14 - Gangsta Rap & Meatballs

1K 73 3
                                    

Assim que a porta se abriu, o aroma bateu em mim. O cheiro de alho e tomate flutuando para fora em direção à porta. John conduziu e ultrapassou-me na direção da kitchenette. Eu o segui docilmente, consciente da maneira como andava e do que estava fazendo com as mãos. Eu estava nervosa e minha garganta estava seca.

Ao virar a esquina, a visão atingiu-me com mais força do que o cheiro, Tom estava na cozinha, de pé sobre o fogão. Ele estava mexendo em algum tipo de molho em uma panela enorme, e tinha um rap tocando de um dispositivo de alto-falante portátil pelos utensílios.

  - Girl no need to be so tight lipped, all these bitches know you got me pussy whipped... -  Ele bateu rápido, girando nos calcanhares quando John colocou a mão nas costas. Parecia que ele estava pronto para lutar com alguém com a concha que ele estava segurando e sua feição mudou quando ele me viu atrás de John, um sorriso revelador em seu rosto.

Ele se inclinou para desligar a música.
- Merda, você poderia ter me avisado, o que aconteceu com o telefonema? - Ele disse com seus olhos vidrados em John, antes de seu olhar se voltar para mim novamente.

- Estávamos atrasados, de qualquer jeito, Tommy, achei que você estaria pronto. Você precisa de alguma coisa antes de eu sair? - Perguntou John.

- Nah, vá em frente, tudo que eu preciso está bem aqui. - Ele disse, um olhar sério e intenso em seu rosto quando ele me encarou.

John saudou nós dois e saiu, eu ouvi a porta se fechando atrás de nós e me arrastei desconfortavelmente em meus calcanhares. Eu estava um pouco mais vestida do que Tom.

Ele usava calça jeans preta, mas seus pés estavam descalços, e usava uma camiseta cinza com um casaco por cima.

- Literalmente perdi a noção do tempo. - Ele começou, vagando o olhar por mim. - Você está linda. Num outro nível de beleza. - Ele proferiu, devorando-me com os olhos. Eu queria não ter colocado tanta perna em exposição e puxei a bainha do vestido ligeiramente para baixo, oscilando sob o olhar dele.

- Estou terminando o jantar, espero que você esteja com fome. - Disse ele.

- Morrendo de fome! - Minhas primeiras palavras um pouco roucas.
- Bom, bom, venha. - Ele disse pegando minha mão e levando-me para a mesa que ele estava tomando o café da manhã na última vez que eu o vi.
Foi adornado com colocações românticas e eu corei um pouco à vista disto. Eu não esperava esse esforço.
Havia duas cadeiras em lados opostos da mesa uma da outra, uma toalha de mesa preta adornada com pétalas de rosas vermelhas e pequenas velas salpicadas ao redor. Havia duas taças grandes de vinho, dois pequenos copos de vidro, utensílios, guardanapos e condimentos.
As luzes estavam apagadas nesta seção, e eu olhei para a rosa vermelha que ele havia deixado em minha cadeira.
Quando eu cheguei lá, ele segurou a cadeira para mim, sorrindo enquanto eu agradecia.

Eu não podia acreditar que ele estava fazendo a comida sozinho, era tudo tão íntimo que eu me sentia triste que isso iria ser apenas temporário.

- O que há, querida? - Ele perguntou franzindo a testa, obviamente notando minha expressão menos que feliz.

- Nada, isso é. Isso é tão lindo. - Eu disse gesticulando para a mesa. - Eu não esperava que fosse isso tudo. - Eu respondi.
Ele se inclinou e beijou-me na testa.
- Estarei de volta em dez minutos, sirva-se de um vinho ou algo assim. - Sugeriu ele.
Eu estava maravilhada, foi a coisa mais doce que já fizeram por mim e eu não estava acostumada com isso. Tom voltou e eu estava olhando o rótulo tentando decifrar se era vinho francês autêntico ou algo similarmente chique e extravagante.

- Bourgogne Pinot Noir. - Ele proferiu para mim. - Meu favorito.

- Eu pensei que você não bebesse... - Eu respondi antes que eu pudesse parar. Opa uma revelação do meu fangirling.

- Não acredite em tudo que você lê. - Disse ele, colocando tigelas de comida na mesa.
- Eu posso relaxar com um bom vinho acompanhando a minha refeição. E eu não sou um alcoólatra louco. - Ele disse rindo. Eu corei com a sugestão.

- Então são espaguete e almôndegas. - Ele disse - E eu não tenho certeza do gosto, porque é provavelmente a primeira refeição que eu cozinhei desde 1992 quando eu queimei o feijão na torrada. - Ele disse piscando para mim. Eu não poderia dizer se ele estava brincando ou não, mas eu ri de qualquer maneira.

Ele sentou-se à minha frente e gesticulou para eu pegar minha própria tigela. Havia pratos de molho vermelho rico e almôndegas, filés de espaguete e queijo parmesão com ervas. Parecia e cheirava divinamente, como o homem à minha frente.

Quando eu ergui a primeira garfada para meus lábios, pulei com o barulho de facas e garfos batendo em meu prato.

- Orghhh fuck. Merda... Elughhhff. - Tom cuspiu algo em um guardanapo quando eu olhei para ele desnorteada.

- Desculpe amor. É que é muito ruim. - Ele disse, enquanto seus olhos estavam lacrimejando. - Eu não estava brincando. Eu não sei cozinhar nenhuma merda. Eu não sei porque eu pensei que era uma boa ideia. Eu vou pedir algum serviço de quarto. -  Ele disse sentando de volta , seu rosto estremecendo em desgosto.

Eu não pude evitar sua reação, comecei a rir histericamente com minha taça de vinho na mão.
Eu cobri minha boca para abafar um pouco a risada, minha barriga doendo pela diversão. Tom riu em uníssono, bebendo um pouco de vinho para tirar o gosto do molho.

- Tem que tentar, é justo, você se esforçou tanto. - Eu disse, segurando suas mãos na derrota.

Eu enfiei o garfo na boca e comecei a mastigar, beliscando o nariz ao sabor azedo que ele excreta. Como diabos ele tinha feito almôndegas de tomate? Foi cômico. Eu bebi mais um pouco de vinho quando o sabor amargo finalmente saiu.

- Vamos pedir chinês. - Tom riu, estendendo a mão para afastar-me da mesa e da comida terrível.

HARDOnde histórias criam vida. Descubra agora