Crônicas de Gloriam
Livro Um — A Vila
Capitulo 5 – Se controlando
Vendo meu pai ali...
Morto...
Não conseguia pensar...
Só chorava...
Mas não sai nada da minha garganta...
Só as lagrimas que desciam...
Não conseguia pensar em nada mesmo...
Toquei o corpo dele...
Abracei...
Não conseguia respirar...
Puxei ar pela boca, mas estava tudo tão difícil...
De repente muitas memorias vieram em minha cabeça...
Felizes...
Tristes...
Momentos e mais momentos que momentos juntos...
Orgulhava-me de ele se meu pai...
Ensinou-me muito...
Aprendemos coisas novas junto...
Ele não tinha medo de dizer que não sabia algo...
E lutava pra entender e poder ensinar...
Não poderei mais ouvi suas estórias...
Nem sua voz...
Não demora muito nem o seu rosto poderei ver...
Muito menos, me segurar em suas costas...
Ou olhar em seus olhos...
Sempre me priorizou em tudo...
Estou com ódio...
Muito ódio...
E essa dor no meu peito...
Ódio dos goblins...
Ódio dos orcs...
Mas o meu maior ódio foi para o comerciante...
Mas sei que não era isso que ele queria pra mim...
Doi...
Doi muito...
Respira...
Respira...
Vamos, eu preciso respirar....
Tudo esta preso...
Não posso deixar me levar...
Dói mas preciso leva-lo para vila.
Não é justo...
Nãoooo...
Isso não é nada justo...
Nada mesmo...
Mesmo não conseguindo parar de chorar, com a cabeça pesada e o peito doendo, removi as coisas do meu pai, também limpei um pouco, e olhei para os orcs e goblin, ainda peguei algumas coisas e fui para a vila, pois não tinha força para carregar o meu pai e nem arrasta-lo.
Ao chegar notei que o comerciante não tinha falado nada do ocorrido, como precisava de ajuda, demorei quase meia hora pra conseguir falar que meu pai tinha morrido, não falei sobre o comerciante, também pouco me importava agora, tinha que botar as ideias em dia, também não tinha condição de ficar falando muito, me sentei em um canto da nossa casa e aguardei, pois não me deixaram sai de lá.
Encontram meu pai e no outro dia fizeram uma cerimonia no centro da vila, lá era um local onde antigamente eram feitas cerimonias, não sei que tipo eram, mas dessa vez usaram para o funeral do meu pai e depois o cremaram, era assim que devam o descanso aos mortos, todos na nossa vila eram cremado por vários motivos, um era pra não atrai feras que poderiam se alimenta dos corpos, outro era para que o corpo não fosse usado pra nada, etc.
Fiquei em casa, por uma semana, sempre as mulheres da vila, vinham ver como eu estava, elas sempre foram gentis comigo.
No oitavo dia, tive uma surpresa nada agradável, o miserável do comerciante, convenceu o chefe da vila, que não havia significado de ficar na casa dentro da vila, ele propôs que eu fosse pra outra casa que tínhamos (eu e meu pai) fora da vila, pois lá poderiam fazer um comercio que facilitaria a vida das pessoas, mas sei o que ele queria era me afastar da vila pra que não contasse o que ocorreu na morte do pai ou até para ser mais fácil de se livrar de mim, afinal estaria sozinho em uma casa fora da vila.
Ele já tinha ô convencido, eu não poderia argumentar, pois que criança teria o direito de falar? Ainda mais tendo seis anos, e quem iria acreditar em minhas palavras, só meu pai sabia que tenho capacidade de entende e argumentar, mas para minha própria proteção não posso fazer nada, ainda não tenho força para me proteger, evitar isso é também um forma de me proteger então preferir não ir contra o que eles queriam, pois depois do que aconteceu não sei as verdadeiras intenções do comerciante, nem sei se poderia me defender aqui dentro da vila, mas lá tenho algumas rotas de fuga, sempre analisávamos essas coisas, como a casa esta um pouco longe da vila não saberíamos o que poderia acontecer, mas também aceitei porque queria me distanciar um pouco da vila, dentro da vila todo mundo poderia saber o que eu estaria fazendo e não teria nenhuma liberdade, então preciso ficar atento.
Mudei-me para lá, como não tinha muitas coisas na casa dentro da vila, não foi difícil fazer a mudança com ajuda de algumas pessoas que eram amigas do meu pai.
A partir do momento que fiquei sozinho tentei logo pensa no que devia fazer, pois vamos ser sinceros, pessoal da vila não se importam comigo, por que digo isso? Quem em sã consciência deixaria uma criança de seis anos viver sozinha, ainda mais fora da vila, eles já estão esperando que eu morra, ninguém se quer ajudar uma criança que nem é sua, isso é mais uma lição, as pessoas da vila não tem interesse em salvar aleguem que não seja eles mesmo ou alguém da família e pode haver que para se salvar, não se importem nem mesmo com a família, exemplo disso é o comerciante que nos empurrou para se salvar, não se importou conosco, e será que se importa com sua família? E se fossem eles na carroça? Ele os empurraria também?
Tenho que para de pensar nessas coisas, preciso decidir como seguirei meu caminho.
Minhas emoções ainda não estão todas estabilizadas, ainda tenho pesadelos a noite, vendo meu pai morrendo na minha frente, e fico vendo isso se repetir, eu chorava e gritava, mas como sempre não adiantava nada, isso se repetia a noite inteira, pode se dizer que não tinha uma boa noite de sono, sempre acordando com lagrimas nos olhos, pois não podia fazer nada, só mesmo ficar sentindo aquela dor, foi então que percebi que não podia lutar e só o que podia fazer era aceitar aquela realidade, e com esse intuito quando sonhei novamente, olhei a cena só que dessa vez não gritei só as lagrimas que caiam dos olhos e o que fiz foi sentar e fica vendo, somente as lagrimas que caiam de meus olho sem só nenhum, isso continuou a se repetir até que nos meus sonhos agora não consigo chorar, mas os sonhos continuam, a diferença de eu só assistir, sem chorar, sem gritar, somente parado lá e assistindo a morte do meu pai, imóvel, sozinho no mundo, só e apenas isso, esse sonho se tornou parte de mim, mas fico feliz com ele agora, pois por mais que seja a pior lembrança da minha vida, mas fico feliz, por ver o rosto do meu pai novamente, mesmo que seja nesse sonho maldito, então com o sem perceber comecei a sorrir a me sentir feliz quando sonhava.
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Crônicas de Glóriam: Livro Um - A Vila
AdventureEm uma vila escondida numa floresta que evitar o mundo, uma criança sem mãe crescer tendo orgulho de seu pai, mas ao perde-lo decide seguir os seus ensinamentos por mais difíceis que sejam, pretendendo superar tudo e na busca do conhecimento, decid...