Epílogo

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[leiam a nota final, por favor]

Encostei-me à cabeceira da cama respirando fundo e tentando acalmar as lágrimas incessantes que lavavam o meu rosto, ainda sem maquilhagem. Eu realmente não sei o que se está a passar comigo, mas deve ser algo como uma crise de ansiedade.

"Maria, olha para mim." - Mafalda pediu, pegando no meu queixo e direcionando o meu rosto para o seu - "Respira fundo, vá lá. Inspira, expira. Inspira, expira." - fiz o que ela pediu várias vezes, conseguindo acalmar um pouco o choro.

"O que é que se está a passar? Estás com dúvidas? Não o amas? Não queres dar já este passo?" - Sophia perguntou.

"Eu não sei." - respirei fundo - "Eu quero casar com ele, eu amo-o e nunca era capaz de o deixar pendurado no altar, mas eu não sei porque estou assim. Acho que estou demasiado nervosa, tenho medo que algo corra mal. E se o casamento, não a cerimónia, mas a vida depois disso, corre mal? Eu não quero que isso aconteça. Eu amo-o tanto que eu só estou a complicar tudo e a arranjar receios em tudo." - explico, agora de forma mais controlada.

"Querida, isso é normal. Eu já estive no teu lugar, eu sei o que estás a sentir. Mas depois de ali estares, junto a ele, tudo isso se evapora. Tu vais-te sentir na mulher mais feliz e realizada do mundo e tu vais ver que todas as tuas dúvidas e receios se vão dissipar naquele momento." - Perrie aconselha-me.

"Sim, tens razão. Eu sou ridícula por estar a ter esta crise de ansiedade." - respirei fundo, limpei as lágrimas e sorri - "Ajudam-me a arranjar-me?"

Todas sorriram e assentiram, caminhando até mim. Despi o pijama que ainda permanecia no meu corpo e preparei-me, vestindo o longo vestido branco de seguida. Era um vestido bastante simples, cai-cai e todo o tecido branco era coberto por um rendado da mesma cor, quase invisível. Uma racha era visível no lado esquerdo e ia da anca até ao final do vestido, que acabava numa pequena cauda. Uns sapatos de salto alto no mesmo tom do vestido foram calçados e, pouco depois, a Lou chegou para me arranjar o cabelo e tratar da maquilhagem. Primeiro encaracolou o meu cabelo e depois fez um totó descaído, do lado direito. Depois colocou uma maquilhagem bastante simples onde o ponto chave era o batom vermelho, que sobressaia.

Quando estava pronta, olhei-me ao espelho. No meu rosto não havia qualquer vestígio da crise de à pouco e eu estava feliz por tê-la ultrapassado e por não ter desistido deste casamento por uma ideia parva. Eu amo o Niall, eu quero casar com ele, nós vamos casar e vamos ser muito felizes e eu não tenho a mínima dúvida disso. Olho mais uma vez as raparigas e elas sorriem. Sorrio de volta e pego no bouquet, saindo do quarto seguida delas para encontrar o meu pai no andar de baixo. Apenas ele e as raparigas tinham ficado aqui: as raparigas para me darem apoio e ele porque me irá levar ao altar.

"Querida, tu estás..." - o meu pai disse e abraçou-me - "Lindíssima."

"Obrigada, pai." - olhei as horas - "Já estou um pouco atrasada. Vamos indo?"

Saímos de casa e eu sorri antes de entrar no carro. Estava feliz por ter sido Niall a propor casarmos em Portugal. Ele sabe o quanto este país é importante para mim e quis que o dia mais feliz da nossa vida fosse celebrado aqui.

O caminho até à igreja é feito a tentar controlar nervos e respirações. Ia tudo correr bem. Quando o carro parou, respirei fundo antes de sair. O meu pai abriu-me a porta do carro e eu sai cuidadosamente para não amarrotar ou sujar o vestido. As raparigas despediram-se de mim e de seguida entraram na igreja, deixando-me só com o meu pai.

"Estás muito nervosa?" - assenti - "A tua mãe também estava nervosíssima no dia em que nos casámos. Assim que entrou na igreja, a primeira coisa que me disse foi que estava aflita para ir à casa de banho de tão nervosa que estava." - ambos gargalhámos - "Tu e o Niall são perfeitos um para o outro, minha querida, tenho a certeza que irão ser muito felizes."

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