Sétima Carta

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Passará cerca de quatro meses.

Com o tempo me viciei naqueles comprimidos, adorava a sensação de levesa que eles me proporsionavam .

Nesses meses que tinham se passado, conheci um jovem rapaz muito simpático que tinha um carinho muito grande por mim.

Ele ja era noivo, mais não gostava da moça a qual era comprometido, então procurava prazer nos braços de outras mulheres.

Me procurava três vezes por semana, confesso que gostava quando ele vinha.

Acho que em toda a minha vida ninguém teve tamanho carinho por mim.

Certo dia ele disse que não podíamos mais nos encontrar, pois sua noiva já desconfiava e também não era o certo a se fazer com ela.

Então tivemos nossa última noite de carinho juntos depois nunca mais o vi.

E apesar da minha pele nua, meus olhos azuis, comuns, que não dizem nada, meu caráter horrível, minha estranha personalidade. Apesar dos meus defeitos, ele dizia " és perfeita".

E as semanas se passaram, cada noite um homem diferente, e o que eu podia fazer?

Tinha que pagar meu aluguel e não consegui emprego em lugar algum, ainda tinha aqueles malditos comprimidos que não conseguia mais parar de usar.

Lembro como se fosse ontem, eu queria parar de fazer aquilo, eu tentei parar, mais não consegui.

Peguei uma faca na cozinha e fui para o banheiro, abri o armário e peguei a cartela.

Entrei na banheira e eu juro não queria, mais a sensação era muito boa.

Peguei alguns comprimidos e coloquei na boca deixei que me consumisem por completo.

Após todos os músculos relachados peguei a faca e comecei a fazer pequenos cortes nos pulsos.

Ver todo aquele sangue correr sobre o efeito dos comprimidos era maravilhoso então comecei a cotar mais e mais, até chegar ao ponto da exaustão.

Adormeci naquela banheira cheia de sangue, onde tem sido meu alívio durante muito tempo.

Já fazia alguns dias em que eu não trabalhava meu dinheiro tinha acabado junto com os remédios.

Fui até o fornecedor precisava de mais , só que infelizmente sem dinheiro sem felicidade.

Chegamos a um acordo, eu teria que fazer alguns favores pra ele em troca dos comprimidos, já estava desesperada então aceitei.

Mal sabia eu que foi a pior coisa que já teria feito em toda a minha vida.

Assim como a chuva, eu caio.
Assim como a caneta, eu falho.
Assim como várias coisas, eu também não sou perfeita.

Cartas De Uma SuicidaOnde histórias criam vida. Descubra agora