Capítulo Doze

916 63 19
                                    

- E o que aconteceu depois que ela acordou? - Pergunto recosa.

- A mesma coisa que aconteceu quando você me achou na pista aquela noite. Ela ficou desesperada, e eu não sabia o que fazer. Naquela vez eu não quebrei a cara do meu irmão, e não contei para ninguém à pedido de Marcelle. Só fiquei lá, com ela em meus braços esperando que se acalmasse. Depois desse dia ela foi embora e nunca mais tive notícias. Quando eu bati no João aquele dia, foi pensando em você, na Marcelle, e nas outras, eu tenho certeza que há.

- Ela não quis denunciar? - Pergunto com um aperto no peito.

- Não. Só quis ir embora de lá, e eu a acompanhei até em casa.

Se eu conseguisse encontrar a Marcelle talvez eu pudesse...

- Espero que ela esteja bem. - Murmuro pensativa.

- Eu também. Bom, agora que você já sabe ainda mais o quanto meu irmão é um desgraçado, vamos continuar a empacotar essas roupas. - Muda de assunto levantando drasticamente, fugindo do assunto. - Inclusive, poderíamos aproveitar e separar algumas para doar viu, tem bastante coisa aqui, roupas, calçados, lençóis... - Supõe jogando algumas coisas na parte vazia da cama.

- Antes será que poderíamos comer algo? - Pergunto dando o meu melhor sorriso. - Tô morrendo de fome.

- E o que você quer comer? Me olhando com essa carinha tenho certeza que você já sabe o que quer. - Afirma sorrindo e pega o celular do bolso.

- Lasanha... com bastaaante queijo e uma coquinha beem gelada e de sobremesa um bolo de chocolate com recheio de chocolate e calda de chocolate. - Suspiro só de imaginar a lasanha quentinha com a coca trincando com gelo e limão.

- Ok, estou pedindo nesse momento. - Observo o moreno gostoso fazer o pedido de nossa comida seriamente. Ele fica tão gato sério.

- Obrigada. Vamos esperar la embaixo? Estou um pouco cansada de ficar dentro desse quarto. - Desde que os cães vieram morar na minha casa eu mal saio do quarto, basicamente só não estou aqui quando Johnny está em casa, pela parte da manhã ou da noite, como agora.

- Vamos, acho que eles não estão em casa,  podemos aproveitar para ver um filme. 

(...)

- Parece que não temos paz assim há uma eternidade. - Murmuro e tomo mais um gole da coca gelada.

- Nossa casa voltou a ser nossa hoje. - Johnny sorri e acabo rindo junto.

Ele pega o copo e o prato da minha mão, os coloca em cima da mesa e me puxa para seu colo, me abraçando no meio de suas pernas.

- Eu te amo muito, sabia pequena? - Apoia o queixo no topo da minha cabeça enquanto faz um carinho leve nas minhas costas.

- Eu também te amo Johnny. - Aperto meus braços envolta de sua cintura e fecho os olhos, aproveitando a paz que seu abraço me trás.

Desde que tudo aconteceu, não consigo aceitar de verdade o toque do meu namoro, a maldita semelhança com aquele crápula me faz querer recuar e sair correndo. Eu sei que ele percebeu, mas mesmo assim, foi calmo, paciente e respeitou completamente o meu espaço, dando investidas leves e sutis, e hoje, eu finalmente consigo aceitar o meu namorado de volta no meu espaço, e eu senti muita falta disso.

- Obrigada. - Agradeço baixinho, ainda de olhos fechados.

- Pelo que, Cris? - Pergunta confuso parando com o carinho.

- Por ter paciência comigo, ter me esperado sem se sentir frustrado ou reijeitado, e por não ficar bravo. - Johnny me afasta, me forçando a abrir os olhos e sentar de frente para si, a suas mãos sobre as minhas e um sorriso leve no rosto.

- Você jamais precisa me agradecer por isso meu amor. Eu não tinha o direito de ficar bravo ou qualquer coisa do tipo, sequer fiquei. Só queria que você ficasse bem, e se você precisava de espaço eu daria todo o espaço que você precisasse, sempre. Eu tô aqui por você sempre, lembra? - Concordo tentando controlar o sorriso crescente em meu rosto.

- Lembro, e eu tô aqui por você. - Junto nossos lábios sutilmente, sem nenhuma pressa mas ainda sim com muita urgência, a saudade e a felicidade por te-lo como meu marido cravam uma briga forte no meu peito, tentando disputar o maior lugar dentro de mim, e eu não consigo definir que é a vencedora.

Sentir o calor de seus lábios nos meus é maravilhoso, me faz nunca mais querer sair daqui. Puxo o seu corpo para mais perto, tentando diminuir a distância e senti-lo ainda mais em mim, Johnny tem uma de suas mãos firmes na minha cintura e a outra no meu pescoço, ditando o ritmo do nosso beijo que vai ficando cada vez mais quente e urgente. Ele deita levantamento, me puxando junto consigo, fazendo com que eu deite em cima de seu peito. Suas mãos passeiam vagarosamente dentro da minha blusa, se limitando a um carinho nas minhas costas e barriga, provocando um arrepio e um frio gostoso na barriga.

Afasto nosso corpo bruscamente, tirando suas mãos de dentro da minha roupa ao ouvir a risada estridente e alegre de João:

- Uou! Parece que chegamos na hora do show... Por favor, não fiquem tímidos, eu estava adorando a visão... será que tem espaço pra mais um? Tenho certeza que a Cristina vai adorar me ter novamente. - Sua insinuação nojenta me fez ter o maldito calafrio outra vez, minhas mãos ficaram trêmulas derrepente e começaram a suar.

Eu não acredito que ele me viu em um momento íntimo com o meu namorado.

Ele viu o meu corpo. Como ele reage quando estou...excitada.

Eu estou fudida.

Merda.

Merda.

Merda.

Sinto a mão de Johnny encontrar com a minha me passando conforto e me tirando do transe de desespero. Pisco algumas vezes voltando a me situar da situação, eles vão brigar novamente. Droga.

Antes que eu pudesse pedir para subirmos, Johnny se levantou me puxando gentilmente pela mão, me pôs a sua frente, de uma forma protetora, e apoiou a outra na base da minha coluna, me guiando até a escada.

- O que? Não vamos continuar a brincadeira? - João indaga lá em baixo, se divertindo com a situação, ele estava rindo.

Olho inconscientemente para trás, encarando seu sorriso pervertido e doentio. Esse desgraçado realmente gosta de me torturar. Um volume em seu short jeans me chamou involuntariamente a atenção.

- Ele ficou excitado vendo a gente. - Sussurro com os olhos marejados quando Johnny tranca a porta do nosso quarto. - Excitado Johnny!! Aquele nojento ficou... - O moreno me abraça sem falar nada, tenho certeza que está tentando controlar a vontade de quebrar o João em dois, para poder me dar apoio. Me afasto de seu abraço e respiro fundo antes de continuar: - E se ele realmente vier atrás de mim outra vez? Eu não vou aguentar. - Minha voz saí em um lamento doloroso e quase inaudível, junto com esse pensamento incessante sinto minhas mãos começarem a tremer e a suar, e logo outras partes de mim começavam a se mover involuntariamente, me deixando ainda mais atordoada na voz incansável da minha mente.

O João vai voltar.

Grávida do Meu Cunhado (HIATUS)Onde histórias criam vida. Descubra agora