4ºCapítulo

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This is for the ones who stood their ground

For Tommy and Gina who never backed down

Tomorrow's getting hard make no mistake

Luck ain't even lucky

Got to make your owns breaks - Bon Jovi, It's My Life

Voltámos para casa e não falei durante todo o caminho. Sentia-me como se me tivessem levado um pedaço de mim, que basicamente foi o que aconteceu. Ia olhando pela janela, mas agora já nada me parecia estranho, como na primeira vez que fiz este caminho. Chegámos a casa e o meu pai avisou-me que hoje íamos comprar o material escolar, buscar os meus novos manuais à livraria e depois trazíamos uma pizza para o jantar. Peguei só nas minhas coisas e voltámos a sair. Eram cerca de 21h30 quando voltámos a casa e comemos a pizza.

Dia 6 de janeiro - primeiro dia de aulas

O meu despertador tocou com a música "On Top Of The World" e eu olhei as horas: 7h20. Levantei-me rapidamente e dirigi-me para a casa de banho do meu quarto. Tomei um duche de 5 minutos e quando voltei para o quarto, fiquei a olhar para o meu guarda-roupa, para ver se escolhia o que vestir. Acabei por me decidir por umas leggings castanhas, uma camisa branca com uma camisola amarela de lã por cima e calcei umas botas castanhas, de cano alto. Vesti também um casaco castanho de pêlo e acabei de arrumar as coisas na minha pequena mochila, pronta para um primeiro dia de aulas. Pensei em colocar um pouco de maquilhagem, mas desisti de seguida. Não estou em Londres para impressionar ninguém, mas para ser eu mesma. Dirigi-me para a cozinha, onde o meu pai já tinha o pequeno-almoço preparado. Comi os cereais e lavei os dentes. O meu pai pegou nas coisas dele e saímos de casa. Despedimo-nos quando ele me deixou ao portão da escola, sendo que eu só o veria no fim do dia, pois iria de metro para casa, no fim das aulas.

Entrei e não pude impedir o meu queixo de cair. A escola era enorme, gigante mesmo. Se eu já achava que, dentro do normal, a minha escola em Portugal era grande, então esta não tem nada a ver. A minha escola portuguesa era só de secundário, portanto, 10º, 11º e 12º, mas esta tem uma ala que vai do 1º ao 4º ano, outra que vai do 5º ao 6º, outra do 7º ao 9º, outra do 10º ao 12º e ainda tem outra de cursos profissionais, por isso tem imensos alunos e é enorme. Continuo a andar pela escola até chegar à ala do meu ano - 11º. Percorro os corredores até encontrar a sala onde vou ter a minha primeira aula - Geometria. Neste primeiro mês, vou ter uma espécie de 'acompanhamento especial' para me situar na matéria, que é mais ou menos a mesma que eu dei em Portugal com pequenas alterações. Sento-me num dos bancos do corredor à espera que toque. Senti uma rapariga sentar-se ao meu lado.

"Olá." - ela diz, sorridente.

"Olá..." - falei num tom baixo e envergonhado.

"És a aluna nova do 11ºA, certo?" - abanei a cabeça afirmativamente - "Sou a Waliyha." - sorriu.

"Eu chamo-me Maria... Sou portuguesa." - apresento-me também.

"E o que andas a fazer por estas bandas?" - ela pergunta.

"Aconteceram algumas coisas que me obrigaram a fazer umas mudanças..." - não quis falar da minha mãe - "E o patrão do meu pai transferiu-o para a sede da empresa aqui em Londres."

"A minha mãe também tem um colega com uma situação idêntica..." - ela sorriu.

Ouvimos o toque e entrámos as duas na sala, ela convidou-me para que me sentasse ao lado dela. A Mrs. Jones é a professora de Geometria e pede-me que faça uma breve apresentação para que possa prosseguir com a aula. Digo o básico acerca de mim e volto a sentar-me ao lado da Waliyha. Posso sentir as minhas bochechas a ferver, por ter estado em frente de cerca de 21 alunos falando de mim.

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