Ja havia se passado uma semana após o jantar. Para sua sorte a Lei De Murphy resolveu abandoná-la antes que algo pior acontecesse.
Na família, sua fama sempre foi de garota problema; na mídia: revoltada desleixada. Mas nunca, nunca, de ladra. Seria um escândalo nas empresas de seu pai caso essa notícia vazasse. Por mais que não gostasse dos pais, sempre fora muito cuidadosa em questão a isso.
Na teoria, devia sentir-se agradecida por David, o policial, não a ter dedurado. Mas só conseguiu sentir raiva do mesmo. As indiretas e olhares debochados que recebeu durante toda a ocasião, foram mesmo de tirar a paciência! E as tentativas da mãe de praticamente jogá-lo para cima dela, então? Foram insuportáveis! Ainda bem que conseguiu deixa-la no mínimo sem graça com as roupas que trajava.
---- Você vai me leva.
---- Pra onde?
Ela organizava a mesada que ja havia recebido: 745,00 reais. Estava de castigo, então, isso queria dizer que estava recebendo um valor menor do que o esperado.
---- No tal morro, oras! Quero saber no que tu ta se metendo -- disse ao irmão, que estava sentado na cama do próprio quarto; todo decorada com cartazes de bandas e figuras dos Transformers. E, abanando seu dinheiro no ar, completou: ---- também quero vê oque da pra comprar com essa merreca.
---- Você é bipolar, sabia?
---- Brigadu. Mas agora, levanta essa raba daí e bora!
Riu da careta feita pelo irmão, enquanto observou ele se levanta vagarosamente. Sua vontade foi de o puxa pelos cabelos porta afora, só para acabar com toda aquela lerdesa. Gente, mas como era lerdo! Do tipo que dava vontade de colocar a coleira e sair arrastando como um cachorro que não quer passear.
---- Priscila, por favor. Primeiro, eu não tenho "raba"-- fez aspas com o dedo, se sentindo meio constrangido em dizer a palavra ---- . Segundo: são 8:30 da manhã. Da manhã de um domingo! Por que você não volta pro seu quarto e dorme? Vai lá, me deixa quieto.
Se jogou novamente na cama e, num repente, a idéia de passa-lo a coleira não pareceu tão ruim. Ele só podia esta de brincadeira. De jeito nenhum ela iria espera Fellipe levantar-se de novo. Paciência fora uma qualidade que nunca teve.
---- Bora, agora. Levanta já daí, viado!
Saiu do quarto guardando seu dinheiro no bolso do jeans azulado que usava. Mas a tempo de ouvir seu irmão resmungando um "chata", e depois: " oque te faz pensa que eu vou?". Isso a fez voltar e abrir a porta o suficiente para que só sua cabeça passasse.
---- Ou você vem ou eu vou lá dizer pra tua namoradinha. Como é mesmo o nome dela? Pao... Pat... Pamela! Que essa palhaçada que tu ta tendo com ela, é uma aposta!
---- Você não ousaria...
---- Quer apostar? Você gosta de fazer isso.
Sorriu com satisfação ao ver o irmão sair da cama em um só pulo. O bom de ter um irmão playboyzinho, é que sempre teria como o chantagear. É sempre boa a sensação de conseguir o que quer. Bom, essa batalha ela havia vencido, com certeza.
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Intercambiáveis.
Teen FictionDois irmãos com uma invejável situação financeira . Uma bolsista que sonha em ganhar o mundo, mas que, no final do dia, mal tem o dinheiro da própria janta. Um policial que ama, vive e morre pela profissão. E um morro, seu dono e os perigos que os...