Capítulo 8

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No apartamento de David...

Alice e David haviam acabado de transar e estavam deitados na cama.

— Me deixa olhar novamente a sua coleção de calcinhas, querido? — pediu Alice.

— Claro! Mas deixe tudo organizado como está, ok? — respondeu David. Animada, a moça levantou-se da cama e partiu para a cômoda. Alice então abriu a gaveta.

— Nossa! — Tem todas as cores e modelos que eu já vi na vida! E são muitas!

— Trinta e nove peças, meu bem, para ser exato.

— Olha essa! É minúscula! Já essa outra é tamanho G. Isso aqui não tá cheirando muito bem não. Você deveria lavá-las antes de guardar. Isso é falta de higiene.

— Se eu fizesse isso, perderia totalmente o sentido, pois seria a mesma coisa que ir a uma loja e comprar um monte delas e guardar na gaveta. E não teria o cheiro das mulheres.

— De qualquer maneira essa coleção não aumentou mais, depois que eu te dei a minha calcinha, aumentou?

— Considerando que tenho que transar com a dona para depois pedir a peça, sim, mas de repente, eu encontro outra maneira de conseguir.

— Faça o que quiser, não me traindo tudo bem.

— Não vou lhe trair, mas desse jeito a minha coleção nunca aumentará.

— Eu posso lhe dar outras calcinhas usadas, se quiser repetidas, é claro.

— É uma alternativa.

— Me compre algumas que eu uso quando você quiser, afinal não vou lhe dar todas as minhas calcinhas, ou logo eu ficarei sem nada para vestir.

Na manhã seguinte...

O assassino parou em uma banca e comprou o jornal do dia. Depois ele colocou o maço de folhas sobre o banco de passageiros e se dirigiu ao local de trabalho. O dia estava calmo e então ele poderia ler as notícias tranquilamente, talvez ali encontrasse algo sobre a sua última proeza, porque ele ainda não havia encontrado nada sobre seu último crime. Gostava de ver a manchete, a fim de checar se a polícia descobriu alguma pista sobre o culpado do crime. Um sorriso se formava em seu rosto, sempre que descobria que a polícia não havia encontrado nenhuma pista.

— Como eles são bobos! — pensava ele.

Ele virou as páginas até encontrar a página policial. Desta vez havia encontrado o que queria, mas não do jeito que gostaria. A manchete dizia o seguinte: Serial killer ataca novamente, mas vítima consegue sobreviver.

Não deu outra; o cara fechou o cenho, pois a raiva tomou conta dele. Como aquilo seria possível? Não poderia ser verdade.

Ele leu atentamente a notícia e soube que uma mulher, de nome não divulgado, foi encontrada no Central Park com vida, depois de ser atacada por um criminoso e receber cuidados médicos ela já não corria mais risco de morte.

Só poderia ser a mesma moça que ele atacou na noite anterior! Afinal aquilo era muita coincidência que houvesse outro assassino com as mesmas características.

"Mas que droga de matéria! Não tem nem o nome da mulher e nem onde ela foi internada! Droga! E se ela conseguir me identificar?" Pensou ele com raiva.

Ele continuou lendo a matéria e soube que o detetive Scott estava responsável pelo caso, no entanto, o andamento das investigações não seria divulgado para não atrapalhar a ação da polícia.

— Esse idiota jamais vai por as mãos em cima de mim, mas de qualquer forma, eu vou esperar mais alguns dias antes de procurar a minha nova vítima! — falou ele, sozinho para si mesmo.

— Essa garota não pode abrir a boca! Eu sei em qual rua ela mora; Avenida Madison, foi isso que ela disse quando entrou no táxi. Se eu pegá-la novamente, desta vez ela não vai escapar com vida.

Scott ficou furioso quando viu a manchete no jornal, mas ficou aliviado por causa da superficialidade das informações; o criminoso saberia que Ingrid estava viva, mas não saberia onde encontrá-la. No mesmo momento, Scott percebeu que estava totalmente enganado, pois Ingrid disse que pediu que ele a levasse até a Avenida Madison, portanto, bastava que ele ficasse vigiando a rua, e seria questão de tempo até que ele a encontrasse. Ingrid corria perigo se continuasse por lá.

Imediatamente Scott ligou no hospital e soube que Ingrid já havia ganhado alta. Ele então pediu o endereço e procurou o lugar imediatamente.

Era um prédio de apartamentos e havia um responsável pela portaria. Scott se apresentou e pediu para ser anunciado, e por sorte Ingrid estava em casa e autorizou que ele subisse.

Assim que ele chegou ao hall, tocou a campainha, e logo Ingrid abriu a porta. Ela ficou um pouco assustada com a visita dele.

— Posso entrar? — perguntou ele ainda no corredor.

— Claro! — Desculpe, eu não esperava sua visita. Entre, vamos.

— Eu confesso que eu também não, mas precisava falar com você urgentemente.

— Alguma pista do criminoso?

— Infelizmente não, mas creio que você ainda corre perigo.

— Como assim?

— Você deu alguma entrevista, depois que saiu do hospital, ou conversou com alguém sobre o que aconteceu?

— Não! — Fiz o que você me pediu; não disse nada aos repórteres que estavam lá. Foi bastante difícil me livrar deles, mas não falei nada que pudesse dar pistas ao assassino.

— Mesmo assim, senhorita, eles publicaram uma notícia sobre o crime, e a essa altura ele já deve saber que você está viva, não divulgaram nada que ele pudesse identificá-la, mas ele não precisa disso para te encontrar.

— Como assim? — questionou ela, sentada de frente para o detetive.

— Ainda no hospital você me disse que ao pegar o táxi, pediu ao motorista que a trouxesse até a Avenida Madison.

— Sim, foi isso mesmo.

— Isso quer dizer que o assassino só precisa de um tempo para te encontrar, pois ele sabe que você mora nesta rua, ele pode armar uma emboscada, ou simplesmente lhe dar um tiro quando estiver despercebida. Você é a única sobrevivente até agora, certamente que ele deve estar com medo de ser identificado e não hesitaria em lhe matar. Afinal já fez isso com outras mulheres.

— Eu ainda não havia pensando nisso. — disse ela, coçando a cabeça. Após um breve suspiro perguntou: — E agora o que eu faço?

— Você mora sozinha aqui?

— Sim! Meus pais são separados, cada um foi para um lado, e eu fiquei com este apartamento. E para falar a verdade, eles ainda nem sabem do que aconteceu. Não quis ligar para não deixá-los preocupados, afinal o pior já passou.

— Então não seria possível mudar-se daqui? — perguntou Scott.

— Acho que seria muito complicado. Eu teria que vender o apartamento, ou alugar outro até o assassino ser preso. Este prédio é bastante seguro, pois tem porteiro permanente e não deixariam um estranho subir. Em todo caso, eu vou falar com eles e pedir que me avisem sempre que alguém quiser subir.

— Só quero que saiba que a senhorita corre perigo, talvez ele não se arrisque vindo até aqui, pois da mesma maneira que ele pode lhe procurar, nós podemos te vigiar, caso ele apareça por essas bandas. Acho até que ele seria bastante idiota se fizesse isso. De qualquer maneira vou deixar meu número de telefone com você; qualquer movimentação estranha ou desconfiança, a senhorita me ligue imediatamente.

— Tudo bem! — respondeu Ingrid.

O Colecionador (Degustação)Onde histórias criam vida. Descubra agora