Uma Reabilitação

Reabilitados?

Danilo abre os olhos,sua cabeça dói.Por ainda estar atordoado não consegue identificar o local.Virou um pouco a cabeça e,agora com a visão mais clara,reconheceu uma pessoa em uma cama ao lado:Tom.
-Ei.
Ele vira a cabeça lentamente,o rosto de Tom estava com alguns curativos e após passar a mão sobre a superfície do seu, percebe que este não se encontra em um estado muito diferente.
-Onde estamos?
-Em uma espécie de enfermaria acho.
Danilo vira a cabeça para cima novamente e passa a refletir por um momento sobre oque havia acontecido antes.No final das contas aquela briga serviu para algo,mostrou que Sabrina não era uma espécie de vilã ou algo do tipo,era um erro culpa-la.Mas isso não mudava tudo.
-Obrigado e desculpa por ter ficado tão... tão violento.
-Relaxa e não há de que,sempre que precisar de uma surra pode ter certeza que estarei disposto a da-la-Respondeu com um sorriso,como se estivesse rindo da piada por dentro.
-Só não entendi uma coisa...por quê?Por quê me ajudou?
Tom se pôs a olhar para cima e fechou os olhos por um momento.Deu uma breve respirada e respondeu a pergunta.
-É porque você me ajudou a refletir sobre algumas coisas naquele dia na cozinha.Quis retribuir o favor, só não esperava que teria que ir tão longe para isso.Uma coisa que eu não esperava era que nossas histórias eram tão parecidas mas que apesar disso, não somos iguais.Você ainda pode tomar uma decisão que pode mudar o rumo da sua história já eu... decidi o rumo da minha.
-Oque acha que eu devo fazer?
-Depende.Agora que você refletiu sobre tudo... você quer a amizade da Sabrina de volta?
Aquela pergunta fez com que Danilo tivesse um leve sentimento de saudade pela jovem.
-Eu não sei cara.Apesar da culpa não ser dela eu me machuquei muito pela mesma,tenho medo que isso aconteça denovo.Mesmo assim isso não muda o fato de que ela me faz muito bem.Colocando em palavras, ela é como uma fogueira em um dia de frio,me aquece e faz bem,entretanto quando eu me aproximo muito e não tomo cuidado, eu acabo me queimando.
-Você tem que pensar nisso.Se você tem medo de acontecer denovo não volte a amizade mas se você a superou, então não há motivos para mantê-la distante.
-Eu não acho que uma boa briga e uma conversa vão me ajudar a superar tudo tão rápido mas estou pensando sobre e...acho que é um começo.Você tentou ser amigo da Summer depois que tudo acabou?
-Não...e sinceramente não está nos meus planos.Essa foi e é minha escolha.O que você me ajudou a pensar foi sobre perder uma parte de mim e você está certo, não vale apena matar uma parte de si e ser frio por ter medo de sentir algo denovo e se ferrar saca? Vamos apenas tentar sermos livres e nos dar o prazer de sentir felicidade e de sofrer as vezes,pois é assim que se aprende.
-Nossa,fico realmente feliz por você pensar assim agora.Acredito que seja o melhor caminho.
Ele respondeu com um sorriso de canto de boca.
A porta do quarto se abriu e revelou uma bela enfermeira:magra,olhos castanhos em conjunto com um cabelo loiro e lábios ressaltados pela cor vermelha do batom.
-O doutor quer vê-los,por favor se troquem e me acompanhem.As roupas estão no armário,estarei esperando aqui fora-Disse logo em seguida fechando a porta.
-Vamos lá então-Tom falou levantando com dificuldades e indo em direção ao guarda roupa.
Danilo fez o mesmo.Após se trocarem,ambos saíram da sala e seguiram a bela enfermeira de cabelos loiros.Ela por um momento fez o jovem lembrar de Sabrina,mas esse devaneio logo se foi ao chegarem na porta do consultório.
-É aqui,podem entrar.
-Obrigado-Agradeceu Tom.
Ambos entraram na sala.No local se encontrava o velho doutor,Clay e Bentinho.Todos estavam sentados e haviam dois lugares vagos.

-Sentem-se por favor-Disse o Senhor de jaleco branco.

Ambos obedeceram e se sentaram nos assentos.O doutor puxou a gaveta de sua mesa e de la tirou uma pilha de papéis,nas quais ficou examinando por alguns minutos antes de apresentar um veredito.

-Estivemos observando vocês e ficamos felizes em dizer que o tratamento foi um sucesso,ou melhor,parcialmente um sucesso-Disse com um sorriso no rosto.

-Como pode dizer isso?-Questionou Clay-Acho que falo por todos quando digo que não estamos muito curados de tudo oque aconteceu.

O doutor passou com seu olhar velho e cansado por cada um presente no escritório,como de costume.