Contemplações

Disciplina, pt.3

17 de julho de 2017,

Disciplina

Tenho descoberto que esse é um tema tão vasto, tão extenso e tão necessário para tantas pessoas, que todas as vezes que me pego falando sobre, percebo que me perco, ou que não disse o suficiente. Aliás, minha mente ficou sobrecarregada com o volume de informação. Por isso, o Espírito Santo sugeriu que eu meditasse nessas coisas e as escrevesse, organizando-as. O objetivo é que eu as consiga passar de forma mais prática.

I. A Disciplina da Leitura

Eu sempre li muito. Por isso, em vários momentos, o Senhor precisou chamar minha atenção para o excesso. A dificuldade de muitos hoje, ao contrário da minha, é não ter o hábito de ler (e quanto mais de ler a Bíblia). Ler é uma disciplina e um hábito que se desenvolve. É comum pensar que ler é uma coisa simplesmente natural. Mas, na maioria das vezes, foi passado de família e/ou desenvolvido pela própria pessoa.

Muitas pessoas desanimam de ler porque começam tentando ler alguma coisa que não tem a ver com aquilo que é realidade na vida delas naquele momento, ou porque começam com alguma coisa difícil demais. Mas o primeiro fator, sem dúvida, é o mais desanimador. Os outros são resolvidos simplesmente com vontade, disciplina e aumento progressivo da dificuldade dos livros lidos.

A leitura deve ser, obrigatoriamente, um exercício que tenha contato com a realidade, ou ela se torna vazia, cansativa e confusa. Especialmente para o cristão, a leitura deve fazer parte da vida de maneira prática, caso contrário ela gera orgulho, confusão e morte.

Demais, filho meu, atenta: não há limite para fazer livros, e o muito estudar é enfado da carne. - Eclesiastes 12:12   

  O saber ensoberbece, mas o amor edifica.  

- 1 Coríntios 8:1

Portanto, busque entender aquilo que está acontecendo em sua vida e ao seu redor e busque o que ler a esse respeito. Pergunte ao Espírito Santo, busque conselho. Lembre-se sempre de buscar com o coração sincero e não de curiosidade, porque "a curiosidade aproveita pouco ou nada para a alma" (Thomas À Kempis).

II. A Leitura da Bíblia

A Bíblia, mais que um livro, é uma biblioteca que se conhece. Ela é como aquela pessoa que, quando conversamos rápido, parecia chata e desinteressante, mas quando a conhecemos de verdade, percebemos que nossas primeiras impressões estavam completamente erradas e ela se torna uma das nossas melhores amizades. 

Quando começamos a ler algo que não entendemos, especialmente na era da internet, nosso cérebro desvia a atenção e faz pirraça, porque foi condicionado a ser preguiçoso. Precisamos discipliná-lo a se esforçar. Imagine-se lendo uma história, daquelas que deixam uma ansiedade em relação ao que vai acontecer depois. Daí, às vezes, você apressa a leitura e quando se dá conta, não faz a menor ideia do que acabou de ler. A parte que você está lendo agora não faz sentido porque você perdeu alguma coisa importante enquanto se distraiu. A Bíblia é assim também, uma única história que se desenrola na medida em que você lê, sempre se expandindo em detalhes. Se não prestarmos atenção, de repente nos encontramos com um espaço vazio entre duas partes da história.

Com isso, sugiro que comece com pequenas porções, que tenham a ver com a sua vida, suas perguntas e dificuldades (mas não com a suas curiosidades!) e leia com atenção e paciência. Exercite meditar em um só versículo, uma só frase, ou até mesmo em uma só palavra. A quem está começando, os Evangelhos são, sem sombra de dúvida, a porta de entrada.