2 - Barrier Encounters

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Eu atravesso a multidão de adolescentes, quase tropeçando nos saltos.
Provavelmente não foi a melhor estreia para participar, considerando que o novo filme também estrelou um ídolo teen da atualidade, Harry Styles.
As fotos e os cartazes em torno só mostram o rosto com os cabelos encaracolados e não de Tom Hardy.
Ser mais velha, fez com que fosse mais fácil eu e meu amigo conseguirmos passar a multidão de adolescentes histéricas na barreira de entrada, fomos para o meio da calçada, onde paravam as limusines em frente ao tapete vermelho.
Eu não sentiria falta dele se tivesse que dar um sacalão com minha bolsa nessas meninas adolescentes histéricas que me empurravam.
As 19:15, a primeira limusine parou e o segurança puxou a alça. Os paparazzi se aglomeravam, as câmeras piscavam e um homem de cabelos negros e olhos azuis deixou o veículo para ser saudado por gritos da multidão.
- Cillian Murphy chegou! - Uma voz de um comentador surgiu dos alto-falantes. O ator acena para a multidão e aproxima-se da barreira para autografar muitas capas de DVD de Peaky Blinders colocados em sua mão.
Eu me senti muito nervosa por ver, pela primeira vez, uma pessoa famosa em carne e osso na minha frente. Então, quando ele finalmente se aproximou de mim, eu sorri timidamente e meu amigo tirou uma foto de nós dois, ao fundo um mar de mãos.
Enquanto ele vagava para a outra extremidade do tapete, uma parte da multidão foi atrás dele, o que significa que eu consegui ter mais espaço na frente da barreira para esperar o próximo veículo chegando.
Quando eu ouvi sussurros de que poderia ser Tom, meu coração deu um pulo.
Quando a porta foi aberta e ele saiu, havia muitos flashes, o que quase me cegou com tanta luz. Ele está ali, na minha frente!
- E aqui está o próprio, Tom Haaaardy! - Ecoou o som dos alto-falantes, mas tudo que eu conseguia ouvir era meu sangue circulando rapidamente pelo meu corpo e o grito das jovens que me cercavam.
Ele vestia um terno azul marinho, perfeitamente ajustado no corpo, a gravata vermelha esbelta segurada por um prendedor dourado que me lembrou o personagem gângster que ele fez, Reggie Kray, em Lendas do Crime.
Seu cabelo estava penteado com algum produto, despenteado e parado em lugares aleatórios. A barba estava aparada, a boca saliente. E eu agradeci mentalmente por ele não ter tirado a barba.
Ele é menor do que eu esperava. Tanto em altura como estatura, mas seu rosto é perfeito, os lábios carnudos salientes, os olhos vibrantes. As fotos da Internet não fazem jus à sua aparência impecável.
Ele acena para a multidão enquanto o aplaudiam, e dirigi-se até a barreira, seu segurança no encalço.
Ele assina alguns cartazes e pude ouvir sua risada quando chamado por seu nome várias vezes. Eu espero pacientemente na frente da barreira, começo a me sentir mais determinada do que nervosa.
Ele finalmente alcança a pessoa ao meu lado e posa para uma foto, seu dente proeminente visível, puxado por debaixo de seu lábio quando ouviu algum comentário sobre o filme.
Ele se vira para mim e nossos olhos se encontram, eu senti uma eletricidade que reverbou por meu corpo fazendo meu coração quase pular pela boca. Eu me senti tonta, mas sorri de uma forma tão pateta que meu amigo ao meu lado riu alto.
Estava muito barulhento, mas ele chegou mais perto para poder me ouvir tagarelar sobre o quanto admiro seu trabalho, a caridade, que já olhei todos os seus filmes e que ele é como uma inspiração para mim. Ele toca meu braço enquanto fala em meu ouvido um "obrigado" em meio a gritaria da multidão.
- Eu posso tirar uma foto de vocês? - Meu amigo fala, me trazendo de volta à terra.
- Claro. - Diz Tom, colocando seu braço em minha volta e sorrindo quando o flashe quase nos cega.
- Deixe-me ver. - Ele diz, me espantando quando puxa o celular da mão de meu amigo e ri da foto, apertando os olhos no sol.
- Olha o meu cabelo! - Ri novamente, tentando arrumar em vão seu cabelo.
- Não tem jeito mesmo. - Ele sorri para mim e devolve o celular em minha mão, ela tremia, e pude sentir novamente uma corrente elétrica percorrer da minha mão ao meu corpo inteiro quando me encosta, senti também seu perfume, que me lembrou hortelã com algo amadeirado. Meu coração ainda batia como um martelo em meu peito.
Nos viramos quando outra limusine chega, e os alto-falantes rugem.
- HARRY STYLES!
Fazendo a multidão ir ao delírio em volta da praça.
- Olhe, a verdadeira estrela está aqui agora. - Tom zombou, sorrindo com seu dente proeminente, sua voz profunda como chocolate em meus sentidos. Eu consigo respirar melhor agora que ele parecia estar vagando em volta assinando cartazes e tirando fotos, sem sair precisamente do meu lado.
- Melhor eu ir andando. Como você se chama? - Ele me pergunta e eu só consigo ficar congelada no lugar. Eu tentei responder, mas aconteceu tão rápido e eu fiquei tão desconcertada que ele estava conversando assim comigo, que eu gaguejei com um som murmurado quando seu segurança o chamou pelas costas.
Ele me deu um olhar prolongado enquanto eu estava com um nó na garganta, minhas mãos descansavam na barreira, meus olhos grudados nos dele. Ele mordeu o lábio em minha direção e eu só queria desmaiar, continuou a caminhar pelo tapete vermelho, dando olhares apressados para mim, minhas pernas tremiam.
O ar voltou para os meus pulmões quando Tom se afastou, minhas pernas bambas. Meu amigo empolgado mostrando as fotos tiradas ao meu lado. Eu estico o pescoço e posso ver em que direção ele vagara, posso o ver sussurrando no ouvido de um homem alto, provavelmente de sua equipe de segurança.
O homem me olha e vejo Tom fazer o mesmo e acenar. Seu dedo mindinho curvado, visível mesmo de longe.
Fiquei petrificada. Tomo um gole de minha garrafa de água que segurei durante toda a noite, minha boca de repente ficando mais seca que o deserto.
Depois que Tom partiu, eu não vi mais motivos para ficar. Os fãs de Harry criaram caos e a multidão se movia com ele ao longo do tapete, tornando mais fácil eu me esgueirar na direção oposta da multidão.

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