O Misterioso Caso de Wood Hilton

Capítulo 6 - Foi Você!

     A morte de Dillon, apenas 3 dias após a morte de Charlie, iniciou um novo mistério na família Wood Hilton.

     Muitas perguntas ainda precisam de respostas.

     O assassino de Dillon seria o mesmo que matou Charlie? Porque se isso for verdade, Brooke está presa injustamente, enquanto o verdadeiro assassino ainda está dentro da casa.

     Será que o assassino pretende matar todos da família Wood Hilton?

     Quando será que as mortes irão parar?

     Ou será que a morte de Dillon não tem nenhuma ligação com a morte de Charlie?

     Uma coisa é certa. Todos da família Wood Hilton, exceto a pequena Madison, teriam motivos para matar Dillon.

     Clay havia discutido com o cunhado, e deixou claro para Michelle que Dillon ia pagar caro por isso.
     Emmanuelle poderia estar cansada de ser traída por Dillon, e resolveu dar um fim no marido.
     Shay poderia ter ficado muito aborrecida com as palavras que Dillon disse à ela, e resolveu se vingar.
     Michael ficou furioso ao ver a maneira como Dillon estava tratando Shay, e poderia também ter se vingado.
     Michelle talvez não fosse tão inocente assim. Ela poderia perfeitamente ter tomado as dores do marido e ter matado Dillon.

     A família estava reunida na sala. Eles estavam aguardando a chegada de Carlos e Katie, que já começariam um novo interrogatório.

     Clay estava nervoso, temendo ser acusado de ter matado Dillon.

     Convenhamos que ele é um grande suspeito, não é mesmo? À tarde, ele tem uma grande discussão com o cunhado, e na manhã do dia seguinte, Dillon aparece morto? Um suspeito e tanto, não?

     Emmanuelle estava sentada no sofá, com uma postura bem formal. Ela tentou demonstrar que era forte, e evitou chorar por um instante, mas logo se desabou em lágrimas.

     Madison estava sentada ao lado da mãe. Ela estava paralizada, sem falar e sem se mexer. Era como se a pequena menina estivesse em um estado de transe. Mas também, era compreensível o estado em que ela estava. Não é nada fácil para uma garotinha de 9 anos, lidar com as mortes recentes do pai e do avô. Ela precisava de tempo para se recuperar.

     Com a chegada do xerife Carlos e da detetive Katie, o interrogatório não demorou em começar. Pena que o interrogatório não serviu muito, pois todos alegaram estar dormindo na provável hora em que Dillon foi morto. Apenas Madison não foi interrogada, pois a menina ainda não havia deixado o seu estado de transe.

     Carlos e Katie apontaram Clay como o principal suspeito pelo assassinato de Dillon, pois ficaram sabendo da briga entre os dois. Mas eles não puderam prendê-lo, por faltas de provas.

     Com o ocorrido na casa dos Wood Hilton, o xerife foi obrigado a soltar Brooke.

     Carlos e Katie tiveram uma breve conversa na delegacia.

     – Está cada vez mais difícil lidar com o caso dos Wood Hilton. - falou Carlos. – Parecia que já estava tudo resolvido, e que Brooke era a culpada pela morte de Charlie. Até que veio esse outro assassinato.
     – O pior de tudo, é que nós não temos como saber se a pessoa que matou o Dillon, foi a mesma que matou o Charlie. - disse Katie, confusa. – Os crimes podem não ter ligação um com o outro. Mas ao mesmo tempo, podem. E se isso for verdade, podemos garantir que Brooke é inocente.
     – Uma coisa eu posso te garantir, Katie. Esse é o caso mais difícil que nós já enfrentamos.
     – Pode acreditar que sim!

     Carlos, Katie e os Wood Hilton, todos estavam há três dias tentando descobrir quem havia matado Charlie. Mas e se eles estiverem procurando pelo caminho errado? E se Charlie talvez não tenha sido assassinado? E se o própio tivesse resolvido acabar com a própia vida?
     Há poucos dias antes de morrer, Charlie havia descoberto que Brooke o traía. Talvez, o velhinho não quisesse passar por esse constrangimento na frente da família.
     Antes de se casar com Brooke, ele foi aconselhado por todos a não fazer isso, mas ele não os ouviu. Seria uma vergonha imensa para Charlie se toda a família soubesse que ele era traído. A morte pode ter sido a única saída que o velhinho encontrou para escapar dessa situação.
     Bom, mas talvez não!
    
     A noite chegou e com ela, a indignação de Clay, Emmanuelle e Michael, ao verem Brooke de volta em casa.

     Brooke não falou com ninguém, e foi logo para o seu quarto, chorar pela morte de Dillon.

     Shay esteve todo o dia trancada em seu quarto, pensando e refletindo sobre os ocorridos.

     As horas se passaram, e um enorme silêncio tomava conta da casa dos Wood Hilton. As luzes estavam todas apagadas.

     Michael estava na biblioteca, como de costume.

     Clay e Michelle tentavam ter uma tranquila noite de sono, mas falharam na tentativa.

     Shay, por mais incrível que seja, conseguiu pregar os olhos, e já estava dormindo.

     O quarto de Brooke estava vazio, pois ela não estava. Ela estava no porão da casa, lugar onde ela se encontrava às escondidas com Dillon.

     Emmanuelle estava em seu quarto, sentada na cama. Ela tinha duas fotos em suas mãos, uma de Charlie e uma de Dillon.

     A porta do quarto se abriu bem devagar. Madison estava em pé na porta. Parecia que a menina finalmente havia voltado ao seu estado normal.

     – Oh filhinha, você está bem? - perguntou Emmanuelle, indo até a menina.
     Madison não respondeu, e em passos bem lentos, entrou no quarto da mãe.
     – O que foi, minha filha? Fala com a mamãe!

     Madison parou na frente de Emmanuelle e olhou bem nos olhos da mãe. A garotinha finalmente começeu a falar.
     – Eu vi, mamãe. Eu vi!
     – O que você está dizendo, querida?
     – Eu levantei da minha cama de madrugada. Eu precisava beber água, e fui até a cozinha. O papai passou pela cozinha e foi até a dispensa. Eu vi tudo, mamãe. Eu vi quem matou o papai.

     Emmanuelle mudou imediatamente a sua expressão facial. Ela estava assustada, pois estava prestes à descobrir quem matou o seu marido.

     Ninguém imaginava que Madison estava lá, na hora e no local da morte de Dillon.
     Aquele pequena criança era a única que tinha a resposta que todos queriam saber. E talvez seja justamente pelo choque dessa resposta, que a garotinha esteve o dia todo em transe.
     – E então, minha filha? O que você viu? Quem matou o seu pai? - perguntou Emmanuelle, desesperada para saber o que a filha iria dizer.
     – Foi você, mamãe! Foi você! Eu vi! Você matou o papai!