Capítulo 7

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De todos os restaurantes, de todas as cidades, de todas as pessoas porque logo o meu pai que tinha que aparecer aqui?

Era pra eu ter um encontro legal, me divertir com o Justin, comer, beber e talvez no final da noite testar a minha teoria de que ele beija tão bem quanto faz outras coisas mas o destino tinha que estragar com tudo. Porque de todas as pessoas foi o meu maldito pai que foi aparecer aqui! Eu passei dois anos sem ver o cara e ele tinha que aparecer logo agora.

Porra!

Justin e basicamente todas as outras pessoas do restaurante, inclusive os seguranças que impediam que aquele homem chegasse perto de mim, me olhavam como se esperassem por uma resposta minha.

— Isabella Arantes de Paula, olhe para mim! — meu pai gritava.

Não havia necessidade dele citar meu antigo nome.

— Para de olhar pro seu macho da vez e olhe pra mim, Isabella!

Levantei meu olhar pra encarar aquele homem que estava dedicado a me humilhar na frente de todos. Tudo o que eu podia expressar era tédio. Era isso que ele me causava, tédio.

— Você estava me chamando por um nome que não é o meu. — falei indiferente.

— Ele é o seu nome não importa quem voc...

— Para de fazer escândalo, tá feio.

Eu tinha que tirar esse homem daqui antes que ele começasse a falar demais.

— Se você puder ir embora pra que eu volte pro meu jantar.

— To vendo que dessa vez além de rico ele é famoso. Justin Bieber, sério?

— Porque você não volta pra sua acompanhante? Porque eu tenho certeza que a pessoa que você trouxe pra cá não é a sua mulher, no caso minha mãe.

O bom do meu relacionamento com o meu pai é que eu tenho o dom de o tirar do sério, acho que tem algo em mim que o estressa. E eu simplesmente amo isso.

— O que aconteceu, papai? O gato comeu sua língua?

— Eu não sei o que fiz de errado pra você ser assim. — ele estava fulminando.

— Bella, eu acho que é melhor irmos pra casa. — Justin disse no meu ouvido.

Assenti e ele olhou para os seguranças que pediram para o meu pai sair dali. Meu pai seguiu para longe de nós, por incrível que pareça sem relutar, e foi como se eu pudesse respirar de novo.

Justin me puxou para longe dali e logo já estávamos dentro do carro. No caminho ele não falou nada, apenas entrelaçou nossas mãos. Acho que ele sabia que eu precisava de espaço pra pensar.

Ver meu pai me trouxe tantas lembranças. Algumas eram boas, de quando eu era a garotinha dele e ele me dava amor e carinho. Outras ruins, de quando eu deixei de ser a menina comportada que ele queria que eu fosse e todo aquele amor que ele dizia que sentia por mim sumia, de quando eu mais precisei de uma família e ele me renegou isso, de quando ele fazia todas aquelas coisas horríveis com a minha mãe.

A verdade é que tem coisas que ele fez e eu nunca serei capaz de perdoar.

Não vi o tempo passar e logo estávamos na frente da casa que Justin havia alugado.

— Acho melhor eu voltar pro meu hotel. — disse assim que entramos na casa.

— Eu pedi pra prepararem nosso jantar pra viagem.

— Não estou com fome.

— Você não vai me deixar jantar sozinho, né? — ele me olhava com aqueles olhos caramelo e não fui capaz de dizer não.

ShatteredOnde histórias criam vida. Descubra agora