Exagerado? Sim...
O que seria de um ascendente sem um pouco e intensidade?
Exagero por me apaixonar pelo que eu inventei de você.
Exagero por ser cativado por seu sorriso.
Exagero em procurar seus olhares pela sala.
Exagero em ter esperança.
Esperança, lastimável esperança.
Óh, como esse exagero me fere como a letras dessa música sertaneja.
Exagero em voltar a te escrever...
Sou mais você que eu...
Sim. Não me vejo mais em mim.
Sou uma casca vazia preenchida por mágoas, vãs esperanças e sorrisos dispersos no ar.
Mas, principalmente, sou preenchido de você.
Seus gostos, suas vontades, seus sorrisos, seus olhares... tudo é você.
Sim, meu Red.
As pétalas me trazem imagens de seu capuz.
O clima pesado das nuvens me lembra seus perfeito fios quase negros.
Os risos ao meu redor remetem a vontade de beijar o canto e seu sorriso.
A vivacidade da flora me lembra a alegria e audácia de teu olhar. Não é mentira quando me disseram que a felicidade tem olhos castanhos.
O problema é que não consigo te alcançar; não alcanço minha felicidade.
Sobrevivo de olhares...
Não pode chamar isso de sobreviver.
A única coisa que custa a morrer é minha maldita esperança. Eu já estou morto.
Estou morto pois não sinto mais.
Não sinto a fome que move a vontade de sustentar o corpo.
Não sinto o sono que condiciona meus dias monótonos.
Não sinto a nostálgica alegria depois de um riso involuntário.
Não sinto o amor pelo mundo que me rodeia.
Não sinto ódio, rancor, amargor, dor, vida, morte, arrependimento, irritação, felicidade, prazer, interesse.
Somente um grande vazio.
Nem um toque.
Nem um abraço para avivar essa chama de sentir-se!
E o que vai ser de mim?
É esse assunto que não muda.
É tudo uma loucura. Uma tortura.
Estou a sangrar metaforicamente.
Meu coração sangra de êxtase enquanto continuo a mutilação condicionada por meus sentimentos.
Sangrar é melhor do que não sentir. Pelo menos há dor.
Que se dane essa postura...
Dane-se o mundo!
Danem-se todos!
Dane-se até a mim e a você!
O amor que anseio. Seu amor.
Uma troca de afetos, de amores. Meu primeiro, um amor recíproco.
Eu só queria ter você perto...
Mas, enfim, de quem é a culpa?
Poderia culpar seu sorriso. O calor de seu olhar. Poderia apenas te culpar...
Mas isso faria a dor parar?
Faria eu sentir de novo?
Faria você apaixonar? Ou pelo menos eu esquecer?
Não. A resposta sempre será não.
Que eu poderia culpar então?
A mim, a Deus, ao Universo, ao mundo, a tudo?
Nenhum destes...
Não sou capaz de encontrar a resposta para algo aparentemente simples:
De quem é a culpa?
Talvez a culpa seja sua por ter esse sorriso ou minha por me apaixonar por ele...
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Meu doce e triste Vazio...
Non-Fiction"O que é sentir-se apaixonado? As borboletas no estômago, a atração intermitente e o sorriso bobo nos lábios... tudo baboseira. Paixão é dolorosa, sádica e violenta. Não chega apenas para juntar, e sim para separar o que nos é importante. ...