capítulo 2

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Capítulo 2

Algum tempo depois

Jhow Miller

Cheiro de terra molhada, o vento soando aos meus ouvidos junto ao som das aguas, o cheiro de baunilha do cabelo da mamãe me fazia muita falta, meu mundo era diferente dos outros, em meu mundo tudo era mais calmo e turbulento ao mesmo tempo, horas ficava olhando o seu e seus raios de sol, horas estava totalmente louco, batendo em minha cabeça enquanto repetia varias vezes a mesma coisa, aquele comportamento nunca foi entendido por meu pai, mas, com o Hugo era diferente.

__Quero a mamãe, quero a mamãe... __Repetia enquanto andava em círculos por toda casa batendo repetitivamente em minha cabeça com as duas mãos.

__Vamos garoto, olha em meus olhos, você ta bem... __Hugo tentava me acalmar enquanto segurava as minhas mãos para que não batesse em mim mesmo.

__ O Jhow quer a mamãe, mamãe faz ovo frito com a gema mole sem estourar, o Jhow gosta... __falava enquanto me balançava para frente e para trás.

__Eu fiz seu ovo vem comer! __ Hugo falava com calma enquanto me chamava para a mesa, lá estava, o ovo frito, com a gema mole e intacta, naquele momento sorrir.

Depois de algum tempo já me sentia um pouco a vontade com o Hugo, algumas vezes ficava perturbado por tudo que tinha acontecido então não conseguia dormir mas, todos os dias ouvia o Hugo chorar por perder a sua família, a família que foi tirada dele sem dó nem piedade, a vida nunca foi justa, se a vida fosse justa não era vida, o que virei depois do meu pai ter matado a minha mãe e eu ter matado ele depois? Não sei! um assassino? talvez, confesso que matar ele me deu uma adrenalina no corpo, mas, o Hugo? Não, ele não merece morrer pelo menos não até o momento, em todos aqueles dias que estava naquela casa nunca falei se quer uma palavra, acho que ele pensa que sou mudo, a Amélia vem visitar o Hugo todos as noites era de cortar o coração vê ela chorando junto com ele, vê ela tentando tocar nele mas, como falei é de cortar o coração de qualquer um, menos o meu pois, só esqueci de citar que não tenho coração, então não me comovia nem um pouco, ela não sabia que podia vê-la, nem o Hugo sabia que ela estava perto dele a todo momento, sabe o que é mais incrível em ser diferente? É que eu posso vê o que ninguém vê, aquela casa era muito melancólica, era um jeito muito chique de ficar triste, aquilo me incomodava um pouco, mas, nunca me importei tanto.

Nessa noite ele estava com a foto da sua família em mãos, seus olhos toda noite tinha expressão de dor, tristeza, angústia e mágoa, toda noite ele conversava com a foto para matar a saudade, mau sabia ele que ela estava muito perto e parece ter algo a dizer, quando ele baixou a cabeça para chorar ela se aproximou dele, por mais que ela tentasse tocar nele era como se ela fosse um fantasma que na verdade ela é só um espírito, a mesma chorava bastante por não conseguir falar com seu esposo.

Vendo que ela tinha algo para dizer a ele caminhei lentamente até o Hugo que estava sentado no sofá de costas.

__Hugo me ouve por favor! Eu estou aqui meu amor, me ouve olha para mim! __Ela pedia chorando muito pois sabia que ele não ia ouvir, mesmo que ela tentasse com todas suas forças.

__Como elas morreram? __Assim que perguntei isso ele virou-se rapidamente para mim, sua ação foi de expanto pois nunca tinha ouvido minha voz antes, caminhei até o lado do sofá e sentei no chão.

__Elas foram tiradas de mim a força, eles há levaram e depois há mataram. __O senhor Hugo falava com angústia em sua voz, enquanto ele falava a Amélia chorava desesperada.

__Quem hás levou? E porque? __Ele olhou para mim outra vez com uma lágrima descendo dos seus olhos vindo direto do Fundo do seu coração do Fundo da sua alma.

Obscuros Destinos (Livro Fisico)Onde histórias criam vida. Descubra agora