Capítulo 2

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Naquela noite do outro lado da cidade...

Alice estava no apartamento do namorado David, era a primeira vez que ele a levava até o local e os dois haviam transado. David tomava um banho e Alice arrumava o cabelo na frente do espelho. Como não estava com sua escova na bolsa ela então resolveu procurar algo que pudesse arrumar seu cabelo todo desgrenhado. Alice abriu uma gaveta e não encontrou nada, foi então que ela abriu a segunda gaveta e levou um susto. Ela então fechou a gaveta novamente e esperou David sair do banho.

— Você não havia dito que sua irmã mora com você?

— É porque ela não mora mesmo. Eu moro sozinho aqui e ela ainda mora com nossos pais.

— Certo! — E o que significa esta gaveta cheia de calcinhas? — perguntou Alice abrindo a gaveta e olhando furiosa para David.

— Eu posso explicar, não é nada disso que você está pensando.

— Já sei! Tem outra mulher que vive aqui com você?

— Para de inventar coisas, me deixa falar.

— Tudo bem. — Quem é a dona dessas calcinhas?

— O correto seria dizer as donas, pois cada calcinha desta pertenceu a uma mulher diferente.

— Como assim, você saiu roubando calcinhas por aí?

— Não, eu nunca fiz isso. Eu sou um colecionador.

— Colecionador! — Que história mais absurda é essa?

— Cada mulher que eu levei para a cama até hoje, de cada uma delas eu tenho uma calcinha guardada aí nesta gaveta. Pode conferir, todas estão usadas e saíram direto do corpo delas para a gaveta.

— Credo, que nojo!

— Eu adoro sentir o cheiro das mulheres na calcinha, quero uma sua também.

— Se quiser pode ficar com minha calcinha, mas se um dia nos casarmos não vou admitir que mantenha isso em nossa casa.

— Tudo bem! Eu vejo o que eu faço, mas agora me de a calcinha para a minha coleção.

Alice então ergueu a saia e tirou a peça íntima e entregou a David.

— Ótimo! E agora como vou explicar para minha mãe que cheguei em casa sem calcinha?

— Não deixe que ela veja, assim você não precisa explicar nada. E não acredito que ela vá notar o sumiço de apenas uma calcinha. Afinal você deve ter dezenas delas.

— Tenho mesmo, caso contrário não daria esta a você. Mas agora me leva para casa antes que eu me arrependa e pegue ela de volta.

David pegou a peça e cheirou com prazer, em seguida guardou na gaveta.

Na manhã seguinte Scott já havia terminado de analisar todas as imagens que foram disponibilizadas para a polícia. No local onde Jodie supostamente pegou o táxi não existiam câmeras de segurança, a única chance era encontrar alguma testemunha que a tenha visto naquela noite. No caso de Alisha as câmeras externas do restaurante a flagraram entrando em um táxi, mas não foi possível identificar a placa do veículo. Tony o namorado de Alisha disse em depoimento que ficou aproximadamente uma hora a mais no restaurante, mas as câmeras mostravam que apenas trinta minutos depois de Alisha ele também deixou o restaurante.

Tony entraria na lista de suspeitos ou a diferença de horário ainda o inocentava do crime?

Scott precisava de alguma pista concreta, ainda naquele dia visitaria a região onde Jodie foi vista pela última vez e na manhã seguinte visitaria a família de Alisha. Se existia um serial killer a solta Scott não poderia perder mais tempo.

O Colecionador (Degustação)Onde histórias criam vida. Descubra agora