"Every breath you take, every move you make, every bond you break, every step you take, I'll be watching you. Every single day, every word you say, every game you play, every night you stay, I'll be watching you. Oh, can't you see? You belong to me..."
"Cada vez que você respira, cada movimento que você faz, cada laço que você rompe, cada passo que você dá, eu estarei observando você. Todos os dias, toda palavra que você disser, todo jogo que você jogar, toda noite que você ficar, eu estarei observando você. Oh, você não pode ver? Você pertence a mim..."
Every breath you take – The Police
Carlos Eduardo
Dominação não é distúrbio de caráter, não é trauma de infância e não é um conto de fadas onde a mocinha transforma o dominador em príncipe encantado. Dominação é preferência sexual. E ponto.
Tenho 35 anos e desde menino eu sempre gostei de cordas, algemas e chicotes. Conforme os anos foram passando, eu descobri que essas coisas podem ser usadas de formas diversas. E descobri também que muitas outras coisas podem ser usadas para causar dor e prazer. Os dois estão definitivamente conectados.
Minhas primeiras experiências sexuais foram convencionais, mas eu sempre soube que faltava alguma coisa. Claro que na minha adolescência eu descobri pela internet que esse mundo existia e, desse dia em diante, eu soube o que queria para mim.
Quando você é um menino e faz sexo com suas colegas de classe, dificilmente você vai encontrar uma jovem de 16 anos que queira ter suas pernas amarradas ao próprio corpo enquanto vocês estão nas preliminares. Eu juro que perguntei algumas vezes, mas nenhuma delas quis. Por isso, eu passei a frequentar clubes onde as pessoas eram mais abertas a esse tipo de relação. E lá eu conheci todas as submissas que tive até hoje.
Depois que terminei a faculdade, meus pais começaram a me cobrar uma namorada, pois da última vez que eu apresentei uma a eles, eu estava no Ensino Médio. Eu não me vejo tendo um relacionamento desse tipo outra vez. O que eu tenho com as minhas submissas é muito mais profundo do que simplesmente caminhar de mãos dadas e ir ao cinema. Elas pertencem a mim e eu tomo conta delas. E, de certa forma, elas fazem o mesmo por mim.
Enquanto corro pela praia, planejo o que vou fazer mais tarde quando a Mariana voltar para minha casa. Mariana é minha submissa há dois anos e nós nos damos muito bem. Ela passa grande parte da semana trabalhando e comandando 25 funcionários na empresa onde ela é a diretora. Os fins de semana, ela passa amarrada à minha cama. Eu juro que faço isso mais por ela do que por mim. Por mim, nós poderíamos sair juntos para jantar ou algo do tipo, mas ela se sente mais segura dessa forma e quem sou eu para negar o que ela precisa. Mariana costuma dizer que na rua ela precisa fingir que é forte e estar sempre no comando, enquanto na minha cama ela pode ser ela mesma.
Assim que termino meus exercícios, paro para tomar uma água de coco e ligo para o Roberto, que combinou de vir me encontrar na praia e está atrasado. Roberto é meu amigo desde sempre, por mais que tenhamos passado muitos anos afastados depois que a mãe dele morreu e ele mudou com o pai para Los Angeles. Ele é um bon vivant incurável e acho que nunca vai ter responsabilidade com nada na vida. A última dele é estar comendo sua assistente, mesmo sendo casado nos Estados Unidos.
- Levanta preguiçoso. Eu já estou te esperando – digo.
- Você já correu e fez aqueles milhares de exercícios que você faz?
- Já.
- Está bem... Estou indo.
Pelo menos ele mora aqui perto e não vai demorar. Nós trabalhamos juntos, jogamos futebol juntos e saímos para jantar algumas vezes durante a semana também. De todos os meus amigos, ele é o que eu tenho mais contato.
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Avassalador
ChickLitAvassalador é um dos livros da série Cariocas que conta a história de Lívia, uma jovem mulher, rica e mimada, que sempre teve tudo o que quis na vida, exceto o amor e a atenção dos pais. Ela conhece Carlos Eduardo através de uma amiga que trabalha n...