17 de julho de 2017,
I. Procrastinação
Quando o Senhor começou a tratar a questão da disciplina em mim, eu ainda nem sabia que era sobre disciplina as coisas que Ele estava me mostrando.
A primeira coisa que percebi era a procrastinação. Uma palavra que reapareceu no uso de uma hora para a outra, porque nunca antes houve um tempo com tantas atividades inúteis à disposição. Procrastinação e entretenimento são duas das marcas da nossa geração, o que revela dois princípios operantes na mente no coração dela: preguiça e futilidade. Ambas características pecaminosas.
Não quero dizer com isso que entretenimento seja pecado ou errado. Aliás, essa preocupação com certo e errado, se pode ou não pode, revela o coração de pessoas que não conhecem o Senhor. Porque, se conhecessem, não estariam preocupadas com coisas tão insignificantes, e muito menos lutando por elas, pelo direito de tê-las.
Mas, em relação à procrastinação, eu a reconhecia na minha vida de duas formas: como substituição ou como prorrogação.
Substituição: quando me deparava com alguma atividade difícil, ou algo na minha mente, vida, ou relacionamentos que eu não queria resolver, eu escapava, substituindo o enfrentamento por alguma coisa prazerosa.
Prorrogação: adiava as coisas alegando que as faria depois, mas não porque as faria de fato, mas porque não as queria fazer.
Isso é tão comum na nossa geração que não chega nem a ser levado à sério. Aliás, é considerado normal. Mas os riscos são muitos e muito perigosos. Não é nem necessário escrever sobre os riscos, basta observar como as pessoas estão (em seu interior) e como os relacionamentos (não somente amorosos) estão hoje em dia. Para um cristão, essa deve ser uma atitude intolerável.
Por um lado, eu consegui começar a vencer a procrastinação abrindo mão de muitas coisas, muitas das quais não me fazem a menor falta hoje. Por outro lado, o Senhor me deu uma maneira de me disciplinar e cortar a procrastinação que deu certo, mas não sem sofrimento e muito menos de uma hora para outra.
II.
Indisciplina do excesso
(de leitura/conhecimento)
Nesse meio tempo, eu estava lendo em excesso. Na verdade, tudo o que eu fazia era ler e estudar. Eu lia coisas demais, e lia sem propósito. Lia com muita curiosidade e soberba, com a intenção de saber mais. Na maioria das vezes, não retinha o que lia, nem me dava o tempo para processar aquelas informações. Então, eu sempre me sobrecarregava.Além disso, eu sempre usava a leitura para substituir os relacionamento. Assim, quanto mais eu lia, mas eu me retraía. Minha vida de leitura e minha vida interior estavam em curto-circuito.
Aprendi então, com a Imitação de Cristo, e com o Mestre, além das coisas que já disse, que eu deveria ler menos e ler os livros certos. Melhorar a qualidade da minha leitura, tanto no sentido das escolhas, quanto do aproveitamento.
A vida de leitura não deve desequilibrar as outras.
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III.
A Indisciplina da distração
A mente vagueanteUm dia, percebi que tinha muita dificuldade de permanecer em uma só atividade e de manter meus pensamentos em um só lugar. Por isso, tinha muita dificuldade de orar, estudar, ler (em termos de qualidade) e até mesmo em conversar. Minha mente muitas vezes não acompanhava minha fala e vice-versa.
Todas essas atividades são indispensáveis para a vida cristã. Todas essas dificuldades podem ser superadas através do exercício da disciplina.
*
Outras indisciplinas: procrastinação, escapismo, preguiça, excesso, afobação, distração.
Provavelmente eu as listei para escrever sobre em algum outro momento. Além do mais, das que eu escrevi aqui, ainda há muito o que se dizer.
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Contemplações
SpiritualEste livro é um registro de uma parte da minha jornada em busca de Deus. Os capítulos foram transcritos de um caderno, com o mínimo de edição possível, para mostrar o processo de aprendizagem - e de amadurecimento - e como ele evolui com o tempo.