Capítulo 4 - Culpada?

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     Antes de irem embora da casa dos Wood Hilton, Carlos e Katie se direcionaram até a cozinha, onde estava Morgana, a empregada da família.
     – Olá, senhora! - disse Carlos.
     – Olá, xerife. Olá detetive. - cumprimentou-lhes ela, com um enorme e feliz sorriso no rosto.
     – Poderia nos servir um pouco de café? - perguntou Katie.
     – Mas é claro, detetive. Será um prazer! A sra. Brooke acabou de me pedir dois cafés, um pra ela e um para a sra. Emmanuelle. Eu aproveito e faço pra vocês também.

     Carlos e Katie se sentaram em uma mesa, localizada no canto da cozinha e aguardaram o café.
     – E então, como vão as investigações sobre a morte do sr. Charlie?
     – Bem difícies, eu diria. - falou Carlos. – Tenho a sensação de que não vamos conseguir resolver esse mistério tão cedo.
     – Você precisa ter pensamento positivo, xerife. - disse Morgana, enquanto esquentava a água para o café. – Uma hora ou outra, vocês vão acabar descobrindo a verdade. Lembre-se xerife: "Não há nada em oculto que não venha ser revelado."
     – A senhora tem razão!
     – Como a senhora se chama mesmo? - perguntou Katie.
     – Morgana. Morgana Brown.
     – Então sra. Morgana, há quanto tempo trabalha para os Wood Hilton?
     – Trabalho nessa casa há 33 anos. A falecida sra. Alice, a primeira esposa do sr. Charlie, estava grávida do sr. Clay quando eu cheguei aqui.
     – Então você conhece os membros dessa família a vida toda, praticamente?
     – Sim! Eu ajudei a sra. Alice a cuidar das crianças quando elas nasceram. Eu adorava. Eu sou muito grata ao sr. Charlie por tudo que ele me proporcionou. Eu sou muito feliz trabalhando aqui. Os Wood Hilton me consideram da família.
     – Interessante. - disse Carlos. – Muito interessante! A senhora poderia nos falar um pouco sobre cada um da família, por gentileza. Começando pelos filhos...
     – Entre os filhos, o sr. Clay sempre foi o mais chegado ao pai. Ele passava quase o tempo todo ao lado de Charlie. Quando não estava com o pai, estava com a esposa. Clay sempre foi um homem de negócios. Ele sempre gostou de estar ao lado do pai na hora de tomar as decisões mais difícies da empresa. Diferente do sr. Michael, que passa a maior parte do seu tempo trancado dentro daquela biblioteca. Alguns acham que é porque Michael não tem interesse nas empresas da família, mas isso não é verdade, pelo menos não 100%. Michael não tinha toda essa vontade ser um homem de negócios como o seu irmão é, mas ele gostava de acompanhar os assuntos da empresa. O problema era que o sr. Charlie não dava à ele a mesma liberdade que dava a Clay. Então Michael começou a se afastar cada vez mais da empresa. Talvez o sr. Charlie confiasse mais os assuntos da empresa à Clay por ele já ser um homem casado, e, isso podia levar o sr. Charlie à vê-lo como mais maduro. Enquanto Michael que ainda é solteiro, o sr. Charlie talvez ainda o visse como um garoto. A sra. Emmanuelle sempre foi a menina dos olhos do sr. Charlie. Quando ela era criança, ele fazia todas as suas vontades. Ele gastou uma fortuna para realizar o casamento dela com o sr. Dillon. Ele ainda bancou uma Lua de Mel incrível para os dois, em Marseille, na França. A srta. Shay também sempre foi tratada com muito amor pelo sr. Charlie. Ela era muito nova quando veio morar aqui. O irmão do sr. Charlie, o falecido sr. Malcom, faleceu quando ela tinha apenas 12 anos, então o sr. Charlie trouxe a sobrinha para morar aqui. Ele a tratava como uma filha também. A sra. Brooke parecia estar muito feliz ao lado do sr. Charlie. Ela andava sorrindo por todos os cantos dessa casa. Eles faziam um casal perfeito, mesmo com a enorme diferença de idade. O sr. Dillon e a sra.Michelle também se davam muito bem com o sr. Charlie. O sr. Charlie nunca teve problemas com os seus gênros. Ele os tratava com muito carinho. E a pequena Madison, ahhhhh. O sr. Charlie tinha um amor tão grande por essa neta. Ele a contava histórias, a levava para brincar, para passear. O sr. Charlie era a pessoa mais doce e encantadora que eu já conheci na minha vida.
     – Nossa, estou impressionada! - exclamou Katie. – Pelo visto a senhora conhece bem mesmo os Wood Hilton.
     – Sim! Por isso não consigo acreditar que algum deles tenha matado o sr. Charlie.

     O café finalmente estava pronto, e Morgana serviu Carlos e Katie, que ficaram pensando em tudo que foi dito pela empregada.

     Após tomarem o café, Carlos e Katie se despediram e agradeceram pela gentileza.

     Eles já estavam na sala de estar, prontos para irem embora, e a caminho da porta, até que uma voz os impediu.
     – Xerife, xerife, xerife. Não vá embora. Preciso falar com você.
     – O que foi, srta. Shay?
     – Bom, xerife, eu estou precisando urgentemente ir à Leicester, e teria que ficar uns três dias por lá. Mas como a investigação da morte do meu tio não foi encerrada ainda, eu vim saber se eu posso ou não sair da cidade.
     – Bom, srta. Shay, infelizmente eu não posso deixar que a senhorita saia da cidade até que as investigações sejam concluídas. Você entende?
     – Claro, xerife. Sem problemas! Compreendo perfeitamente.
     – Passar bem, senhorita.

     Carlos e Katie finalmente foram embora da casa dos Wood Hilton.

     Dillon foi até o quarto e encontrou Emmanuelle chorando na cama.
     – O que foi, meu amor? - perguntou ele.
     – Me deixa sozinha. Eu só quero ficar sozinha.
     – Aconteceu alguma coisa? Alguém te fez alguma coisa?
     – Eu já disse pra me deixar sozinha. - gritou Emmanuelle.
     – Tudo bem, meu amor. Como você quiser!
     Dillon saiu do quarto e deixou Emmanuelle sozinha. Ela continuava a chorar.

                                • • •

                   9 DÍAS ATRÁS...

     – Pai, como assim? - perguntou Emmanuelle à Charlie. – Isso não pode ser verdade. O senhor deve estar enganado.
     – Eu sinto muito, minha filha. Mas é a verdade. Dillon e Brooke são amantes.
     – Não, pai. Não pode ser! O senhor está errado. O Dillon me ama. Eu sei que ele me ama. Ele nunca faria isso comigo!
     – Minha filha, eu vou contar como eu descobri. Há duas noites atrás, por volta das 2h da madrugada, Brooke se levantou da cama. Ela fez o possível para levantar sem fazer barulho, para que eu não acordasse. Mas eu acordei. Eu a segui, e encontrei ela e Dillon aos beijos no corredor.
     Emmanuelle se derramou em lágrimas, e Charlie abraçou a filha.
      – O que você quer que eu faça, minha filha? Eu ainda amo a Brooke, mas é claro que meus filhos sempre estarão em primeiro lugar. Se você quiser, eu posso colocar a Brooke e o Dillon para fora dessa casa.
     – Não, meu pai. - disse Emmanuelle, enxugando as lágrimas. – Não faça isso! Eu sei perfeitamente o que eu vou fazer.

                                   • • •

     Algumas horas depois, o almoço ficou pronto e Morgana chamou toda a família para comer. Todos apareceram, menos Brooke e Dillon.
     – Onde está sr. Dillon? - perguntou Morgana.
     – Ele foi até a cidade resolver alguns assuntos. - disse Emmanuelle, mesmo sabendo que não era esse o lugar onde ele realmente estava.
     – E a sra. Brooke, onde está?
     – Não tenho idéia.
     – Vou ver se ela está no quarto. - disse Shay.

     Shay subiu as escadas e foi até o quarto de Brooke.
     Ela bateu levemente na porta, mas Brooke não respondeu. Ela deu uma leve empurrada na porta e viu que estava aberta.
     Ela entrou no quarto e viu que Brooke não estava. Uma bolsa estava aberta em cima da cama, despertando a curiosidade de Shay, que resolveu olhar. Ela pegou a bolsa em suas mãos, e observou o que tinha dentro. Havia algumas coisas pessoais de Brooke, mas o que chamou mesmo a sua atenção, foi um pote redondo, com um pó branco dentro. Shay leu a embalagem do pote que dizia claramente "Veneno Para Ratos".

O Misterioso Caso de Wood HiltonOnde histórias criam vida. Descubra agora