Andrew Me Incomoda

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Jade se move enquanto tento seca-la, ela chorou a beça durante o banho. Acho que perdi o jeito, porque sabia dar banho na menina, mas ela não para de chorar desde então. Ela não deu tanto trabalho ontem durante o banho, e olha que hoje preparei bem a água, peguei uma bacia na cozinha da minha mãe para banha-la.

—ao que me parece, a senhorita é uma pequena porquinha.

E ela berra e chora toda irritada, limpo o umbiguinho com cuidado, depois pego a ponta de uma das fraudas que o pai dela trouxe e seco suas virilhas, Jade não é um bebê gordo, mas tem dobrinhas, o risco de ficar assada é comum entre bebês.

—o que foi?

Dou um pulo, Andrew está ao lado assim de repente, e como se não bastasse usando apenas um short que não deve ter mais de um palmo, parece uma coeca de algodão colorido ou coisa assim, os cabelos revirados, os olhos azuis cobertos de sono, me volto imediatamente para Jade, fico repleta de vergonha, será que ele não se toca?

—dei banho—digo—acho que é porque está cedo mas ela fez bastante cocô.

Acho que ele dormiu num dos quartos, acordei a pouco e ele não estava na sala, a malinha de Jade estava lá mas Andrew não, pensei que ele houvesse ido para a casa dele, mas pelo visto dormiu aqui.

—calma bebê—fala Andrew e se senta na minha cama ao lado de Jade—shiuuu...

Como se adiantasse.

Jade se espreme soltando um berro alto e agudo, passo talco nas dobrinhas das coxas e coloco nela uma fralda descartável rapidamente, o pai dela a observa em silêncio, e ainda que eu não queira, tenho que admitir, Andrew é um homem e tanto!

Jovem, bonito, sarado... Mas em contra mão ele fuma maconha, hábito que abomino. Do que adianta ser tão bonito e usar drogas?

Já deu para ver também que ele não é o maior exemplo de descrição, ele não se importa em andar semi nu dentro da minha casa, acho inadequado, não foi assim que os meus pais me criaram, e eu nunca convivi com homens assim em toda a minha vida, Paul estaria no mínimo usando uma calça de pijama.

—calma bebê!—repete ele baixinho—o que posso fazer para ela parar de chorar?

Morrer!

—nada, é assim mesmo—digo sem acreditar em seu interesse.

Coloco rapidamente um macacão em Jade, é cor de rosa e pequeno, perfeito para ela, meias e luvas, ele não trouxe muitas roupas, e tenho certeza de que essas são as únicas coisas que a menina tem desde que saiu da maternidade.

—Jade precisa de mais coisinhas e roupas, bem, eu estou de férias mas ficar aqui não vai me ajudar muito a cuidar dela—digo—acho que terei que voltar pro meu apartamento e organizar as coisas para recebe-la.

—eu não tive tempo de comprar nada para ela—fala ele me olhando—eu posso ir com você?

—é mesmo—chego a uma conclusão—você não tem residência fixa aqui, a mãe de Jade morava aqui certo?

—sim mas já consegui um bom advogado na cidade, eu inclusive marquei com ele para conversarmos amanhã, você pode vir comigo para termos a orientação correta?

—pode ser.

—posso ficar aqui se preferir, mas nesses primeiros dias quero estar perto de Jade para ter certeza de que não haverão riscos para ela.

Você é um risco para a vida dela e de qualquer um que aparecer pela frente.

—claro—restrinjo-me em falar—pode vir comigo para o meu apartamento.

Quando Ele Se Foi (Livro I) - DEGUSTAÇÃOOnde histórias criam vida. Descubra agora