4 - Contractual Candy

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Passando minha perplexidade nesse ponto, peguei as folhas do documento com a capa em branco nas mãos. Virei a página e a segunda folha tinha escrito:

"Contrato de Privacidade

Após a discussão, eu _________ aceito concluir a não divulgação de futuras conversas, arranjos e proposições.
Qualquer coisa lida ou discutida além disso, será legalmente aplicada, e haverá ações legais e indenizações se for violada.

Assunto: Edward Thomas Hardy, de Richmond, Inglaterra, Ano 2017.

Para: ___________, de ___________, Ano 2017.

Por favor, assine antes de continuar."

Eu enruguei o nariz na primeira página. Então lembrei-me de que ele é um cara super discreto sobre sua vida pessoal, então fazia todo sentido. Mas eu não sei nada de confidencial sobre ele para contar algo. O que exatamente eu preciso para assinar isso? Mas mesmo assim, peguei a caneta assinei todos os espaços fornecidos.
Então, virei a página e minha boca abriu em total surpresa.

"O Sr. H, como também o chamaremos, solicita sua presença em um ambiente mais privado com a condição de envolvimento sexual leve.
O Sr. H é comprometido, o que significa que ele não pode oferecer mais do que intimidade física por curtos períodos de tempo.
Este pedido é totalmente confidencial, cuja divulgação é vital para a vida profissional e familiar do Sr. H e sua esposa e filhos.
O pedido é feito com insinuação sutil de que você participará de relações sexuais com o Sr. H de sua escolha e sob seu acordo.
Ao deixar a presença do Sr. H, nenhum outro contato deve ser buscado ou tentado.
Qualquer divulgação deste documento resultará em ações judiciais de nível criminal por violação de privacidade.
Por favor, assine para todos os assuntos legais."

Minha boca ainda está aberta. Eu virei a página de informações legais sem me preocupar em lê-lo.
Minha mente gira enquanto eu contemplo o significado do documento.
Meu ídolo, uma celebridade que é casado, uma estrela de cinema, quer um discreto encontro sexual com uma fã por uma noite apenas. E ele me escolheu.
Meu coração bate desenfreado, adrenalina corre em minhas veias enquanto minhas pernas tremem sob a mesa e minha mão segurando a caneta seguiu o exemplo. Eu sou casada, tenho que me lembrar disso. Tenho um casamento feliz na medida do possível, nada de especial, anos de cumplicidade, levando à uma velhice e paixão sem vida sexual.
Este homem é minha maior fantasia sexual, o homem pela qual fantasio no meio das minhas pernas enquanto meu marido é que estava entre elas.
Eu poderia realmente doer-me com o que estava me sugerindo? Eu com certeza não vou poder contar ao meu marido e nem pedir uma opinião ao meu amigo sobre o que eu deveria fazer. A esposa de Tom com certeza não sabe que ele faz propostas de sexo em estréias de filmes, e isso significa que isso é um segredo entre mim, ele e seu segurança por uma data indefinida.
Levei a caneta à boca e a suguei, os coquetéis de mais cedo acentuaram meu julgamento e eu me senti ligeiramente culpada antes de assinar a cláusula de acordo no final do documento, aceitando as condições propostas.
Dez minutos depois, presa em meus devaneios do que viria a seguir, ouço uma batida na porta, o que me fez pular da cadeira e logo após rir nervosamente ao constatar que era John que entrava, como prometido.
- Te assustei? - Perguntou com uma sobrancelha levantada.
- Não, não. Desculpe, não. Apenas muito tempo pensando. - Eu disse com a voz vacilante. Corei inevitavelmente e eu evitei seu olhar até ele se dirigir a mim.
- Temos uma programação a cumprir. São 11 horas e o tempo está passando. Com todo o respeito, você leu o documento?
- Sim. Estou confusa com os detalhes, mas acho que entendi. - Disse com convicção.
- Você gostaria de sair agora, então? Vou precisar que assine a cláusula de privacidade antes de sair, mas não tem problema se quiser partir. Eu posso levá-la até um táxi que irá levá-la aonde quiser ir.
- Eu não quero sair... - Eu balbuciei tremendo. - Eu assinei todo o documento, incluindo a cláusula final do acordo. Eu tomei minha decisão, o que faço agora? - Olho para John curiosa.
- Ok, senhorita, bem, Tom está indisposto com a imprensa e a multidão, mas não por muito tempo agora. Eu providenciei tudo para que você o receba em um quarto e tomei a liberdade de comprar artigos de higiene pessoal, refrescos e roupas mais adequadas, se a fizer feliz. Eu irei acompanhá-la até o quarto, Tom se juntará à você em breve. - Ele instruiu, alçando o documento e verificando as últimas páginas para ver se foram devidamente assinadas.
Eu assenei com a cabeça enquanto ele abria a porta para mim e instruía a segui-lo enquanto andava na frente pelo corredor e longe da música alta e a multidão de pessoas ainda presentes na festa.
Ao chegarmos no elevador, um código foi acionado antes de entrarmos. Ficamos eu e John sozinhos. Sabendo que ambos sabíamos o que estava prestes a acontecer, minhas bochechas enrubesceram e eu limpei a garganta, o constrangimento me corroendo.
Depois de chegarmos no andar, desocupei o elevador rapidamente depois de John, que continuou olhando seu celular e me olhava vez ou outra para verificar se eu estava o seguindo. Não havia ninguém no hotel, o que achei estranho, mas então percebi que, provavelmente, todo este andar era exclusivo para Tom e sua equipe.
Chegamos em frente à uma porta, John tirou um cartão de acesso e encaixou-o desbloqueando uma tela que pedia reconhecimento de impressão digital, que John colocou seu dedo desbloqueando a porta.
Entrando no vasto espaço, fiquei com os joelhos fracos. Eu não tinha ficado em muitos hotéis, mas eu estava bem segura de que esse era a cobertura dos sonhos!
Havia janelas que adornavam toda uma parede, um tapete grande e felpudo na cor creme com sofás à sua volta. Uma mesa de jantar estava em outro cômodo com o chão de mármore. Havia também um piano de cauda, como nos filmes. Bem como uma área com bar cheio de luzes de néon. E ao lado havia um sofá suficientemente grande para acomodar toda uma família de uma só vez.
Eu tentei não parecer deslumbrada, mas, o máximo que fiz foi uma expressão indiferente. O que fez John rir.
- O quarto e banheiro estão logo ali, com tudo o que irá precisar. - Ele ofereceu. - O bar está abastecido, sinta-se à vontade para se servir do que quiser. Eu acho que daqui uma meia hora o Sr. Hardy irá se juntar a você... Há um bilhete no banheiro que você irá ler antes de se arrumar. Tenha uma boa noite. - Ele sorriu se despedindo e indo em direção à saída.
- Obrigada. - Eu murmurei quando ele saiu.
Eu estava tão boba, que me belisquei para saber se não era um sonho, sorrindo para a marca vermelha que deixei em meu braço. Estava me sentindo Julia Roberts em Uma Linda Mulher, e ignorei o pensamento de que isso queria dizer que eu estava me sentindo uma prostituta.
Me aproximei do bar, examinando as bebidas e me decidindo por um Whisky forte. Eu estava precisando de um pouco de coragem holandesa, ansiedade sempre presente no meu peito desde a chegada ao tapete vermelho e apenas crescendo a cada momento até agora.
Eu bati o copo depois e beber todo seu conteúdo. Lentamente me encaminhei à suíte, passando pela grande janela vendo as luzes de Londres, me perguntando como seria daqui em diante.

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