O caminho até aqui

Cap. 6 - Supremo Alfa

Em dias normais eu estaria reclamando muito agora, a merda do vestido florido queria subir a todo momento e no varal não tinha roupas íntimas então eu praticamente ficava pelada a cada vento.

E os dois que cachorrinhos do supremo só faziam rir enquanto caminhavam mais rápido na minha frente e ouvia meus xingamentos baixinhos.

Eu fiquei pasma com o tamanho da mansão na minha frente. Era o supremo, o que você esperava? Me perguntei balançando a cabeça negativamente, me negando a demonstrar minha surpresa.

Entramos na casa calmamente, até que ouvimos murros vindo de um dos cômodos. Movida por instinto e talvez eles também, corremos para ajudar o supremo, mas ao nos aproximarmos da porta, vimos uma mão atravessando a porta como se ela fosse feita de papel. Quando a mão foi retirada pude vê músculos tensos do outro lado do buraco e em seguida a porta foi aberta.

-O que fazem aqui Eduard e Phil? -Ele disse como se não estivesse acabado de quebrar uma porta. -Vocês deveriam estar nas fronteiras.

-Bom, eu o Phil, achamos essa loba correndo pelo nosso território e achamos que deveríamos traze-la até o senhor. -O que deduzi ser Eduard falou.

-Certo, certo. Agora que trouxeram, voltem. Eu falo com ela. -Ele disse e me olhou.

Os dois lobos reverenciaram e se retiraram só ai notei que eu não tinha me curvado ou dito algo. Se ele for do tipo "tradicional" eu estou ferrada.

Cristal começou a se descontrolar dentro de mim, uivando e apesar de eu pedi-la para se calar que a porra tava séria ela não me ouvia.

-Qual seu nome? -O supremo perguntou me olhando sem demonstrar emoção.

-Sófia. -Falei e coloquei a mão na cabeça. Cristal estava louca e se eu me transformasse aqui poderia ser interpretada como atentado ao supremo ai sim eu estava morta de vez. Cambaleei para trás. Ele me olhou sem entender. -Estou, sentindo muita dor. -Falei tentando me explicar.

-Sente-se. -Ele apontou para o sofá e eu concordei com a cabeça. Porém não consegui me mover, tudo ficou preto.

****

Acordei em um quarto estranho de paredes vermelho sangue e lençóis branco gelo. Até ser bombardeada pelas lembranças, acho que desmaiei.

Me forcei a levantar, e caminhar a porta. Eu precisava ir embora. Me assustei ao notar que eu estava com outra roupa. Quem havia me trocado?

Estava com um pijama preto do que parecia ser seda. Resolvi ignorar e focar em sair.

Ao abrir a porta me surpreende, o supremo estava ali, encarando-me.

-Melhor? -Ele falou e eu concordei. -Você se importa de não desmaiar de novo? -Ele falou fazendo careta.

-Não é como se eu estivesse escolhido passar mal. -Revirei os olhos.

-De que alcateia você é? -Ele perguntou.

-Da do Sul. Porém estou me fixando na alcatéia Lua cheia do alfa Josh. -Falei dando de ombros como se eu não estivesse acabado de admitir que basicamente estou sem alcatéia.

-Me contaram da sua loba branca e da sua rápida transformação. -Ele disse dando de ombros. -Quero ver.

-Não vejo necessidade, afinal, com certeza exageraram. -Falei dando de ombros.

-Está realmente rejeitando uma ordem direta do supremo? -Ele falou me olhando fixamente e se aproximando de forma intimidadora.

-Não. -Falei abaixando a cabeça pela primeira vez na vida.

-Boa garota. -Ele sorriu anasalado e me puxou pelo braço para fora da casa. -Faça. -Ele ordenou.

Bufei de frustação. Respirei fundo e gritei para Cristal "Saia o mais rápido possível, quero surpreender esse idiota. ", porém a dor não veio, ela não queria sair, ela era pior que eu em teimosia.

"Desculpa por antes não te deixar sair, satisfeita?" -Falei revirando os olhos.

"Muito." -Ela falou. -"Corra."

Fiz o que ela mandou, eu sabia o que viria a seguir, ao manter uma velocidade boa pulei rodando no ar, talvez pela distância do solo, não sei, mas essa era nosso modo "turbo", eu estava transformada antes de tocar novamente o chão. Já fizemos isso algumas outras vezes.

Olhei para ele que tinha a boca no perfeito "o". Sorri, dessa vez, Cristal foi perfeita. Mas claro que não demoraria muito. Em seguida ela se aproximou dele passando sua cabeça em sua perna como quem pede carinho. Droga! Eu não quero que ele acaricie minha cabeça e antes que sua mão fizesse isso me afastei entrando em conflito com Cristal.

-"O que você tem?" -Esbravejei.

-"Meu". -Foi tudo o que ela falou antes de sumir da minha consciência. Ta de brincadeira! Ele era o meu companheiro?