava em choque até pouco tempo atrás, quando ouvi aquele barulho... Era Aaron. Ele tentou tirar a própria vida, e presumo que se eu não tivesse chegado logo após o ocorrido, ele teria feito de novo. Haviam 2 balas. Quando corri para o socorrer, suas mãos tremiam e em seu rosto havia raiva dividida em duas metades. Uma para Eric e uma para a falha tentativa de se suicidar. Não soube do que realmente aconteceu, mas fiz questão de não o questionar. O convenci de que seria melhor partimos e acharmos o grupo, assim eles nos aconselhariam. Estava com receio e com a impressão de que meus filhos não estariam lá. Mas precisávamos voltar, pelo resto de nossa família.
Andamos bastante e viramos a noite, Aaron não abriu a boca, não disse uma palavra. Não ouvi nenhum barulho a viagem toda, só ouvia minha respiração, e os passos fortes e lentos dele. Estava desnorteado. Respirei aliviado por ele ainda estar presente, não me imagino vendo Maggie recebendo a notícia e me vendo voltando sem companhia.
Um gelo tomou conta de meu corpo e um arrepio subiu passando por cada parte da minha pele. Eu não estava entendendo nada, estava perdido. Avistei uma pessoa e o chapéu de Carl em seu colo foi o motivo de minha emoção, corri até ela. Uma garota, aparentemente da mesma idade que ele. Ela descansando em uma árvore, estava pálida e parecia muito magra. Olhei para Aaron que apenas encarava o chão, provavelmente ele não percebeu sua presença. Coloquei a mão em minha cintura para ter certeza de que peguei sua arma, assim poderia me distrair sem preocupações de perdê-lo. Precisava acordá-la e fazer algumas perguntas, precisava muito das respostas. Me agachei e me aproximei dela.
-Ei. Acorde.
Ela abriu os olhos verdes lentamente e olheiras tomavam conta deles.
Pov Enid:
-Ei. Acorde.
Ouvi uma voz de longe me chamando, e uma luz começou a fritar minhas pupilas. Me assustei a abrir os olhos e ver um homem barbudo na minha frente. Um estava mais distante de nós. Haviam dois!
-Quem é você!?
Me levantei em um pulo e removi minha faca da cintura, a apontando para seu rosto. Ele ainda permanecia abaixado, e o outro homem que o acompanhava encarava o chão e não olhava para os lados.
-Responde!
-Calma! Está tudo bem! Meu nome é Rick Grimes. Você pode confiar em mim. Só preciso de algumas informações e...
-Do que você está falando?- perguntei nervosa e deixando o mesmo assustado, que levantou as mãos em sinal de rendição, agora já em pé.
-Qual é o seu nome?
-Não interessa. Se você não quer me machucar só vá embora, ou eu te mato.
-Quantos andarilhos você já matou?
-Por favor, vá embora. Vocês dois. Eu não tenho nada que vocês precisam.
Comecei a reparar na aparência do homem, ele lembrava o xerife. Os olhos eram muito parecidos e sua expressão facial era idêntica à dele. Carl disse que tinha um grupo, talvez esses caras faziam parte dele. Mas esse homem que me encarava, esse homem, só podia ser seu pai ou algo do tipo.
-Você tem filhos? Mulher? Família?- perguntei na esperança de o ajudar. Me senti mau por ter deixado ele na estrada, talvez ele não estivesse mesmo mentindo. Nem esses caras.
-Minha mulher morreu no parto da minha filha, que felizmente eu tenho certeza que está viva, mas a perdi. Assim como meu filho. Tenho uma mulher que amo muito, mas não somos casados, por enquanto. Agora confia mais em mim?
-Você disse que tem um filho, mas o perdeu. Como assim?
-Tivemos que deixar nossa comunidade às pressas, perdemos pessoas de nosso grupo, mas perdi meus filhos apenas de vista. Infelizmente eles estão sozinhos pelo mundo, e não os acho. Posso fazer uma pergunta?
-... Pode. Seja rápido, nossa conversa vai terminar e vocês vão embora.
-De quem é esse chapéu?
-O que isso tem a ver com a nossa conversa?- estou com medo de ouvir algo, como: "meu filho usava um", ou " ele pertence ao meu filho, você o viu?".
-Só preciso de sua resposta, por favor. Assim vamos embora, como desejar.
-Era...do... Como era seu filho?- às vezes eu poderia estar enganada, eles só eram um pouco iguais, mas não se conheciam.
-Ele ainda é... Tem sua idade, aparentemente, olhos claros e cabelos castanhos, ele usava um chapéu como esse que você possui, essa era minha curiosidade.
-Carl...- disse por impulso, como quase num sussuro.
-O que disse?- ele perguntou com um pequeno sorriso no rosto.
-Tudo bem. Tudo bem. Isso era do xerife! Satisfeito? Guardei minha faca na cintura, um pouco mais confiante em relação à eles. Peguei minha mochila e coloquei sua propriedade na cabeça.
-Xerife? Me desculpe, não estou entendendo.
-Seu filho se chamava...
-Carl. Como achou esse chapéu?
-Carl bobeou e eu o peguei, fico bem melhor o usando.
-Você o viu!? Onde ele está?
-Eu sinto muito, eu não sei mais, nos separamos pelo caminho.- minto pois não queria contar a verdade, eu estaria em risco.
-Havia uma menina com ele? Uma bebê? Por favor.- ele pergunta quase chorando.
-Não. Mas ele a citou nas nossas conversas, como estava preocupado sobre isso. Preciso continuar minha caminhada, boa sorte em achá-lo. Diga que sinto saudades.
-Por favor, eu preciso de mais informações. Menina!
-Rabugenta, diga isso quando o encontrar. -digo me virando e andando rápido. Entro nas matas e ouço distante Rick conversando com o homem.
-Vamos, Aaron! Me ajude, por favor. Vamos atrás dela, preciso de respostas! Ele tentava fazer o outro andar e se mexer, mas apenas permanecia paralisado.
Saí correndo e os perdi de vista, um peso na consciência me tomou conta, mas acho que fiz o certo para minha proteção. O chapéu! Eu poderia ter deixado ele com Rick, era de seu filho. Espero que eles se encontrem logo, não há nada pior do que viver sem respostas.

(Oie! Mil desculpas por não ter postado esses dias, estou meio mal mentalmente, mas prometo que posto dois amanhã para compensar! Só eu que estou com dó do Aaron e do Rick? Beijos. Até a próxima! 😘)

Carnid- Em meio à destruiçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora