Dia 9- Domingo

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De repente o que era calmaria virou confusão. Pessoas correndo de um lado para o outro sem um rumo certo, outras gritando desesperadas, e ninguém entendia nada. Logo em seguida nós ouvimos o alerta: nós estávamos sendo atacados. Mas de novo!

Para onde quer que nós fossemos não teria meio, acabaríamos esbarrando com a morte. Ela espreitava no escuro só aguardando a grande oportunidade de nos pegar. Podíamos até correr e nos esconder, mas escapar dela, jamais. Nunca estávamos seguros o suficiente. Mas não iríamos morrer agora, e nem hoje. "Not today" como disse o professor espadachim da Arya Stark, de Game of Thrones.

Eu e meus amigos saímos em disparada à porta principal, nos munindo de facões que tínhamos disponíveis nas paredes internas do pavilhão, em suportes, quase como aquele suporte de parede para tacos de sinuca. Cada um pegou um e abrimos as portas de ferro de correr.

O sol ainda não tinha aparecido lá fora, mas a iluminação era muito boa e de onde estávamos conseguíamos ver os desgraçados de longe. Eles corriam aos montes, eram rápidos, mesmo em avançado estado de composição, mostrando que sua carne continuava apodrecendo, mesmo eles estando "vivos".

Ouvimos um grito no lado direito do pavilhão de dormitórios, Britta estava sendo atacada, o zumbi pegou ela pelas roupas que rasgaram em alguns pontos. Os meninos correram para ajudar a moça, e Thor conseguiu arrancar sua cabeça com apenas um golpe do facão.

Não sei ao certo como aconteceu, mas outros vieram em nossa direção, talvez pelo cheiro ou sei lá pelo que, só vieram. Desatamos a correr de volta para o pavilhão com Britta ao nosso encalço. Nós queríamos sobreviver, mas não conseguiríamos fazer isso dando de herói, nem heróis, seríamos esquadrão suicida mesmo.

Assim que chegamos até a porta do pavilhão entramos e a fechamos o mais rápido possível. Todos nós estávamos ofegantes e cansados, foi por pouco. Mas a morte estava ali, corremos para o mais alto dos beliches de três andares e nos preparamos para lutar e eles vieram.

De alguma forma eles conseguiram romper a porta de ferro lacrada, a puseram abaixo e adentraram com todo aquele cheiro de carne podre, seus dentes amarelados e nojentos. E eles são espertos, viu? Mais do que nós cinco afinal. Quando percebemos eles já estavam subindo as escadas dos beliches. Uns subiram pelas camas laterais sem que prestássemos a atenção, só percebemos quando senti seus dentes na carne do meu braço, e ele era forte, gritei!

Tentando me desvencilhar dele me desequilibrei e cai, sendo libertada daquele ser- alguma- coisa, mas me tornando alvo de outros pelo menos dez mais. Gritei mais alto enquanto era lanchinho da madrugada deles.

 ― Ah!

 ― Nora, nora? Nora!

Abri os olhos e encontrei metade do Erick na minha frente me chacoalhando. Eu estava sonhando, não, tendo o pior dos meus pesadelos. Quando finalmente acordei e dei por mim que aquilo não era real, eu quase suspirei de alívio, pois aquela era uma realidade próxima.

Organizamos-nos para pegar a estrada, eu, Erick e Igor. Nossa jornada continua, mas antes nos despedimos de nossos melhores amigos. Lana implorou para que eu voltasse intacta e sem nenhum arranhão, pois não suportaria perder mais uma amiga.

 ― Amiga, por favorzinho, se cuida ta? Já estou me arrependendo de não ir junto. E cuida do meu namorado!

 ― Nós vamos ficar bem ― tentei confortar ela em um abraço apertado e aconchegante.

Encontramos no estacionamento Lorenzo e Donar recostados no capô do Volvo super master V90, eu adoro esse carro!

 ― Tudo nos faz voltar para a estrada afinal ― Lorenzo nos disse antes de nos cumprimentar- vamos lá matar um desses desgraçados então!

30 DiasOnde histórias criam vida. Descubra agora