Encontro

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"Que bom que já chegou!" Disse Deivid ao se aproximar de mim e Luiza.

"É, agora pode começar a falar, e rápido, tenho mais o que fazer" Disse sem olhar em seus olhos hipnóticos.

"Certo, ela vai participar?" Disse ele se referindo a Luiza

"Sim ela vai!" 

"Certo" Ele fez uma pausa como se não soubesse por onde conversar, ficou calado por quase um minuto e meio até que se decidiu.

"Bom, Mia eu preciso te explicar o que realmente aconteceu quando cheguei no orfanato, que dizer, por que eu fui para lá"

Bufei revirando os olhos, e ele continuou

"Fui contratado pela antiga dona do orfanato no qual você passou a maior parte do tempo, para poder te encontrar!'

"E por isso se aproximou de mim me fez fugir do orfanato pra ficar mais fácil de ela me encontrar."

Ele fez cara de arrependido e não olhou pra mim quando eu disse isso. Então decidi falar

"Eu já sabia, por que mesmo queria falar comigo?"

"Não Mia, você precisa entender, eu.."

Dei uma rizada irônica e comecei a andar, quando ele me pegou pelo braço e me puxou para ele, fazendo com que eu tropeçasse e ficasse bem perto dele,meu centímetros do seu rosto, eu podia sentir sua respiração de tão perto, mas ele não fez nada só me encarava com aqueles olhos lindos que fazia um frio percorrer minha espinha, ele simplesmente disse;

"Mia, você sabe de onde eu vim, eu nunca menti pra você, em nada, eu também não sabia o que iria acontecer com você, eu só queria voltar para a minha casa."

Enquanto ele falava isso eu baixei meu rosto afastando-me dele, mas ele levantou meu queixo para que eu continuasse a olhar para ele, e então ele continuou

"Mia, Eu te amo, não queria que tudo aquilo acontecesse com você, mas eu não tive escolha..."

Agora sim eu tinha que sair dali, ele disse que me ama? E melhor, eu já tinha escutado isso, ou sonhado sei lá mas essa frase não me era estranha. Mas eu estava travada, não tinha reação eu só o encarava sem entender, como assim ele me ama? Por que então me deixou acontecer tudo aquilo? Não, deve ser mentira, ele deve ainda estar trabalhando com aquela sirigaita.

Fui interrompida dos meus  pensamentos quando Luiza me puxou pelo braço e disse tanto pra mim quanto pra ele,

"Tá legal, vocês já estão quase se beijando e eu não vou ficar aqui de vela, então vamos embora Mia" 

"Cla-Claro, é eu tenho que ir," Disse sem olhar no rosto de Deivid.

Sai e fui para minha casa, eu não parava de pensar no que Deivid tinha dito, por acaso ele estava maluco? Abri a porta principal da minha casa e lá estava a Liza, a garotinha de três anos de idade que eu adorava, só ela pra me fazer feliz mesmo. A Luiza tinha ido embora doida pra poder comentar sobre o que aconteceu, mas eu adorava fazer ela ficar calada, afinal de contas eu precisava refletir.

Era quase umas seis horas quando cheguei em casa, e eu fiquei até umas sete brincando com Liza, foi a minha tutora quem interrompeu nossas brincadeiras, segundo ela, a Liza precisava comer, eu não, mas a Liza sim.

Mas como eu já estava acostumada me juntei a eles para jantar, estava toda a família inclusive o pai que quase nunca ficava em casa. Para ele eu ainda era estranha, então ninguém falava nada, eu adorava interromper o almoço em 'família'.

[...]

Subi para meu quarto após a janta e fui tomar banho, vesti um pijama qualquer, escovei meus dentes e deitei, estava cansada. Passou-se dez minutos e o meu celular toca. Era Deivid, mas o que será que ele queria. Eu estava pensando seriamente se atendia. Mas não teve jeito, eu estava bastante curiosa.

"Não bastava só a conversa na praça? Tem que me ligar também?" Claro que eu não ia ser nada gentil com ele, se ele me ama mesmo tem que ser do meu jeito.

"Boa noite pra você também, mas eu te liguei por que não disse nada na praça. Me perdoa pelo o que eu fiz com você, sabe eu te disse que nã..."

"Te perdoar? Isso é serio? Acha que com uma conversinha e uma declaração de amor que nada me convenceu, acha que só com isso consegue meu perdão?"

"Eu sei Mia que não vai ser fácil, mas eu estou disposto a esperar que me perdoe para que possamos ficar juntos e ser felizes como queríamos"

"Você está de zoação com a minha cara só pode! Acha que eu vou querer ficar com você depois de tudo?"

"Agora eu sei que não Mia, por que você ainda não me perdoou, mas depois que isso acontecer...."

"Não vai acontecer nada imbecil, não vou nem te perdoar pela encheção de saco."

"Mia.."

Tu-tu-tu..

Que garoto irritante, agora atrapalhou até meus sonos, como durmo agora?

"Será que dá pra parar de gritar?"

Nem percebi que minha tutora estava na porta do meu quarto com uma cara de que iria matar alguém, ou melhor me matar..

"Vai dormir, eu também vou fazer isso tá, não me amole" Disse em um tom mais natural possível, o que deixou a minha tutora muito, mas muito mais irritada.

"Olhe lá como fala comigo garota, te jogo na rua se continuar assim, nessa mau-criação"

Não resisti, meu sangue ferveu, e a raiva que eu já tinha passado na ligação do Deivid agora acumulou com essa nova. 

"Me joga então? Quero ver se tem coragem"

"Não me desafie garota,"

"Pode assumir, você ganha pra me manter aqui"

"Não interessa posso ao menos entregar você pra pessoa que me paga, e olhe bem, você não vai gostar..."

"Se eu vou gostar ou não problema é seu.."

Ela deu uma risada irônica e saiu batendo a porta com força o suficiente para fazer um barulho enorme. Acho melhor eu dormir, amanhã tenho que encarar novamente aquele idiota.

{...}

Acordei mais cedo do que o esperado, já que eu não conseguia dormir. Levantei, tomei um banho, fiz uma trança no cabelo e desci para tomar um café. Como sempre fui ignorada, nem liguei pra isso, olhei para o relógio e vi que estava na hora de Luiza passar para me pegar, subi correndo para pegar meus materiais, coloquei qualquer caderno lá dentro, nem me preocupava se estava levando caneta, ou um lápis, qualquer coisa pedia emprestado a Luiza, ela sempre levava pra mim e pra ela.

Escutei uma buzina e um grito irritante da minha tutora me chamando. Desci as escadas, abri a porta e vi a Luiza com o Deivid?

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