eighteen

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Zelena não parava de falar sobre seu novo namorado, Jefferson.

Nesses últimos meses, eu e a ruiva tínhamos ficado extremamente próximas. Mesmo com seu temperamento forte, nós nos dávamos bem.
Éramos boas amigas.

Mas realmente, naquele momento, eu não aguentava mais escuta-lá falar. 

— Zel, você pode, por favor, parar de falar? – perguntei tentando não soar rude, mas por sua expressão, falhei miseravelmente.

— O que houve? Você anda estressada. – levantei a minha cabeça que estava apoiada na mesa e a encarei. Bufei e afundei minha cabeça na mesa de novo. —Conte-me, sou toda ouvidos. – ela se arrumou na cadeira e fiz o mesmo.

Eu confiava em Zelena, mesmo.

Mas como conta-lá que eu amava o noivo da melhor amiga dela e que fiz os dois brigarem, por talvez, ele me amar também? Ela se afastaria de mim.

Encostei a cabeça na cadeira e me preparei para perder outra amiga. Eu a contei tudo.

O melhor de tudo não foi sua reação de espanto, mas e sim a sua risada. Mas o melhor mesmo, foi o que ela me disse:

— Eu sabia! Aqueles olhares… Definitivamente eu sabia. – ao perceber minha cara de surpresa ela soltou uma alta gargalhada. — O que você achou? Que eu te xingaria de vadia e iria embora? – assenti e ela riu de novo.

— Ela é sua melhor amiga, certo?

— Certo. Mas você também é minha amiga, e não te culpo por gostar dele, porque olha, que homem! – falou suspirando e eu ri.

— Você não presta…

— Não mesmo. – ficamos em silêncio durante alguns minutos. Até a ruiva se pronunciar novamente:

— Quero que saiba que, se no final de tudo, vocês ficarem juntos, eu continuarei melhor amiga de Milah e sua. Não irei me afastar de ninguém ou escolher o lado de ninguém, certo? Fora, que shippo vocês dois demais. – tentei não rir dela mas um sorriso escapou de meus lábios, fazendo-a soltar a milésima gargalhada do dia.

[…]

A lareira estava ligada e o barulho da fala dos personagens do seriado que passava na TV era predominante no local.

Ava estava deitada ao meu lado no sofá, enquanto eu, comia um pote de pipoca amanteigada.

Depois de um longo dia, finalmente estava em casa relaxando. Eu tinha falado com Milah mais cedo, a mesma me disse que precisava me contar algo amanhã.

Do jeito paranóica que sou, já estava criando várias teorias na minha cabeça.

— Ei, garota! Está com sono? – fiz carinho em Ava, enquanto via a cachorrinha fechar os olhos lentamente.

O barulho alto da campainha me fez largar o balde de pipoca e deixar a cachorrinha dormindo no sofá, indo logo atender a porta.

Por um momento meu corpo gelou com o pensamento de meus pais estarem do outro lado da porta, querendo fazer as pazes.

Ao abrir a porta, minha expressão era de surpresa.
Por um momento pensei em manda-lo embora. Mas ao ver seu sorriso e seus grandes olhos azuis com um brilho que eu não via a anos, me fez sorrir também.

— Oi, Killian. – cumprimentei arrumando rapidamente minhas mechas loiras. — O que faz aqui as… – chequei o relógio da cozinha antes de dizer. — nove horas da noite? – ele soltou um riso baixo e eu o dei passagem para entrar.

— Quero conversar com você. – disse sério e eu engoli em seco, sentando ao seu lado no sofá.

— Eu e Milah terminamos. – disse de uma vez, fazendo meus olhos se arregalarem e minha boca se formar em um 'O' de surpresa.

— Ah... Sério?… Ahn… Por que? – perguntei incerta. Vi um leve sorriso se formar em seus lábios, ele olhou pra baixo e ficamos minutos em silêncio.

Ele logo levantou a cabeça e suas íris azul piscina, encontraram os meus.

— Por sua causa. – eu congelei no mesmo momento.

— Mas… Você a ama. – disse com a voz trêmula, e os olhos marejados pela angústia que eu estava sentindo.

— Sim, eu a amo. – afirmou com um tom de voz baixo. — Mas eu te amo mais. O jeito que eu amo ela não é do mesmo jeito que eu amo você. O que eu sinto por você é mais forte, Swan. – ele segurou minha mão com um sorriso no rosto. Eu negava com a cabeça enquanto tentava impedir que as lágrimas saíssem.

— Não… Você…

— Ela terminou comigo. Não era justo com ela eu continuar com o noivado, mesmo apaixonado pela melhor amiga dela, só para agrada-la. Ela não merece isso. Nós não merecemos isso.

— Você está cometendo um erro…

— Não. Eu cometi um erro 6 anos atrás, ao desistir fácil de você. – ele se aproximou de mim e colocou suas mãos em meu rosto. — Eu não vou cometer esse erro de novo.

— E se der errado? E se sairmos machucados de novo?

— Se der errado, a gente tenta de novo. Nós juntamos os caquinhos e começamos de novo. – ele me deu um beijo na testa e o sorriso não saia de minha boca.

— Eu amo você. – eu sussurrei e senti seus lábios, ainda encostados na minha testa, formarem um sorriso.

— Você… Nós teremos uma segunda chance. E vai ser do jeito certo desta vez. Eu prometo. – ele falou, colando sua testa na minha e olhando profundamente em meus olhos. Meus olhos brilhavam por causa das lágrimas e do amor que eu sentia por ele.

Seu cheiro;
As lembranças
que você exala
de seus olhos brilhantes;
Que me lembram
momentos de amor;
Juras de carinho
e promessas silenciosas;
Que eu jamais esqueci.

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