Capitulo 4

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A vista de Amsterdam preenche meus olhos da sacada do vigésimo segundo andar,mesmo sendo três e quarenta e cinco da manhã,as luzes iluminam os prédios,o que torna tudo tão mágico.Mas logo às lembranças insistentes invadem a minha mente,de alguma forma ele ainda consegue me torturar por meio delas....6 meses se passaram e ainda me sinto numa imensa escuridão.

Lucas precisou viajar para Londres, e eu não podia ir com ele. Era a primeira vez em meses que eu ficava sozinha á noite, e eu estava aterrorizada.

É como se quanto mais o tempo passe,mais a dor me consome,as noites continuam sendo sombrias,como o brilho do meu olhar.
A luz do celular acende mostrando que daqui a pouco é meu voo para,Miami.

Minha casa

É difícil pensar em lar depois de tudo que eu passei,o conturbado período do divórcio que eu só consegui depois de um acordo,eu não denunciava o James em troca ele me concedia o divórcio.E por mais que eu saiba que eu não poderia deixar ele sair impune disso,eu optei por aquilo que eu sabia que iria me fazer feliz,bom, foi o que eu pensava na época.

Eu sei que era errado,muito errado. Mas eu só queria me livrar dele a todo custo, ninguém pode fazer o que ele fez e sair impune.

 Me sinto mal todos os dias por deixado ele sair assim, dinheiro nenhum vai trazer de voltar...tudo que eu perdi, minha juventude, minha família, minha liberdade , a Haley... 

Eu suspiro e tento conter as lágrimas, eu precisava continuar ,não podia deixar a fraqueza tomar conta de mim de novo, eu sabia que James não ia deixar barato assim,  e eu ainda tinha um logo caminho a percorrer já que tinha que voltar para a minha família, e não seria nada fácil. Mas eu estava disposta a tentar.

O divórcio foi todo no sigilo, James quis garantir que seu nome não fosse prejudicado, já que ele era um homem importante no mundo dos negócios.

Eu limpei as lágrimas que insistiram em cair,durante a minha vaga recordação,entro para dentro do apartamento que se encontra todo escuro,o que não faz diferença já que eu estou acostumada com a escuridão.Vou para a sala já que eu não iria dormir tão cedo,já que eu havia acordado devido ao sonho que estava mais para um pesadelo,ilustrando mas uma lembrança perturbadora.

*****

Coloco o óculos escuros numa tentativa de esconder as manchas escuras,debaixo dos meus olhos,devido as noites mal dormidas.Escuto o meu voo ser chamado e caminho em direção ao portão de embarque,me aconchego no assento da primeira classe,guardo os documentos e pego meu celular e mergulho direto no trabalho que teria com a empresa nova,em pouco tempo a empresa já estava dando um lucro e reconhecimento bastante satisfatório e eu estava mais empolgada.
Só me dou conta de que ocuparam o assento ao meu lado quando eu ,e o impacto de algo ao chão chama a minha atenção,vejo que era um celular,pego ele e viro em direção estendendo o celular para a pessoa que estava ali do lado,e justo quando eu menos esperava pra ver...ele estava ali.
Entreguei o celular as pressas,e virei a minha cara...Não queria que ele me reconhecesse,não agora.
O voo todo eu permaneci tensa e aflita,era tao bom ver o seu rosto familiar,meu irmão mais velho,o meu melhor amigo. Os dois eram sim,mas eu e ele sempre tivemos aquele ligação de proteção,de ciumes um com outro. Era difícil saber que ele estava ali,eu queria tanto abraçar ele, pedir desculpas. Reconquistar a confiança deles será a coisa mais difícil, eu não sabia como eu iria falar tudo o que aconteceu.

Eu estava feliz,por esta mais perto de reencontrar a minha família,mas eu sei que chega do nada depois de 5 anos não seria nada fácil, eu teria que abrir feridas e contar detalhes de algo que eu ainda não conseguia deixar pra atrás.
Eu estava diferente, os cabelos estavam pintados de preto,já não estava tão magra como a 6 meses atrás,eu já tinha ganhado peso que precisava pra está no que chamam de ideal.
O óculos escuro ajudou para que ele não me reconhecesse de cara...mas eu sabia que se eu falasse ele iria reconhecer a minha voz e eu ainda não queria isso.

A música invade meus ouvidos,e eu começo a pensar em como minha vida está mudando,e eu estou começando a sentir o sabor da vida. Penso no Lucas e em como ele me ajudou a chegar aonde estou...depois de me levar pro hospital,ele fez questão de acompanhar de perto a minha recuperação e o mesmo impediu que o James conseguisse se aproximar de mim,ele se tornou um irmão pra mim.

Ele sabia da minha historia toda, era meu porto seguro, ele que me encorajou a voltar logo para Miami, eu estava muito assustada ainda, mas eu sabia que eu sempre teria ele para me apoiar, ele viria na semana seguinte.

Ele me ajudou a realizar um sonho de abri minha própria empresa de roupas,sendo assim somos sócios e começamos aqui em Amsterdam e vamos abrir outra empresa...ele fica responsável pela daqui e eu pela de Miami.
Penso em tudo que eu tenho que fazer relacionado a empresa e acabo dormindo.
Acordo com uma pessoa me chamando

- Moça,ei- quando eu olho o Caio estava me chamando,me ajeito rapidamente-desculpa te assustar,mas era pra avisar que chegamos- ele me dar um sorriso galanteador e eu sorrio por dentro
Mas apenas assinto com cabeça e começo a guardar as minhas coisas pra sair do avião. Caio já não estava mas ali ao meu lado,suspiro aliviada e vou em direção a saída do avião.

Lucas tinha preparado um apartamento pra mim,todo mobiliado e um carro.
Lucas era rico e não gostava de poupar em nada...Mas eu não fico pra atrás.
Os advogados que o Lucas arranjou pra mim no divórcio conseguiram que o James me desse um dinheiro que dava pra eu sobreviver o resto da minha vida.
Um dinheiro na qual eu não queria....mas que eu tive que aceitar como parte do acordo.

Olho em volta do apartamento e deixo as malas na sala e me aproximo da cozinha atrás de um bom vinho ou qualquer bebida que tivesse álcool.
Whisky era o que tinha pra hoje,eu começo a beber numa tentativa falha de amenizar a solidão que eu estou sentindo.

Eu sento na sacada e entre um gole e outro,começo a chorar como eu fazia todas as noites lembrando de tudo.

O álcool se tornou meu único companheiro das noites,Lucas ficava preocupado comigo,em relação a frequência que eu andava bebendo.
Que estava se tornando diária,era a única forma de eu conseguir lidar com a dor que eu estava sentindo.

Eu não conseguia dormir a noite, eu só conseguia dormir quando os raios do sol apareciam, meu corpo estava pedindo socorro.

Através da chuvaOnde histórias criam vida. Descubra agora