Era sexta-feira. Depois do dia em que chamei Baekhyun pra almoçar ele ainda havia ficado um pouco estranho, mas ao decorrer da semana as coisas foram voltando ao normal.
Não vou dizer que não estava feliz por isso, mas ainda sim estava intrigado com a maneira que ele começou a agir na terça-feira.
Voltávamos pra casa em silêncio, até que ele foi quebrado pela voz mansa do moreno.
— Hum... Chanyeol?
— Sim? — O olhei. Ele parecia estar nervoso, seu rosto voltado para baixo e suas mãos inquietas em seu colo.
— É... Você não gostaria de ir amanhã até a minha casa para maratonarmos a segunda temporada de Stranger Things?
Sorri. Apesar do atrevimento de Baekhyun nos primeiros dias em que nos vimos, ele havia se mostrado tímido quando o assunto era convites para algo.
— Acho ótimo. Que horas?
— Pode ser no fim da tarde? — Ele me olhou e sorriu. Suas bochechas tinham uma coloração avermelhada e eu achei aquilo extremamente fofo.
— Claro! Me dê seu celular. — Sorri de volta.
— Ãn? Por que? Pra que? — Ele parecia ter saído de algum tipo de transe.
— Pra eu te passar meu telefone e você me mandar o seu endereço por mensagem, oras!
— Ah, sim! — Tirou o celular do bolso e me entregou. Digitei meu número rapidamente e entreguei o celular de volta à ele.
— Eu te mando o endereço amanhã de manhã então.
Baekhyun se voltou pra mim assim que descemos do ônibus. Concordei com a cabeça e fui surpreendido quando recebi um beijo tímido na bochecha.
Olhei para o garoto ao meu lado que estava com as bochechas coradas e sorri, sentindo as minhas ganhando a mesma tonalidade das dele.
Acenei com a cabeça levemente, murmurando um tchau lento e arrastado e comecei a caminhar na direção da minha casa, virando pra trás e o olhando, seu corpo sendo delineado pela luz da lua.
Sem perceber me peguei sorrindo, então decidi que era hora de parar de olhar tanto para o Byun e seguir logo o meu caminho.
-
Acordei ao meio dia. Como prometido, havia uma mensagem de Baekhyun em meu celular contendo seu endereço.
Tratei então de levantar, e segui para a cozinha. Eu não era conhecido como o chefe de cozinha, mas eu sabia me virar.
Desde que meus pais me colocaram pra fora de casa por não querer fazer a faculdade que eles queriam, eu tive que aprender muitas coisas que não sabia, e uma delas foi cozinhar.
Porém, por conta da minha rotina cansativa, eu só cozinhava aos finais de semana, e isso quando eu não estava com preguiça.
Como eu não havia acordado tão cedo e estava mais disposto que nos últimos finais de semana, resolvi que faria um japchae como almoço.
Separei os ingredientes e comecei a preparar com muito cuidado, eu costumava ser muito perfeccionista na cozinha, gostava de tudo sempre muito organizado e bem feito.
Demorei em torno de trinta e cinco minutos para fazer o almoço e depois de pronto me servi.
Eu já estava acostumado com o silêncio que reinava na minha casa, mas às vezes queria ter uma companhia, e foi aí que me surgiu uma ideia.
