Capítulo 10

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- Eu disse que passaria aqui às 20h—Christoffer diz divertido me olhando de cima a baixo.

Reviro os olhos enquanto ando pela casa. Ouço Christoffer fechar a porta atras de si. Ele anda até a bancada que separa a sala da cozinha, se apoia na mesma e come um dos biscoitos que ali estavam. Reviro os olhos ao perceber o quão estranhamente confortável ele se sentia.

- Eu sei. Mas eu não acho minha bota em lugar nenhum—murmuro pondo meus brincos enquanto Chris mexe no celular e reviro os olhos ao perceber que ele não prestava atenção no que eu dizia.

- Já procurou no lugar de sempre?—ele diz ainda mexendo no celular e eu arqueio as sobrancelhas surpresa por ele ter ouvido algo.

- Você acha que eu não procurei no lugar que ela costuma ficar?—bufo e Christoffer me olha—Obrigada por essa ideia inovadora.

- Eu não estava falando do lugar que você guarda ela.—ele diz divertido—Eu estava falando do lugar que você joga todas as suas coisas. Eu não sei como você consegue ser tão bagunceira.

- Primeiro: eu não sou bagunceira.—digo ofendida— Segundo: eu não jogo minhas coisas por aí.

- Claro que joga—o menino a minha frente diz de forma acusadora e eu franzo o cenho—é por isso que você perde tudo.

- Eu não perco tudo—meu tom de voz sai um pouco exaltado e Christoffer prende a risada.

- Tudo bem, senhorita organizada.—ele diz debochadamente e eu jogo minha bolsa nele—Só da uma olhada no armário do corredor.

Espremo meus olhos em sua direção enquanto ele me encara de forma desafiadora. Bufo irritada andando em direção ao corredor e procurando a bota.

Eu odiava o fato dele estar certo.

- Achei—murmuro chegando novamente na sala e ele prende a risada—Você teve sorte.

Ponho minhas botas enquanto Christoffer anda em direção ao carro. Olho novamente verificando se eu havia esquecido de algo, e logo após isso, eu o sigo.

- A gente não vai falar sobre a foto?—pergunto enquanto Christoffer liga o carro—Você não pode simplesmente postar fotos no meu Instagram e depois fingir que nada aconteceu.

- Você precisa problematizar tudo?—ele diz divertido mantendo deus olhos focados na estrada.

- Eu não sei porque ainda tento—murmuro fechando os olhos e respirando fundo.

Eu estava cansada de tentar lidar com Christoffer e com todo o enigma que o envolvia. O silêncio no carro era incomodo, nós dois sabíamos que havia um elefante no meio da sala.

Nesse caso, no meio do carro.

Mas um de nós não estava disposto a falar sobre. Um de nós era debochado e irritantemente bonito.

- Eu não sei se disse antes mas...—ele murmura chamando minha atenção—Você tá linda.

Prendo minha respiração enquanto sinto minhas bochechas ficarem vermelhas. Eu odiava o efeito que Christoffer tinha sobre mim.

- Eu sou linda—digo divertida tentando quebrar o clima que se instalara—Aí meu Deus, você está tão caidinho por mim.

Christoffer gargalha me encarando por alguns segundos antes de olhar novamente para frente.

- Eu tenho certeza que é ao contrário—ele diz de forma engraçada—Você nem ao menos consegue disfarçar.

- Eu achei que estava conseguindo manter minha ótima atuação—digo rindo e Christoffer me acompanha.

O menino ao meu lado mexe no rádio e eu olho pela janela, encarando a rua. O silêncio agora era preenchido por alguma música que eu nem ao menos podia dizer se conhecia.
Sinto o olhar de Chris sobre mim e prendo minha respiração. Batuco os dedos nervosamente em minhas pernas, desejando que nós chegássemos logo.

- Você está com fome?—Chris sussurra enquanto mantenho meus olhos nas ruas de Oslo.

- Eu sempre estou com fome—digo me virando em sua direção e vejo um pequeno sorriso se formar em seu rosto.

- Tem um pacote daquelas dentaduras que você gosta no banco de trás.—ele sussurra e eu franzo senho confusa.

- Eu não acredito—digo com a voz levemente alterada enquanto procuro no banco de trás e ele arqueia as sobrancelhas divertido.

- Cuidado para não se engasgar-ele diz rindo enquanto eu ponho algumas dentaduras na boca.—Eu não sei como você consegue comer isso.

- Não fala assim delas—digo ofendida e ele gargalha.






- Vocês chegaram—Noora grita animada assim que nos vê e eu a encaro divertida ao perceber que ela já estava bêbada—Vocês demoraram.

- Eu sei. Demorei para achar minha bota.—digo dando de ombros enquanto Chris procura por alguém na sala de William.

- Isso é porque você é bagunceira.—ela diz acusadoramente e eu a encaro ofendida enquanto Chris ri.

- Eu te disse.—ele diz ainda rindo e eu reviro os olhos.

- Vocês dois são tão bonitinhos—minha melhor amiga diz e eu prendo minha respiração—Você já disse pra ele que...

- Que você está bêbada?—grito alarmada a interrompendo e Chris arqueia as sobrancelhas confuso—Não foi necessário. É óbvio que você não está em seu estado normal.

- O que? Eu não entendi.—Noora diz jogando a cabeça para o lado e eu a encaro.

- Do que ela está falando?—Chris pergunta confuso.

- Eu não sei. Bêbados não fazem sentido.—dou de ombros—Nós vamos pegar uma bebida. Se divirta.

Sorrio em sua direção antes de empurrar Noora para qualquer lugar longe de Christoffer. Posso vê-lo parado por alguns instantes, mas isso não dura por muito tempo.

Alguns minutos após isso, eu o vejo com duas loiras no canto da sala de William. Sinto o olhar de Noora sobre mim, enquanto uma sensação estranha se instala em meu peito.

O nó em minha garganta me assusta. O garoto olha em minha direção e sorri. Eu tento fazer o mesmo, mas diferentemente do seu sorriso, o meu não saíra como o desejado.

Noora me puxa e eu sinto minha visão embaçar. A sensação no meu peito aumenta, e eu me vejo desejando que isso fosse algum tipo de infarto.

Eu estava dormente.

E completamente ferrada.

Fortitude(ChisxEva)Onde histórias criam vida. Descubra agora