Segunda Carta

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Ah, o colegial a época de líderes de torcida, capitães do time de futebol, grupos de dança, enfim todas essas coisas que os adolescentes fazem.

Como eu queria dizer que fui popular e tive vários amigos, mais infelizmente não foi bem assim.

Essa com certeza foi a pior parte da minha vida.

Eu era praticamente invisível, ninguém falava comigo, até que simplesmente do nada um garoto começa a puxar amizade comigo.

Não vou mentir que estava feliz, eu estava porque finalmente alguém tinha me notado.

Só que como eu já disse momentos felizes duram pouco.

Dias depois ele me chamou para sair e eu acetei, maldita hora que eu fui aceitar.

Fomos no cinema, depois pra minha casa eu juro que não aconteceu nada além de um beijo só isso.

No dia seguinte percebi olhares em minha direção, confesso que aquilo me incomodou muito.

Aqueles olhares não paravam de vir de todos a minha volta, então resolvi me esconder no banheiro que pra minha sorte estava vazio.

Logo em seguida escuto duas garotas se aproximando e entrei um dos banheiros.

Escuto uma delas comentando com a outra de uma garota que saiu com um menino e depois levou ele pra casa dela você ja imagina o que ele espalhou para a escola inteira né.

Droga por que eu fui tão ingénua?

Depois disso vários garotos me perguntavam se podiam ir na minha casa pra mim fazer mesmo com eles.

Eu tive que mudar de escola por causa dessa falsa fama.

Depois mudei de novo por causa de uma briga, e de novo,  e de novo,e de novo, até simplesmente chegar ao ponto de me mudar de cidade.

Meu pai que cada vez ficava mais calado em referência a minha vida, nunca me disse um conselho.

Nunca entendi o por que de seu comportamento ter mudado tão radical daquele jeito.

No último ano do colegial eu finalmente consegui uma amiga de verdade, bom mais que amiga.

Eramos discriminadas pela escola inteira pela nossa escolha, mas eu sabia que tudo aquilo ia passar.

Dizem que o tempo cura, mas até agora ele só fez aumentar o número de cicatrizes.

Meu pai que já me olhava com desgosto, se mudou e cortou seu contato comigo quase que por inteiro

Meredith e eu vivemos juntas até o terceiro semestre da minha faculdade.

Até que por ironia do destino eu chego em casa depois de um cansativo do trabalho, e várias aulas chatas da faculdade e me deparo com, uma cena que jamais vou esquecer.

Meredith estava com um homem no nosso quarto.

Aquilo me destrui por completo, ela ficava dando desculpa como "você estava ocupada demais " e "a culpa é sua ". Claro a culpa sempre foi minha.

Após expulsar os dois da minha casa, não sabia se precisava de um abraço ou oito garrafas de vodka, no final a vodka acabou vencendo.

Sai de casa e fui wm direção ao mercadinho mais próximo, e que estava pra minha sorte aberto.

Ando pelos corredores atrás da sessão de bebidas e pego duas garrafas de Uísque.

E chego a uma conclusão.

O mundo é uma grande fabrica de filhos da puta.

Cartas De Uma SuicidaOnde histórias criam vida. Descubra agora