☩ 6- Black Magic ☩

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(Eu achava que era um mito, mas bloqueio de imaginação é real, não fiquem nervosos finalmente Salem voltou).

Point Of View: Lauren Jauregui

1692

Salem

Quarta-feira

Casa das Bruxas

Abril, 9

03:43 AM

A luz da lua minguante entrando por minha janela condizia com a escuridão que eu sentia desde o meu último encontro com Camila, a morena que eu jurava ser tão inocente, mas a autora de todos aqueles assassinatos à sangue frio, a mulher que vive rodeada de símbolos cristãos e palavras de "Deus", que leva um demônio junto à seu corpo.

As mortes haviam parado, assim como eu havia implorado à ela, com isso a igreja ficava louca, procurando explicações, mas mesmo com a parada abrupta de mortes, algo preocupava o não tão pacato vilarejo, desaparecimentos toda a semana, a maioria das vítimas eram homens, e apenas eu sabia a autora dos assassinatos, sem poder compartilhar com ninguém o que se passava em minha mente a cada segundo, o desespero de me sentir observada todas as noites, e ao mesmo tempo tentando me segurar de não correr até a mulher que ocupa meus pensamentos a todo o momento.

Minhas noites se tornaram meu dia, porque de certa maneira, me sentia mais segura e próxima à ela durante o período escuro, com certeza ela sabia disso, ela sabe de tudo.

Todas as noites seu longo e macio cabelo me tentava, de dia eu sonhava com seu rubro rosto, e seus lábios igualmente vermelhos. Não existiu um momento em que eu não achei que fosse enlouquecer longe dela, e sempre me perguntei se ela pensava o mesmo, ou se ela ao menos sente minha falta.

O mais difícil de se ignorar era a vontade de procurá-la, o desejo que me corroía e parecia estar me matando. Todos os momentos eram terríveis, como se eu estivesse com fogo proliferando dentro de mim. Era difícil comer, conversar, até mesmo me levantar da cama. Feridas apareciam em meu corpo como mágica, eu estava morrendo. Pergunto-me todos os dias se conseguiria viver com essa culpa, mas apenas agora parei para pensar se realmente me sinto mal por conta das mortes, ou se estou ignorando a mulher que de repente ocupa um espaço tão grande em meu coração, e que consequentemente me assusta com um sentimento tão forte e mortífero.

Quando eu era pequena, minha mãe dizia que o amor é um sentimento que liberta, que acorda a felicidade mais pura de nossos corações. Porque será que eu sinto tanta dor? Cheguei a pensar por um momento que existem pessoas que não são dignas de tal sentimento, e passam pela experiência de seu pior, apenas para ter noção de sua intensidade. Eu sou uma dessas pessoas. Eu acredito no amor, mas justamente por acreditar nele e em sua intensidade, eu sofro. Eu sinto o amor de Camila nos meus ossos. Como se ele fizesse parte de mim há anos, porém esteve dormente, para poder acordar com tamanha força, e finalmente me detonar.

Finalmente tomei coragem para levantar da cama e conversar com ela, chega de me esconder dos meus sentimentos, eles são intensos e estão me destruíndo a cada segundo que se passa. Tais sentimentos que me assustam, porém são inevitáveis.

Ou eu morro sem ela ao meu lado, ou faleço com seu amor.

Escolho a segunda opção e no mesmo segundo me sinto mais forte, pela primeira vez coloco uma roupa digna da mulher que sou, arrumo meus longos cabelos negros, assim como o céu em sua hora mais escura, e saio da casa que me protegeu de meus medos por tanto tempo vestindo um capuz preto, mas sem ao menos me importar em colocar um sapato ou comer algo para me sustentar até a viagem ao lago que guardava tantas memórias de minha vida.

Salem - CamrenOnde histórias criam vida. Descubra agora